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A existência humana exige diálogo. Um nome é escolhido ao nascer. Um som começa a se formar nas relações e construção de palavras. O ser humano nasce ouvindo! Não somente os ouvidos, mas todo o corpo ouve. Assim, compreende-se que falar e cantar bem exige escuta. O ouvir é essencial às expressões da fala. E do canto? É impossível cantar sem escutar e muito bem! O falante e o cantor existem em função daquele que escuta.
Jesus é a voz do Pai. É o cantor do amor. Anuncia tudo o que o coração precisa para descobrir dentro dele o verdadeiro sentido da vida, então, não há cristianismo sem um bom treino de escuta.
Cada um é expressão do que escuta, assim, a voz de Cristo dependerá unicamente da forma com que o ouvinte trabalha sua escuta. É também gesto de observação. Quem ouve, observa. Depois que observa, escuta. Ou seja, escutar é mais profundo, é adentrar o íntimo. E o primeiro passo a ser dado é aprender o silêncio. Escutar não é fácil, mas se o corpo não aprender o silêncio será impossível escutar. É o risco de permanência num ouvir superficial, um gesto que nunca levará o ouvido ao mais íntimo, onde Deus habita.
Jesus é um excelente mestre da escuta. Em todo o Evangelho, Ele demonstra escuta profunda, permite que o outro fale primeiro. Somente depois de ter escutado disse várias vezes tua fé te salvou. Quem escuta, se salva. Tua escuta te salvou.
O sétimo capítulo do Evangelho de São Marcos é leitura obrigatória para quem deseja entender o verdadeiro valor da escuta cristã. É preciso que se realize a palavra “effatha” para que o ouvido se abra e perceba que o que faz mal ao homem é o que sai pela boca do coração. Percebe-se que muitos músicos e muitos católicos esqueceram as lições da referida passagem do Evangelho. Preocupam-se tanto com questões exteriores sem jamais trabalharem suas próprias questões interiores, isto é, a fala está longe da ação, por isso, o diálogo com Deus fracassa e,- não sabendo ouvir nem a si mesmos, não conseguem ouvir o outro.
Cantar a liturgia é dialogar com Deus e escutar de forma feliz a voz de Cristo.
É cantar sob os movimentos da batuta de Jesus, que faz tanto os surdos ouvirem como os mudos falarem! A música deve proporcionar o diálogo com Deus, que deve se tornar cada vez mais profundo e alcançar os lugares mais remotos do coração. Participar da Missa é deixar Jesus falar: “Jesus expressa aquilo que ouve do Pai. Assim, em tudo o que dizemos e falamos devemos sempre ouvir a voz do Espírito Santo em nós, que nos fala por meio de impulsos silenciosos de nossa alma” (Anselm Grün).
“Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que o seu senhor faz. Eu vos chamei amigos, porque vos comuniquei tudo o que ouvi do meu Pai. (…) Isto é o que vos mando: que vos ameis uns aos outros.” (Jo 15,15.17)
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