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Elias é um dos profetas mais conhecidos e relevantes do Antigo Testamento. Nasceu em Tisbe, no século IX a.C., na época do rei Acab, e seu nome significa “meu deus é Javé” (em hebraico ’eliyyah ou ’eliyyahu). Encontramos a narrativa de sua história em 1Reis 17-19; 21 e 2Reis 1,1-2,18. Sabemos pouco sobre sua vida, mas o suficiente para entender qual o propósito de sua missão.
O profeta dedicou sua vida a revelar o verdadeiro Deus e Senhor do povo, combatendo fortemente a idolatria, sendo coerente com seu nome. Sabemos pelas Escrituras que era um homem de caráter forte, austero, virtuoso, tinha um coração de guerreiro, inteligência refinada e fé convicta. O Catecismo da Igreja Católica o define como “o pai dos profetas, da geração dos que procuram a Deus, dos que procuram a face do Deus de Jacob” (2.582).
O episódio da luta de Elias contra os seguidores do deus Baal revela sua força profética e o amor a Deus. É uma espiritualidade centrada na verdade, acompanhada pela escola de Deus que não o desampara, sobretudo, nos tempos difíceis. Deus se revela a Elias como brando e gentil, aquele que pode ser encontrado na voz do vento. É nesse silêncio que Elias descobre sua vocação e se encontra com um Deus diferente de suas concepções, um Deus que ele não pode mais usar para si e para seus interesses, um Deus que vai além de suas fantasias, que o chama para a eternidade.
A experiência mística de Elias, fundamentada na adoração, na humildade, na obediência e na perseverança, é um retrato fiel do coração apaixonado pelo Senhor que avança nos caminhos da lealdade e da mansidão. Elias abre os olhos do povo para que não se deixe seduzir por deuses estéreis, enganadores e opressores. O chamado à conversão é para o povo persistir na justiça e manter sua fé viva no Messias tão esperado.
Para muitos padres da Igreja, ele é modelo da perfeição, da confiança que devemos colocar na oração e do despojamento, pois “Elias nada possuía e, sem dúvida, nada o impediu de alcançar o cume da virtude; ele é um oceano sem limites” (São João Crisóstomo).
Sem dúvida, os superlativos para esse profeta são inúmeros, reconhecendo-o como o grande homem escolhido por Deus e inspirador da vida monástica. Elias convida-nos a viver centrados na oração como espaço de encontro com o sagrado e de discernimento. Entrar na sua vida é desfrutar da sabedoria de Deus, que supera toda ciência temporal. Seu chamado é um testemunho para o mundo em busca de respostas e para as pessoas inquietas que necessitam reviver sua relação amorosa e limpa com o Senhor.
“‘Que fazes aqui, Elias?’. Ele respondeu: ‘Estou devorado de zelo pelo Senhor, o Deus dos exércitos’.” (1Rs 19,9-10) Seja também esse nosso programa de vida: cuidar das almas, conduzir para Deus como contemplativos na ação, servidores do Reino, disponíveis e abertos aos sinais dos tempos. “Ao morrer, o próprio profeta se converte em fogo; ele se transformou no fogo do amor de Deus.” (Anselm Grün)
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