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O cristianismo não desacredita da razão, não fecha os olhos da racionalidade na esperança de ver melhor com pseudo-óculos de uma “fé” desarticulada da realidade humana. As palavras inaugurais do catecismo de São João Paulo II são encabeçadas pelo seguinte princípio: homo capax Dei (o homem é capaz de Deus).
Deus incita-nos a buscá-lo e, ao mesmo tempo, constitui-nos capazes de tal busca. São João Paulo II inicia sua Encíclica Fides et ratio com estas palavras: “A fé e a razão (fides et ratio) constituem como que as duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da verdade. Foi Deus quem colocou no coração do homem o desejo de conhecer a verdade e, em última análise, de o conhecer a Ele, para que, conhecendo-o e amando-o, possa chegar também à verdade plena sobre si próprio”.
Fomos feitos por Deus e para Deus, de modo que em nós há um pondus que pende a Ele, isto é, somos movidos por uma espécie de atração gravitacional que nos faz tender a Deus, dado que Ele é nosso núcleo, é o centro ao qual e em torno do qual nos movemos, vivemos e existimos (cf. At 17,28). Esse desejo de Deus está inscrito em nosso coração, é parte constitutiva de nosso ser. Nós podemos esquecê-lo, ignorá-lo e até mesmo rejeitá-lo, mas, não podemos jamais apagá-lo em nós.
Note o que sublinha nosso Catecismo sobre a busca de Deus: “Esta busca exige do homem todo o esforço de sua inteligência, a retidão de sua vontade, ‘um coração reto’, e também o testemunho dos outros, que o ensinam a procurar a Deus” (Catecismo da Igreja Católica, 30, grifo nosso).
Não chegaremos a Deus com passividade absoluta à espera de uma atividade exterior. Deus nos precede – é claro! –, a iniciativa é sua – sem dúvida! –, mas a resposta é sempre nossa e devemos responder ao amor dele, que se antecipa a qualquer movimento nosso, com todo o nosso ser. Veja o que diz São Paulo: “Que o próprio Deus da paz vos santifique integralmente, e que tudo aquilo que sois – espírito, alma, corpo – seja conservado sem mancha alguma para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1Ts 5,23).
A santidade e a irrepreensibilidade devem ser integrais em nós. Como recorda o sacerdote jesuíta Luís Alonso Schökel, essa palavra de São Paulo, ao estilo grego, quer “afirmar a extensão total da consagração”. Assim, também a nossa razão é uma realidade que nos orienta para mais próximos de Deus.
Neste mês, em que celebramos a memória litúrgica de Santo Tomás de Aquino, somos chamados a recordar o íntimo diálogo que há entre a fé e a razão. A teologia tomista assume o “crer e compreender” como um princípio fundamental da relação humana com Deus. Assumamos também nós em nossas vidas esse caminho, pois a via que nos conduz a Deus é balizada pela fé e pela razão.
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