ACONTECE NA IGREJA Amor Bíblia Carmelitas Carmelo Catecismo Catequese Catequista Catequistas CNBB Coronavírus Deus ESPAÇO DO LEITOR Espiritualidade Espírito Santo Eucaristia Família Formação Fé Igreja Jesus juventude Maria MATÉRIA DE CAPA Natal Nossa Senhora do Carmo O.Carm. Ocarm Oração Ordem do Carmo Papa Francisco Pentecostés provocarmo Páscoa Quaresma Reflexão SANTO DO MÊS Sociedade Somos Carmelitas somoscarmelitas São Martinho Vida vocacional Vocação vocação carmelita
Quando nasceu Jesus diz o Evangelho (Mt. 2,1) que sua estrela revelou a boa nova aos magos do Oriente. Foi assim que, na Jerusalém do respeitadíssimo e crudelíssimo Herodes, aqueles sábios justificaram a sua presença: “Vimos sua estrela no Oriente e viemos adorá-Lo (Mt. 2,2)”. Os magos não dizem, “uma estrela”. Eles afirmam taxativamente. “sua estrela — stellam eius”.
Trata-se, pois, de uma estrela singular, única — a estrela de Jesus “etellam eius”. Ou seja, a estrela a que por si mesma, por uma relação de sua própria natureza anunciava, a quem a compreendesse, o nascimento do Rei dos Reis, o Messias ansiosamente esperado.
Toda a narração evangélica procede coerente, com base no fato de que o caso é de uma estrela especial, diferente de todas as outras. Ela, com efeito, aparece no horizonte e revela um acontecimento. Ocorrido em outra região distante. Ela se movimenta, apontando o caminho aos magos: em Jerusalém desaparece para reaparecer, assim que os fiéis estrangeiros deixarem a cidade apostata; ela, conduz, enfim, os peregrinos até Belém, e ai se detêm sobre o lugar onde estava o menino (Mt. 2,9). Terminado seu papel, ela desaparece.
Ele é, pois, a “estrela de Jesus — stellam eius”, isto é uma estrela, cuja existência e missão estão vinculadas à pessoa do Filho de Deus Humanado. Eis que, vendo-a os magos não tem dúvidas sobre a revelação Jesus Cristo, tanto de seu nascimento como da sua singular realeza divino humana; pois, apenas viram o menino, “prostraram-se em adoração — procidentes adoraverunt eum”.
O episódio dos magos é indicador do plano da Providência na obra da salvação. É, portanto, de interesse vital conhecer a estrela de Jesus de nossos dias, isto é, o que no mundo de hoje, leva as almas ao conhecimento salutar do Salvador. Como a dos magos esta “estrela” deve, por si mesmo criar nos homens a credibilidade do Salvador, e evidenciar a autenticidade de sua obra. Será visível não apenas um grupo seleto, mas a todos os homens, que os magos não eram mais do que as primícias cristãs do mundo pagão.
A estrela de Jesus hoje, que ele mesmo criou e deixou no mundo, é a Santa Igreja.
Proclama-o o 1º concílio do Vaticano: a Igreja é um sinal levantado no meio dos povos, que convida os incrédulos a se converterem e dá consistência na fé aos que aderirem leal e totalmente a Jesus Cristo. A razão é que as características da Igreja procedem de Jesus cristo e apelam para Jesus cristo. O 1º Concílio do Vaticano as enumera. Vamos destacar uma só, intrínseca, que dá consistência a todos os demais. O Concílio a chama de catolicidade, e consiste não apenas no fato de que a Igreja se tenha espalhado pelo mundo todo — qualquer delírio filosófico encontra adeptos em todos os continentes —.
A catolicidade da igreja está na sua unidade de Fé, Moral e Governo, que se que se conservam os mesmos nos vinte séculos de sua existência e se manterão os mesmos até o fim do mundo, em qualquer parte, onde haja Igreja de Cristo. É o que S. Paulo resumia na conhecida frase: “Chistus heri et hodie ipse et in sæcula (Heb. 13,8). Cristo é o mesmo ontem, como é hoje e será por todos os séculos”. E o Apóstolo entende na doutrina de Cristo, pois logo adverte contra as doutrinas peregrinas. S. Vicente de Lerins, mestre citado pelo próprio 1º Concílio Vaticano, resume numa sentença a catolicidade da Igreja: “quod semper quod ubique quod ab amnibus creditum est — o que sempre. Em toda parte e por todos foi aceito como de fé, isso é católico”. Em outras palavras, a Igreja é tradicional. Igreja nova não é Igreja de Cristo.
+ Dom Antonio de Castro Mayer
Comments0