ACONTECE NA IGREJA Amor Bíblia Carmelitas Carmelo Catecismo Catequese Catequista Catequistas CNBB Coronavírus Deus ESPAÇO DO LEITOR Espiritualidade Espírito Santo Eucaristia Família Formação Fé Igreja Jesus juventude Maria MATÉRIA DE CAPA Natal Nossa Senhora do Carmo O.Carm. Ocarm Oração Ordem do Carmo Papa Francisco Pentecostés provocarmo Páscoa Quaresma Reflexão SANTO DO MÊS Sociedade Somos Carmelitas somoscarmelitas São Martinho Vida vocacional Vocação vocação carmelita
Para reflexão no mês bíblico deste ano de 2023 foi escolhida a Carta aos Efésios.
O seu autor é um judeu-cristão, discípulo de Paulo, do fim do século I. Utilizou o nome de Paulo para que o escrito ganhasse autoridade. A carta é dirigida não somente à comunidade de Éfeso, mas a todas as comunidades cristãs.
Um texto surge ao interno de um contexto, por isso, para sua leitura e estudo é fundamental conhecer o contexto político, social, econômico, cultural e religioso em que uma obra é composta.
O autor se dirige aos fiéis de origem pagã para lhes fazer contemplar o bem adquirido ao abandonar o paganismo para se unir ao corpo de Cristo e gozar das mesmas prerrogativas que o povo judeu tinha tradicionalmente.
A formação das comunidades é mista, ou seja, pessoas provenientes do contexto judaico e outras oriundas do contexto gentílico, do paganismo. A carta conclama a união dos de todos os cristãos: “Lembrai-vos, pois, de que outrora vós, gentios por nascimento – que sois chamados incircuncisos por aqueles que se dizem circuncidados, os que levam na carne a circuncisão feita por mãos humanas” (Ef 2,11). É preciso superar os muros que separam as pessoas e construir pontes, pois estas unem os lados.
O relato está organizado em duas partes. A primeira, Efésios 1-3, apresenta diversos temas teológicos. A segunda, Efésios 4-6, apresenta o anúncio do Evangelho de Jesus Cristo com uma série de exortações éticas e teológicas.
A carta inicia-se com um extenso louvor litúrgico: “Bendito seja Deus, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que do alto do Céu nos abençoou com toda a bênção espiritual em Cristo” (Ef 1,3-14). O tema é o mistério de Cristo (cf. Ef 3,4), que é o plano divino da salvação, presente desde toda a eternidade em Deus, anunciado pelos profetas e plenamente revelado e realizado em Jesus Cristo. Recorda que a iniciativa desse plano pertence ao Pai, que nos escolheu e predestinou para sermos seus filhos adotivos.
Jesus, o Filho muito amado (cf. Ef 1,6) é quem realiza a ação salvífica do Pai, por meio do Espírito, que é a antecipação da nossa herança na glória (cf. Ef 1,14). Cristo foi constituído, acima de tudo, como cabeça de Igreja (cf. Ef 1,22). A essa Igreja, que é o seu corpo, comunicou, abundantemente, os dons do Espírito (cf. Ef 2,4-11) e a ela compete levar à plenitude a obra salvífica do Senhor, tornando cada vez mais efetiva a reconciliação dos homens com Deus e entre si.
Trata-se de um mistério a ser vivido. Como em Cristo todas as coisas foram reconciliadas não é aceitável que os membros das comunidades cristãs vivam em desunião. Essa é a infeliz realidade que se encontra nos campos político, social, cultural, econômico… A diversidade de funções existente na comunidade não é para a divisão, ao contrário, deve construir e tornar mais forte a responsabilidade da unidade, de reconhecer a riqueza da graça e dons divinos.
Na comunidade cristã existe diversidade de ministérios, que é necessária; longe de ser um obstáculo à sua unidade, motivo de divisão, deve contribuir para enriquecê-la e tornar mais evidente o esforço e o contributo de todos para que a Igreja possa crescer de maneira harmoniosa na busca de atingir aquela maturidade que corresponde à plenitude de Cristo (cf. Ef 4,13). Cada qual se faz responsável pela unidade.
O caminho é a reconciliação de judeus e pagãos, uma vez que todos fazem parte do plano salvífico de Deus (cf. Ef 1,11-14). Jesus Cristo reconciliou a todos pelo seu sangue. O que estava separado na Igreja, como um único templo, é integrado (cf. Ef 2,11-18).
No Batismo, cada um é revestido de Cristo e, por sua força e Palavra, produz vida nova com muitos frutos de fraternidade. As trevas que causavam variadas e diversificadas formas de divisão foram vencidas, pois somos filhos e filhas da luz (cf. Ef 5,8). A prática do amor plenificado de Jesus constrói novas relações alicerçadas no amor. Esse amor deve resplandecer em todas as ocasiões, situações e vivências.
Comments0