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Estimado(a) leitor(a) da Revista Ave-Maria, começo nossa reflexão mensal de outubro, Mês Missionário, sobre a família como dimensão missionária.
Os pilares de uma família são como as colunas de uma casa, que sustentam paredes e telhados. Para que a sua família seja forte e saudável, ela precisa estar sustentada por esses pilares que, por sua vez, estão alicerçados na Palavra de Deus e nos sacramentos da Igreja, assim como no magistério e na tradição.
Para facilitar sua leitura e compreensão de maneira didática, proponho a você seis pilares importantes.
Vida de oração: a oração na vida do cristão deve ser uma normalidade, assim como fazemos as refeições e bebemos água, dentre outras atividades essenciais para a vida. É na oração que nos encontramos com Deus, pela graça do Espírito Santo, na presença de Jesus. Você pode orar com a Palavra de Deus, fazendo um diálogo entre si e Ele, como na lectio divina. A oração nos proporciona uma vida espiritual sadia e também é nossa arma em situações que não podemos vencer sozinhos. Na Bíblia, podemos encontrar diversas passagens em que os líderes chamados por Deus, como Moisés (cf. Ex 17,11), recorriam à oração em momentos difíceis. Jesus orava em momentos importantes, como no monte das Oliveiras (cf. Lc 22,39), na escolha dos doze apóstolos (cf. Lc 6,12-16), diante do sofrimento de seus amigos (cf. Jo 11,41-42), na última ceia (cf. Mt 26,20-29) e no Getsêmani, quando chegava a sua hora (cf. Lc 22, 41-44).
Missão: é a evangelização relacional, aquela com que evangelizamos individualmente, durante o nosso dia a dia, pessoas que se encontram próximas a nós, assim como fez Jesus com seus discípulos. Na vida diária de Jesus, podemos perceber várias estratégias que Ele usava para fazer a evangelização, nem sempre pregando, mas, principalmente, dando testemunho de vida. “Jesus andou por toda parte fazendo o bem.” (At 10, 38). Fazer o bem: uma estratégia certeira de evangelização! Ajude nas tarefas de casa, abrace seus familiares, seja gentil e carinhoso, dê bom dia, seja prestativo, sorria: esses são infinitos e simples gestos que quebram distâncias. Deixe que seus familiares se aproximem de você de maneira atrativa para aproveitar o melhor momento e falar do Senhor, falar da vida de Jesus e da Igreja.
Discipulado: é o processo de acompanhar (com esmero, planejamento, zelo apostólico, amor e disciplina) e cuidar da pessoa, o discípulo, que se propõe a caminhar e crescer na fé enquanto pessoa e membro de uma família, proporcionando, assim, crescimento, maturidade espiritual e, muito especialmente, estancar o processo de perdas de fiéis na Igreja. É uma poderosa ferramenta da evangelização.
Ser família: a vida em família envolve elementos imprescindíveis como o perdão, a paciência e as confraternizações. Convivemos semanalmente e quanto mais tempo passamos juntos certamente teremos discordâncias, que podem quebrar o encanto inicial; é nessa hora que a família começará o processo de maturidade, de superação das diferenças, de deixar prevalecer o “nós” e morrer o “eu”, de perdoar e ter paciência com o outro para colher os frutos em um futuro próximo, tal qual o agricultor que planta, rega, cuida, vê sua planta florir e sabe que os bons frutos virão com o tempo. Festejar também é importante para unir as pessoas, fortalecer os vínculos e quebrar distâncias.
Crescimento: somos convidados a ir para águas mais profundas, a sair da periferia da fé, a não sermos apáticos. Todos fomos capacitados, com dons, para o crescimento da Igreja! Não nos falta dom algum (cf. 1Cor 1,7). Novas famílias precisam nascer. Essa é a proposta do projeto de Deus. Seja corajoso e ousado na fé.
Liderança: liderar é, especialmente, cuidar de pessoas, conduzir todos que estão com você a um objetivo. Para atingir esses objetivos, um líder tem necessidade contínua de avançar, aperfeiçoar, reavaliar e aprender novas coisas. As livrarias estão repletas de títulos para liderança. As empresas custeiam cursos sobre o tema para seus funcionários, pois sabem a importância de ter, em seus quadros, líderes visionários que apontam caminhos, que sabem trabalhar em equipe e agregam valor à empresa. Se no meio empresarial isso é importante, mais ainda será quando falamos do Reino de Deus. Precisamos capacitar pessoas para levarem adiante, com a mais alta qualidade, o que Deus nos deu de mais precioso: a salvação. Todo batizado é, por natureza, um líder do Senhor Jesus, pela força e graça do Batismo e do mandato missionário (cf. Mt 28,19).
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