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“Vinde e vede como é bom, como é suave os irmãos viverem juntos bem unidos!” (Salmo 133)
Viver em comunidade é fundamental na vida do cristão. A música é um dos maiores recursos que a humanidade dispõe para formar comunidades. Ela é capaz de unir, de potencializar as forças do corpo e da alma e de promover ritmo comunitário. Muito já se disse que basta ouvir uma comunidade cantando para saber se seus membros se encontram em concordância de ideias e propósitos.
O canto cristão exige escuta, uma escuta profunda. É escutar o mais recôndito do nosso mundo interior, ou seja, o amor. Um gesto que pede silêncio, solidão e muita atenção às verdades ressonantes do amor. Então, se não escuta o amor dentro de si, encontrará grandes dificuldades para viver em comunidade. Solidão e silêncio também são formadores de comunidade porque revelam a semelhança do outro dentro do próprio coração.
Cantar com o outro é escutar um outro de si mesmo porque o amor que se escuta dentro de si ressoa no coração do outro. É uma oportunidade de cantar de forma uníssona e repercutir a essência da vida de mãos dadas em harmonia com o Criador. A natureza é orquestrada pelo Compositor da Vida! A tarefa da escuta é a conexão com a melodia de Deus dentro de cada um, por isso, os instintos sempre dizem grandes verdades, começando pelas sensações físicas causadas pelos sons, podendo levar o coração ao mais alto dos sentimentos na alma.
Hoje em dia, muito se discute no Brasil sobre a grande dificuldade em exercer bem o papel da música e do silêncio nas comunidades católicas. Há muita coisa para pensar, questionar, refletir e avaliar sobre assunto tão vasto; no entanto, um ponto de fácil compreensão é a necessidade de o músico se encontrar devidamente preparado para exercer função tão delicada e importante na Igreja. Se a música pode formar comunidade, quando executada sem o devido preparo, pode exercer o efeito contrário, causando desconforto físico, mental e ainda dificultando a sintonia com o sagrado, portanto, é necessário ressaltar a imensa responsabilidade que cabe aos que se candidatam a compositores. O Concílio Vaticano II, no capítulo VI, ensina de modo claro e feliz sobre a missão dos compositores: “Os compositores, imbuídos do espírito cristão, compreendam que foram chamados para cultivar a música sacra e para aumentar-lhes o patrimônio. Que as suas composições se apresentem com as características da verdadeira música sacra e possam ser cantadas não só pelos grandes coros, mas se adaptem também aos pequenos e favoreçam uma ativa participação de toda a assembleia dos fiéis. Os textos destinados ao canto sacro devem estar de acordo com a doutrina católica e inspirar-se, sobretudo, na Sagrada Escritura e nas fontes litúrgicas”.
Cantar em comunidade desperta alegria, transforma o sofrimento em caminho e impele o cristão a viver de forma plena o amor, favorecendo a paz, o perdão, a sabedoria e a esperança.
“A comunidade faz o cantar, e o cantar faz a comunidade.” (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, A música litúrgica no Brasil, 345)
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