ACONTECE NA IGREJA Amor Bíblia Carmelitas Carmelo Catecismo Catequese Catequista Catequistas CNBB Coronavírus Deus ESPAÇO DO LEITOR Espiritualidade Espírito Santo Eucaristia Família Formação Fé Igreja Jesus juventude Maria MATÉRIA DE CAPA Natal Nossa Senhora do Carmo O.Carm. Ocarm Oração Ordem do Carmo Papa Francisco Pentecostés provocarmo Páscoa Quaresma Reflexão SANTO DO MÊS Sociedade Somos Carmelitas somoscarmelitas São Martinho Vida vocacional Vocação vocação carmelita
Caríssimos catequistas, nosso ministério requer que sejamos pessoas de fé e que vivamos experiências eclesiais autênticas, representando nossas comunidades. A comunidade eclesial é origem e meta da catequese (cf. Diretório para a catequese, 133), onde aprendemos, pela experiência pastoral, o verdadeiro significado do processo evangelizador. Aprendemos que estamos disponíveis, em nome da Igreja, para o serviço de acolhimento, educação da fé e acompanhamento de todos os irmãos e irmãs que são atraídos para Cristo Jesus.
A comunidade é lugar de escuta. Nela escutamos a voz de Deus a nos chamar, as urgências de nossa comunidade, os anseios de nossos catequizandos e famílias, as orientações para o discernimento pastoral e para a realização dos itinerários da fé. Todos os itinerários serão efetivos no envolvimento e no despertar de uma vida cristã autêntica quando nós, catequistas e toda a comunidade, em diálogo dermos passos para a construção de uma pastoral orgânica, ou seja, assumindo a responsabilidade de construirmos uma comunidade mais missionária, mais catecumenal, mais eclesial e mais histórica.
O estudo 95 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em sua terceira parte, vai falar sobre algumas urgências para a catequese hoje.
Uma catequese mais missionária: uma vez que a família e a cultura não transmitem mais a fé como deveriam, a catequese precisa ir ao encontro das pessoas que procuram a comunidade ou que são chamadas por ela, para a comunicação integral da Boa nova da Salvação; não somente como tarefa dos catequistas, mas de toda a comunidade.
Uma catequese mais catecumenal: uma catequese renovada, que apresenta um itinerário catequético permanente, como processo exigente e prolongado de apresentação e compreensão dos mistérios da fé, precisa manter o foco em Jesus Cristo a fim de que todos os envolvidos sigam com fidelidade e determinação os passos de Cristo.
Uma catequese mais eclesial: o itinerário catequético não pode ser entendido como escola ou cursinho passageiro, que termina com a entrega de um certificado, mas como um processo de educação da fé, processo que leva a pessoa a uma vida de amizade com Cristo, oração, participação nas celebrações litúrgicas e na vida comunitária. A catequese tem seu lugar na comunidade eclesial porque a Igreja é espaço, sujeito e meta da catequese.
Uma catequese mais histórica: nos últimos cinquenta anos, podemos registrar avanços significativos para a catequese, pois podemos verificar a valorização da Bíblia como texto principal da catequese, a busca de conhecer a pessoa, quem é o catequizando, em suas diferentes idades e realidades, a metodologia adequada para atender às diferentes expressões de vivência comunitária da fé, considerando que todo “batizado, chamado à maturidade da fé, tem direito a uma catequese adequada” (Diretório para a catequese, 224), e a integração da família, enriquecendo a vida de muitas igrejas domésticas. Assim, a catequese vai acolhendo os pequenos e os grandes desafios do ser humano, propondo um verdadeiro e um profundo diálogo entre a vida e a Palavra de Deus.
Catequistas, é urgente resgatarmos a nossa identidade de formadores. Somos formadores de novos discípulos de Jesus Cristo e, para isso, precisamos desenvolver uma catequese fundamentada nas verdades da fé que vamos entregar, com palavras e com testemunho, aos nossos catequizandos. Temos um papel fundamental na formação de cada pessoa que vai, aos poucos, edificar a sua vida cristã como convertida ao Senhor.
Bem sabemos que não somos especialistas em tudo, mas, como fomos iniciados à vida de fé, somos iniciadores e acompanhadores no processo de conhecimento, vivência, celebração e proclamação da fé. É por isso que a catequese assume sua dimensão importante da evangelização, pois se torna permanente, uma vez que leva o catequizando para a vida interna da comunidade e desperta nele o desejo de testemunhar sua fé, dentro e fora dela.
É urgente, também, reconhecermos nossos lugares como discípulos. Cada catequista é um aprendiz, que aprende o que ensina e ensina aprendendo. Para Paulo Freire, “Quem ensina aprende ao ensinar. E quem aprende ensina ao aprender”. É nesse lugar de aprendizes que vamos crescendo na vida de fé, rumo à maturidade de Cristo (cf. Ef 4,13). Somos discípulos missionários, buscando viver a intimidade com Jesus e revelar seus ensinamentos; ao mesmo tempo em que a saciamos, provocamos a sede de Deus. Nossa missão é oferecermos uma catequese adequada que desperte a pessoa para o desejo de uma adesão pessoal e comunitária a Cristo.
Sabemos que nossos desafios são muitos, que nossa missão como catequistas tem suas deficiências e suas sombras, mas, com determinação e perseverança, vamos encontrando inspiração e motivação para acolhermos as luzes que vão iluminar nossa caminhada catequética. Podem ser pequenos sinais de avanços, mas a alegria de anunciar o Evangelho se sobrepõe aos obstáculos e a esperança de construir uma comunidade fraterna e orante fortalece o nosso “sim”. Como os apóstolos, testemunhas oculares de Jesus, vamos anunciando a Boa-Nova como testemunhas de fé, peregrinos da esperança e artífices da paz.
Nunca deixemos que o cansaço e o medo nos impeçam de caminhar, que o desânimo nos enfraqueça e que a tristeza roube de nós a alegria e a ousadia. Avancemos para “águas mais profundas” (cf. Lc 5,4), buscando alcançar a inquietude que ocupa o coração do ser humano. Que o processo de iniciação à vida cristã desperte em nós o compromisso na efetivação de uma catequese com inspiração catecumenal.
Com Cristo, vamos ancorar nossa esperança no hoje de nossa história para dialogarmos com todos numa fecunda entrega de serviço e de amor.
Continuemos juntos na missão!
Comments0