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No selo quebrado, a pedra removida o túmulo vazio e as faixas enroladas sem mais conter nenhum corpo, visualizamos a fantástica Boa Nova que comoveu ao mundo: Cristo Ressuscitou! Não somos mais escravos e galeotes do destino, condenados a uma vida miserável, sem eira nem beira. O Crucificado venceu o aguilhão da morte, derrotando todos os poderes do mal e da opressão. Festa da vida, dos pequenos e dos pobres, que convidam a toda humanidade a tornar-se a família de Deus, resgatada e liberta pelo Sangue do Redentor. A Casa Comum e toda a Criação foi renovada e transformada, pela beleza da misericórdia e ternura de Cristo Jesus.
Este evento maravilhoso irrompe desatando amarras, desbloqueando caminhos, encorajando e impulsionando os apóstolos medrosos para fora, num entusiasmo e alegria inusitadas. Abaixo o medo e a acomodação, é hora de recriar e iluminar toda nossa vida, nossos relacionamentos, nossas práticas e estruturas.
Deixemos para atrás o homem velho, indiferente, omisso, paralisado e egoísta. A corrupção não pode mandar mais em nós, pois o fermento do novo vai gerar e produzir o poder-serviço, a política do bem comum, da justiça maior e restauradora do Reino, para aprofundar a democracia e torná-la mais acessível a todos/as. A força da Páscoa de Jesus abre portas e novas perspectivas, entre homem e mulher, povo e governo, humanidade e Criação, possibilitando a verdadeira harmonia, paz e reconciliação com tudo e com todos. Cristo vive para soerguermos, para que o sonho e a esperança não acabem, para que a generosa utopia do Reino deslanche e envolva a toda a família humana irmanada e liberta. Sejamos como afirmava Dom Gueranguer, um Aleluia dos pés a cabeça comunicando com o riso Pascal a grandiosa vitória de Cristo, que nos torna livres, dignos e filhos do Pai das Misericórdias. Deus seja louvado!
Por Dom Roberto Francisco Ferreria Paz – Bispo de Campos (RJ)
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