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A vocação de ser catequista “tem sua raiz na vocação comum do povo de Deus, chamado a servir o desígnio salvífico de Deus em favor da humanidade” (Diretório para a catequese, 110). Essa vocação nasce do anúncio do Evangelho e cresce na comunidade, “lugar por excelência da formação” (Diretório para a catequese, 133), do testemunho do amor de Deus que, só por Ele, coloca-se a serviço do Reino. A missão da pessoa do catequista é, portanto, tornar visível e operativo o ministério eclesial da catequese.
O amado Papa Francisco inicia a Carta Apostólica Antiquum Ministerium apresentando a historicidade desse dom para a vida da Igreja. Não se trata de algo novo, estranho para a comunidade eclesial, mas de um carisma que se desenvolveu ainda na era apostólica, com formas próprias no seio da comunidade. “Ministério antigo é o de catequista na Igreja. Os teólogos pensam, comumente, que se encontram os primeiros exemplos já nos escritos do Novo Testamento”, disse o Papa.
Nas cartas de São Paulo, o apóstolo define claramente os carismas e ministérios: “E aqueles que Deus estabeleceu na Igreja são, em primeiro lugar, apóstolos; em segundo, profetas; em terceiro, mestres” (1Cor 12,28-31). A pessoa do catequista era compreendida como “mestre”, isso porque, diferente dos outros ministérios, o “mestre” tinha a grande tarefa de educar na fé dos apóstolos os neófitos e era justamente isso que conservava a integridade do Evangelho.
O catequista é chamado a instruir aquela porção do povo de Deus confiada a si, com conhecimento e testemunho de vida. Isso só é possível quando não se deixa “perder de vista o nosso ponto de partida”, aquele encontro pessoal com Cristo que preenche a vida de sentido (cf. Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, 1). É preciso conhecer não somente a história da Igreja, como também compreender o contexto cultural do desenvolvimento da fé, a pluralidade de carismas e ministérios, em particular o ministério da catequese e seu reconhecimento pela comunidade.
O Diretório para a catequese evidencia a importância do chamamento particular de Deus para o catequista, que exige uma resposta pronta e generosa: “O catequista é um cristão que recebe o chamado particular de Deus, que, acolhido na fé, capacita-o ao serviço da transmissão da fé e à missão de iniciar à vida cristã”(112).
A espiritualidade da vocação de catequista deve rememorar a santa ceia. Ali podemos compreender as bases dessa vocação: a comunidade, a oração, a Eucaristia e o serviço. Antes da ceia, Jesus ensinou a grande atitude de humildade ao lavar os pés dos discípulos, dizendo “Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque eu o sou. Logo, se eu, vosso Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar-vos os pés uns dos outros” (Jo 13,13-14).
Por fim, é nesse dinamismo de relação que está a base da vocação de catequista e a fonte para a vivência da fé entre os fiéis. A espiritualidade do serviço é compreendida como um gastar a vida pela causa de Cristo. Tal compreensão é consolidada a partir do vínculo com a comunidade/Igreja, que gera e educa os filhos na fé para serem verdadeiros discípulos e missionários.
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