ACONTECE NA IGREJA Amor Bíblia Carmelitas Carmelo Catecismo Catequese Catequista Catequistas CNBB Coronavírus Deus ESPAÇO DO LEITOR Espiritualidade Espírito Santo Eucaristia Família Formação Fé Igreja Jesus juventude Maria MATÉRIA DE CAPA Natal Nossa Senhora do Carmo O.Carm. Ocarm Oração Ordem do Carmo Papa Francisco Pentecostés provocarmo Páscoa Quaresma Reflexão SANTO DO MÊS Sociedade Somos Carmelitas somoscarmelitas São Martinho Vida vocacional Vocação vocação carmelita
Os frades da Província Carmelitana de Santo Elias (PCSE), por meio do canal ‘Somos Carmelitas, no YouTube, criaram a série “Aprenda com Santa Teresa de Jesus”, com o objetivo de aprofundar alguns temas da espiritualidade carmelitana, como os apresentados pela santa carmelita, mística, doutora da Igreja e mestra de oração.
Durante o mês de maio, os fiéis tiveram a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre ‘Os quatro graus da oração’ como Santa Teresa apresenta no Livro da Vida. Temática importante para quem deseja iniciar uma vida de oração e busca ter uma intimidade com Deus.
Dentro deste contexto, Frei Juliano Luiz da Silva, O.Carm. – que escreveu e apresenta a série no YouTube – também preparou alguns artigos sobre o tema, que serão publicados no site Carmelitas como forma de auxiliar os fiéis nesta caminhada oracional.
2º Grau da Oração
Passamos ao segundo modo de conseguir a água para a nossa terra. O jardineiro deve tirá-la com nora e alcatruzes movidos por um torno, dando menos trabalho e produzindo mais água.
Talvez muitos não saibam o que significa “nora e alcatruzes”. Indicam o modo com mais recipientes para puxar a água do fundo de um poço ou de um rio para a superfície. Diferentemente do modo comum, esse por conter vários baldes, traz maior quantidade de água em menor tempo. Santa Teresa relata que ela mesma utilizou essa forma algumas vezes.
Esse grau da oração chamado de quietude é de maior recolhimento, estando a alma já mais acostumada ao silêncio e podendo perceber a graça de Deus com mais clareza. Neste ponto, estar em oração não é mais uma coisa difícil e mesmo que dure muito tempo traz alegria ao coração, porque o intelecto trabalha mais lentamente e é possível que as lágrimas venham a surgir espontaneamente.
Esse modo de conseguir a água apesar de exigir trabalho principalmente mental no começo para elaborar e organizar a estrutura, depois dará ao jardineiro oportunidade de descansar e apenas receber a água. São grandes graças muito maiores que no grau anterior. Aqui, a alma vai crescendo em virtudes e o Senhor vai dando a conhecer algumas coisas do céu, o que Santa Teresa chama de “graças sobrenaturais”.
Isso significa simplesmente que, ao conhecer uma alegria que vem de Deus nós entenderemos que, na terra, todas as alegrias são passageiras. Compreendemos que tudo nessa vida passa. Riquezas, poderes, honras, prazeres e nada poderá nos satisfazer totalmente. Deus quer mostrar que está tão próximo ao ponto de não necessitar mais de mensageiros, ou seja, não precisamos nem mesmo emitir algum som, porque Ele nos entende até pelo simples movimento dos lábios.
Com mais água certamente a terra seca germinará com muitas virtudes e coisas belas. Mas, em certo momento o jardineiro poderá ter uma decepção ao perceber que não existem mais flores e a grama começa a secar. Qualquer um pode até duvidar que ali um dia houvesse um jardim. Tudo isso porque o dono poderá podar as plantas e cortas os galhos das árvores, o que pode causar sofrimento, mas, será aí que o jardineiro vai entender que nada é mérito seu e que precisa da água para manter o jardim vivo. Se continuar ali, mesmo em meio a esses problemas, cuidando daquilo que restou logo às flores voltam a brotar.
Santa Teresa fala da imensa misericórdia de Deus, porque nós, seres humanos, apesar de receber tanto amor e cuidado, percebemos que Deus nos dá tantas graças e, mesmo assim, voltamos a ofendê-lo. É preciso sempre ter a cruz diante dos olhos, como no primeiro grau, afinal, este conselho nos dá o próprio Jesus: “Pegue a sua cruz e me siga!”. Nesse grau cresce o amor sem interesse egoísta. Quanto maior a graça, mais entendemos que não possuímos nada. A alma se torna humilde, forte, disposta a tudo.
O perigo nesse grau é que tendo alcançado graças tão grandes que a alma nunca tinha experimentado, podem pensar como São Pedro que ali é o lugar onde devem permanecer para sempre.
Não se movem com medo de que aquele momento possa escapar. Santa Teresa diz que alguns não querem nem respirar. “Coitados”, diz Santa Teresa, porque da mesma forma que não dependeu deles chegar até ali, não dependerá também quanto tempo essas graças devem durar.
Frei Juliano Luiz da Silva, O.Carm.
Leia também: Aprenda com Santa Teresa de Jesus – 1º Grau da Oração
Comments0