ACONTECE NA IGREJA Amor Bíblia Carmelitas Carmelo Catecismo Catequese Catequista Catequistas CNBB Coronavírus Deus ESPAÇO DO LEITOR Espiritualidade Espírito Santo Eucaristia Família Formação Fé Igreja Jesus juventude Maria MATÉRIA DE CAPA Natal Nossa Senhora do Carmo O.Carm. Ocarm Oração Ordem do Carmo Papa Francisco Pentecostés provocarmo Páscoa Quaresma Reflexão SANTO DO MÊS Sociedade Somos Carmelitas somoscarmelitas São Martinho Vida vocacional Vocação vocação carmelita
O amor é uma característica e um fenômeno especificamente humano. Amar caracteriza a existência das pessoas. O amor caracteriza-se pelo encontro, que é sempre uma relação de pessoa para pessoa, em que dois seres humanos se põem em condições de descobrir o outro. Nessa descoberta se encontra o caráter único e irrepetível de cada pessoa. O amor inclui a contemplação e a vivência amorosas.
Ele, porém, não se identifica nem se reduz aos atributos do psicofísico, isto é, às características corporais ou particularidades psíquicas ou mentais, mas se dirige à pessoa do outro.
Reduzir a relação eu-tu de duas pessoas a uma relação do id, isto é, instintiva, impulsiva, de mera tendência e atração é não amar alguém, mas uma parte de si mesmo em alguém.
Uma visão reducionista do ser humano transforma a existência em meras sensações vitais ou padrões sociais. O amor é reduzido por um lado a simples impulsividade sexual (psicologismo) ou a mero vínculo social (sociologismo). Amar não é transferência de seus impulsos sobre o outro, nem busca e satisfação de poder.
É preciso e é possível ultrapassar o eu-tu em busca do nós. Isso significa que é possível não apenas uma relação interpessoal, mas intrapessoal.
O amor é a força primária do ser humano. Tudo o que cada pessoa busca e precisa é amar. Nisso está sua autorrealização existencial, que não acontece sem outra existência.
A pessoa não se nutre por autodigestão, não se realiza totalmente só. Não é possível ser alguém no sentido profundo da palavra promovendo o individualismo. A comunhão é uma característica do ser humano. Fomos criados para ser comunhão, viver comunhão: “Quase poderia dizer que só existo na medida em que existo para os outros, em última instância, ser é amar” (Mounier, 1962:20).
É preciso amar o outro para não coisificar a pessoa, isto é, tratar o próximo como um objeto, utilizando-o como um instrumento das disposições e interesses de alguém, catalogando-o segundo critérios reducionistas, não o considerando propriamente humano ou não esperando que seja humano. “Viver, no sentido pleno da palavra, não é existir ou subsistir, limitar-se a existir ou subsistir, senão dispor-se de si, dar-se” (Marcel, 1954).
A comunidade humana aparece como algo necessário interiormente, cujo sentido está no ser para os outros. Assim, o sentido da vida humana é sempre orientado e referido a ser com os outros, para os outros, a ser comunhão.
Muitas vezes, pensa-se ou supõe-se que amar é algo que já sabemos por natureza e que é algo fácil. Pode-se, por vezes, supor que devemos ser amados antes que amar. A arte de amar é uma descoberta permanente e um processo ininterrupto. A capacidade de amar só se adquire plenamente na maturidade pessoal. O amor infantil diz: “Te amo porque te necessito” (o que é um afeto egoísta), mas, o amor maduro expressa “Te necessito porque te amo”. O amor imaturo diz “Amo porque preciso de você”, o amor maduro segue este outro preceito, “Amo porque amo”.
Amar é dar a vida sem reservas enquanto o egoísmo mata a vontade da pessoa, que deseja receber o que não é capaz de gerar em alguém (aqui se aplica perfeitamente a lei da reciprocidade, em que a mais bem-aventurada atitude é dar em vez de receber).
“Amor é a única maneira de captar outro ser humano no íntimo de sua personalidade. Ninguém consegue ter consciência plena da essência última de outro ser humano sem amá-lo. Quando nada mais resta, a verdade de que o amor é, de certa forma, o bem último e supremo que pode ser alcançado pela existência humana.” (Viktor E. Frankl)
Comments0