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A espetacular conversão de Paulo é fruto de seu encontro pessoal com o Ressuscitado. Ele mesmo narra sua história de salvação pessoal, tendo como ponto fundamental da sua conversão a sua experiência de encontro com Jesus, que lhe aparece no caminho de Damasco (cf. At 9,3-30; 22,4-16; 26,9-18).
Como era Paulo antes desse encontro com Cristo? Saulo foi formado um homem temente a Deus e fiel seguidor do judaísmo, do grupo dos fariseus (cf. Gl 1,11-16). Era um perseguidor feroz que devastava a Igreja, entrava nas casas, agarrava homens e mulheres e os colocava na prisão. Respirava ameaças de morte contra os discípulos do Senhor, buscando prender todos os seguidores do caminho (cf. At 8,1.3). Jesus o chama de seu perseguidor: “Saulo, Saulo, por que me persegues? (…) Eu sou Jesus, a quem tu persegues” (At 9, 4-5).
Quão belo é contemplar a manifestação da misericórdia de Deus na vida de Saulo, que de perseguidor é transformado em um apóstolo configurado a Cristo pela ação do Espírito Santo (cf. Gl 2,20; 5,17-21). A conversão de Saulo revela-se um testemunho extraordinário da vitória do Ressuscitado, que pode “atrair tudo a si” (Jo 12,32). Nele brilha a verdade que “Deus não se deixa vencer pela incapacidade do ser humano, pelo contrário, Ele lhe quer bem apesar de tudo e sem cessar; Ele o aceita justamente como ser pecaminoso, dirigindo-se a ele para santificá-lo e amá-lo”, como bem afirmou Bento XVI (Joseph Ratzinger, Introdução ao cristianismo: preleções sobre o símbolo apostólico com um novo ensaio introdutório, p. 25).
Se o coração do homem está pesado, angustiado e endurecido, o Senhor pode dar lhe um coração novo. Com efeito, a obra da conversão é uma iniciativa de Deus que reconduz os corações a Ele. O homem se converte olhando para aquele que foi transpassado por seus pecados. Enfim, é o precioso sangue de Cristo, derramado para a salvação do mundo, e o Espírito Santo que dão a graça do arrependimento e da conversão (cf. Catecismo da Igreja Católica, 1432-1433).
Conversão e salvação acontecem juntas (cf. Mc 16,15; At 2,38-40). Do mesmo modo, dá-se na relação entre graça e liberdade; por um lado, há a graça da salvação concedida por Deus e, por outro, o homem dá livremente sua resposta. Nesse sentido, o cristão chamado à santidade vive um estilo de vida em um crescente processo de conversão. Para isso é de suma importância a sua participação na Igreja, pois nela se coopera com a graça que age, sobretudo, na Palavra de Deus e nos sacramentos.
Que a história de conversão de Paulo seja a luz que faça você reconhecer que em toda situação Deus tem poder para salvar, sim; o amor de Deus é sempre maior. Louvado seja Deus pela vitória de Cristo em São Paulo!
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