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Por um simples ato de sua vontade, Deus fez o mundo – a partir do nada, pois, no princípio, só Ele – Eterno – existia.
Conta a Bíblia, no Gênesis, que Deus criou o mundo em seis dias e no sétimo descansou. Estes “seis dias” correspondem a épocas que podem ter durado milhões de anos. Como já foi dito, a intenção do autor sagrado não era fazer obra científica. Sua finalidade era levar aos homens o conhecimento de Deus. Por isso Moisés usou a linguagem de seus contemporâneos, aludindo a fenômenos da natureza, empregando imagens alegóricas.
PRIMEIRO DIA
“No Princípio, Deus criou o céu e a terra”, isto é, o mundo espiritual e o mundo corporal. Ai o céu é o mundo espiritual, o mundo de nosso destino definitivo, após vivermos no mundo passageiro. O mundo material começou em estado de caos (sem forma, nem luz).
A matéria primitiva, que foi chamada por Moisés de terra, por efeitos das leis naturais (estabelecidas por Deus), modificou-se. Esta evolução é devida não à essência da matéria, mas à vontade de Deus, expressa por Sua palavra criadora “Faça-se”
Segundo cientistas, esta matéria primitiva seria gasosa e ocupava o universo. Ora, isso não contraria a narrativa bíblica, pois todos os metais e todos os minerais elevados a uma temperatura suficiente se tornam gasosos, ocupando um espaço bem maior (todo o universo). Além disso, a análise espectral demonstra que o sol, os planetas e as estrelas fixas são compostos dos mesmos elementos que a terra, o que permite a conclusão de uma origem comum.
De acordo com a Bíblia, ainda, no “primeiro dia”, Deus disse: “Faça-se a luz”. A força de atração (Gravidade) e o choque dos átomos produziram a luz e o fogo.
“E a luz existiu”. Imaginemos o clarão de uma imensa bola de fogo explodindo no espaço. (Calcula-se que essa explosão radioativa se deu há cerca de 18 bilhões de anos)
SEGUNDO DIA
No “segundo dia”, Deus fez o firmamento e separou umas águas das outras. Houve a separação, ordenação e solidificação das massas criadas.
“E Deus chamou o firmamento de céu” (não se trata, ai porém, do céu dos espíritos, mas sim da atmosfera terrestre). Uma parte daquela massa cósmica, solidificada, passou a constituir a terra propriamente dita.
TERCEIRO DIA
A partir do “terceiro dia”, deixando os outros astros, que continuaram a se formar, Moisés ocupa-se exclusivamente com a terra. Neste período (calculado por estudiosos em alguns milhares de anos depois de formada), a terra, em fusão, pelo contínuo resfriamento, passou do estado gasoso para o líquido. Continuando a perda de calor, formou-se a crosta sólida.
“As águas que estão debaixo do céu juntem-se num só lugar e apareça o elemento árido. E Deus chamou ao elemento árido, terra e ao conjunto das águas, mares”. Com o solo úmido e sob a influência do calor e da luz, formou-se o ambiente para o surgimento da vida. E nasceram as plantas.
QUARTO DIA
No “quarto dia”. Deus disse: “Sejam feitos, luzeiros no firmamento do céu e separem o dia da noite, sirvam para sinais e para distinguir os tempos, os dias e os anos”.
Pelo contínuo resfriamento da terra, com as águas exalando menos vapor, os outros astros tornaram-se visíveis e, ao mesmo tempo, a influência do sol se manifesta na distinção dos dias e das noites e nas estações do ano.
QUINTO DIA
No “quinto dia” surgem os peixes e as aves. Pela primeira vez aparece a palavra VIDA. Aqui o autor volta ao verbo criar (omitido nos outros “dias”), querendo, talvez, significar que a vida, como a matéria bruta, só se poderia originar por especial intervenção divina.
SEXTO DIA
No “sexto dia”, Deus fez os outros animais e, por fim, o HOMEM – o homem, como síntese, como acabamento, tendo em si todas as formas de vida (vegetativa, animal e racional).
SÉTIMO DIA
No “sétimo dia”, “Deus descansou”. “E abençoou o sétimo dia e o santificou”. Santificar, significa “reservar para Deus”. “Descansando”, “abençoando” e “santificando” o “sétimo dia”, Deus nos adverte que “o homem, elevando consigo as demais criaturas, deve voltar-se para Deus, onde tudo encontra repouso e consumação”
COMPLEMENTAÇÃO
Nenhuma das sentenças propostas para explicar a origem do universo procede além de uma massa de matéria primitiva, donde todos os corpos derivam. Esta massa é simplesmente pressuposta e os cientistas só traçam a gênese do mundo a partir dela. Isto é legítimo, pois a observação não lhes permite ir além. A sã razão, e muito mais a fé, compete completar o explicação da ciência.
A matéria não pode ser eterna, pois ela tem uma história ou evolução – e o que muda não tem, por si mesmo, plenitude de ser, perenidade ou eternidade. Ora, quem daria início à matéria primitiva, senão alguém eterno e imutável, tendo em si mesmo a perfeição do ser, conhecendo a razão de ser das coisas que mudam, que ora são, ora não são (pois passam por estágios diferentes), que hoje se apresentam de um modo, amanhã de outro?
Por um ato de soberana potência, somente Deus poderia fazê-lo. Esta é mais uma conclusão da reta inteligência, e uma das afirmações básicas da fé.
Sócrates, Platão, Aristóteles, gênios da humanidade, proclamaram em sua Filosofia a existência de um Deus, criador do universo. E os gregos em geral, além e acima de deuses de sua fantástica mitologia, admitiam um “Deus desconhecido”. A idéia de uma divindade criadora está presente em todos os povos de todos os tempos.
Relativamente ao descanso de Deus, o homem deve trabalhar com ordem e harmonia – e fazer uma pausa para contemplar sua obra, analisá-la, meditar e, como criatura, louvar o Criador.
Depois da criação, “Deus viu todas as coisas que tinha feito e viu que eram boas”.
Felizes seremos imitando o Divino Artífice.
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