ACONTECE NA IGREJA Amor Bíblia Carmelitas Carmelo Catecismo Catequese Catequista Catequistas CNBB Coronavírus Deus ESPAÇO DO LEITOR Espiritualidade Espírito Santo Eucaristia Família Formação Fé Igreja Jesus juventude Maria MATÉRIA DE CAPA Natal Nossa Senhora do Carmo O.Carm. Ocarm Oração Ordem do Carmo Papa Francisco Pentecostés provocarmo Páscoa Quaresma Reflexão SANTO DO MÊS Sociedade Somos Carmelitas somoscarmelitas São Martinho Vida vocacional Vocação vocação carmelita
Naquele tempo, Jesus “(…) deixou de novo as fronteiras de Tiro e foi por Sidônia ao mar da Galileia, no meio do território da Decápole. Ora, apresentaram-lhe um surdo-mudo, rogando-lhe que lhe impusesse a mão. Jesus tomou-o à parte dentre o povo, pôs-lhe os dedos nos ouvidos e tocou-lhe a língua com saliva. E levantou os olhos ao céu, deu um suspiro e disse-lhe: ‘Éfeta!’, que quer dizer ‘Abre-te!’. No mesmo instante, os ouvidos se lhe abriram, a prisão da língua se lhe desfez e ele falava perfeitamente. Proibiu-lhes que o dissessem a alguém. Mas quanto mais lhes proibia, tanto mais o publicavam. E tanto mais se admiravam, dizendo: ‘Ele fez bem todas as coisas. Fez ouvirem os surdos e falarem os mudos!’” (Mc 7,31-37).
Essa passagem do Evangelho de São Marcos nos mostra a compaixão de Jesus pelo homem que não ouvia e não falava, compaixão traduzida em gestos de amor: chama-o para fora da multidão, põe o dedo nos seus ouvidos, toca sua língua e diz “abre-te”.
Somos chamados a acolher as pessoas que estão sofrendo, manifestando nosso carinho e atenção, crendo na Palavra de Deus, que é viva e eficaz.
Lembro-me de que, no ano passado, o reitor do Santuário Nossa Senhora Aparecida e Beato Donizetti, em Tambaú (SP), e eu fomos chamados para rezar para uma criança que nascera surda. A família já havia levado o menino a dois médicos. Fora submetido a muitos exames e o resultado tinha deixado todos tristes e sem esperança. Então, resolveram nos procurar e pedir oração e a bênção de Deus. Marcamos para uma quarta-feira depois da Missa da noite. Vieram cerca de sete pessoas. A mãe segurava o menino no colo. Tivemos uma ideia: vamos pegar o manto de Nossa Senhora Aparecida, tocar os ouvidos dele e pedir a cura, dizendo a mesma palavra de Jesus, “Éfeta”. Assim procedemos e a família voltou para casa. Naquela mesma semana, perceberam algo diferente. O menino começou a prestar atenção às conversas e a interagir com os pais. Antes, quando as pessoas conversavam, ficava parado, quieto. Nessa semana, virava a cabeça para quem falava, demonstrava ouvir alguma coisa. O médico que o acompanhava havia marcado um retorno para aqueles dias e eles o levaram. Depois dos exames, o médico, surpreso, perguntou: “Que aconteceu? Ele não tem nada nos ouvidos. Estão perfeitos. A criança está escutando normalmente, sem problemas”. No dia seguinte, vieram ao santuário para agradecer a graça alcançada.
O Papa Francisco, no Angelus do dia 5 de setembro de 2021, meditando o Evangelho de Marcos, disse: “A cura do surdo-mudo tem um valor simbólico particular. Aquele homem não conseguia falar porque não podia ouvir. Todos nós temos ouvidos, mas muitas vezes não conseguimos ouvir. Por quê? Existe a surdez interior e ela é pior do que a física, pois é a surdez do coração. Na nossa pressa, com mil coisas para dizer e fazer, não encontramos tempo para parar e ouvir aqueles que falam conosco. Corremos o risco de nos tornarmos impermeáveis a tudo e a não dar lugar àqueles que precisam ser ouvidos. Pensemos na vida em família: quantas vezes falamos sem ouvir primeiro, repetindo as próprias ladainhas, sempre as mesmas! A cura do coração começa com a escuta. Ouvir. E isso cura o coração”.
Deixemos Jesus tocar nossos ouvidos interiores. Estejamos abertos à sua Palavra para vencermos a impaciência, a pressa e a indiferença. Que o Senhor nos cure como fez com aquele homem há quase 2 mil anos e com o menino que ouviu dos lábios dos padres, em 2021, “Éfeta”, abre-te!
Comments0