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Na Eucaristia, Jesus está presente com seu corpo, sangue, alma e divindade. Depois da consagração do sacerdote, ainda que o pão e o vinho mantenham a mesma aparência, sua substância muda. O fiel que se alimenta do “Pão da Vida” é profundamente transformado por Deus.
A Eucaristia é o próprio Cristo. Seu corpo, sangue, alma e divindade se encontram plenamente no pão e no vinho consagrados.
A Eucaristia é o próprio Cristo. Quando o sacerdote invoca o Espírito Santo e repete as palavras de Jesus na Última Ceia: “Este é o meu corpo que será entregue por vós” (e o mesmo com o cálice), nesse preciso momento, o pão se converte no corpo de Cristo e o vinho, em seu sangue, mas sem modificar a figura, a cor, o cheiro ou o sabor nem do pão, nem do vinho. A substância do pão se converte na substância do corpo de Cristo; a do vinho, na do sangue de Cristo.
Mas é somente a substância que muda (a realidade mais profunda), não a aparência: a Eucaristia continua mostrando as características do pão e do vinho, e não as do corpo humano. Por isso, mais uma vez, a presença de Deus está velada e não é conhecida pelos sentidos, mas somente pela fé, segundo destaca o Catecismo da Igreja Católica, citando São Tomás de Aquino.
Esta discreta, mas poderosa presença inspirou grandes obras de arte, surpreendendo milhões de pessoas nos últimos dois mil anos, da Última Ceia de Jesus com seus discípulos, antes da sua morte e ressurreição. O ex-ministro protestante americano Scott Hahn, convertido ao catolicismo, expressa assim a sua descoberta: “Enquanto eu via o sacerdote levantar a hóstia branca, senti que surgia do meu coração uma oração, como um sussurro: ‘Meu Senhor e meu Deus. Realmente és Tu!’”.
Jesus Cristo vivo e glorioso está presente hoje no mundo de diversas maneiras: em sua Palavra, na oração da sua Igreja, “onde dois ou mais estiverem reunidos no meu nome” (Mt 18, 20), nos pobres, nos doentes, nos presos, nos sacramentos, na Missa, no sacerdote. Mas sobretudo, substancialmente, está presente sob as formas físicas do pão de trigo e do vinho da videira, consagrados.
A presença de Cristo é real, não aparente. O próprio Jesus disse isso e a Igreja Católica o confirmou sempre, consciente da importância crucial desta verdade de fé.
Parece escandaloso reconhecer que Deus está em um pedaço de pão e que nós nos alimentemos dele. De fato, quando Jesus anunciou isso, muitos o abandonaram. E ao longo da história do cristianismo, o questionamento da presença real de Cristo na Eucaristia suscitou numerosas heresias e divisões. Apesar de tudo, Jesus e a Igreja Católica a mantiveram como elemento central. “Minha carne é verdadeira comida e meu sangue é verdadeira bebida”, reafirma Jesus no capítulo 6 do Evangelho de São João; Cristo está na Eucaristia “de maneira verdadeira, real e substancial”, declara o Concílio de Trento no século XVI, rejeitando a ideia de que o sacramento seria somente um símbolo ou um sinal de um corpo ausente.
O corpo de Jesus presente nos altares, custódias e sacrários é adorado por milhões de pessoas como “verdadeiro” (verum corpus), com belíssimos hinos de grandes poetas e compositores, para diferenciá-lo de um corpo só “aparente” e também do corpo “místico”, que é a Igreja.
Por meio da sua presença real, única e misteriosa sob a aparência do pão, Jesus cumpre, de modo supremo, a sua promessa de estar conosco sempre, como afirma no final do Evangelho de Mateus.
No pão consagrado, Cristo se entrega à pessoa humana como alimento que transforma a existência e antecipa a vida em Deus e com Deus.
Assim como o grão de trigo é enterrado e se desfaz para que depois cresça uma nova espiga, com a qual se fará o pão, Jesus se entrega totalmente para que a nova vida, eterna, chegue a cada pessoa. Ele o fez em Jerusalém por volta do ano 30 e o renova em cada consagração do pão. É um dom total de amor, um sacrifício para inaugurar a passagem da morte à vida.
Graças a isso, a Eucaristia é, em palavras de Bento XVI, “o grande e permanente encontro de Deus com os homens, no qual o Senhor se entrega como ‘carne’, para que nele, e na participação em seu caminho, nós nos convertamos em espírito”. Da mesma maneira que Ele, por meio da cruz, se transformou em uma nova forma de corporeidade e humanidade que se compenetra com a natureza de Deus, esse alimento deve ser para nós uma abertura da existência, um passo através da cruz e uma antecipação da nova existência, da vida em Deus e com Deus.
Salvos de suas quedas cotidianas e unidos em comunhão, os que se alimentam do único “pão da vida” são eternamente o próprio Corpo de Cristo. Assim, a presença real de Cristo na Eucaristia antecipa a presença divina definitiva, da qual desfrutarão após a morte física, ao passar ao Pai.
Por Aleteia
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