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Para nós, catequistas, a missão de evangelizar requer uma incansável perseverança e uma contagiante alegria para anunciarmos o Evangelho com fé e com espírito de liderança na comunidade da qual fazemos parte. Essa liderança deve ser reflexo do nosso compromisso com a Palavra de Deus, como a luz que ilumina os nossos passos e como a luz que queremos portar em nosso ministério. A liderança cristã tem sua origem na liderança de Jesus, porque Ele trouxe um sentido novo com o seu modo de liderar: guiou a sua comunidade por meio do serviço e não pela força ou por meio do poder.
O ser humano sempre precisou de líderes. Na Bíblia, encontramos no Livro do Êxodo uma passagem que nos fala de liderança. Jetro, o sogro de Moisés, aconselhou-o com as seguintes palavras: “Escolha entre o povo homens capazes e tementes a Deus, que sejam seguros e inimigos do suborno: estabeleça-os como chefes de mil, de cem, de cinquenta e de dez. Eles administrarão regularmente a justiça para o povo: os assuntos graves, eles trarão a você; os assuntos simples, eles próprios resolverão. Se você fizer assim e Deus lhe der as instruções, você poderá suportar a tarefa, e o povo voltará para casa em paz” (Ex 18,21-23). Jetro entendia e assumia certa liderança, com suas palavras aconselhou Moisés e mostrou como uma ação pensada e bem planejada poderia trazer bons resultados para a missão.
Saber liderar é uma arte. O catequista pode assumir sua liderança na comunidade à luz da liderança de Jesus, sendo ela de fé (revelando sua disciplina e disponibilidade para o serviço) e de esperança (revelando o seu modo de viver e conviver em comunidade).
A liderança de Jesus foi sempre um compromisso de amor. Tudo o que fez tem o seu fundamento no amor (cf. Jo 13,34-38). Ele viveu uma vida de comunhão com o Pai e com o seu povo para expressar o verdadeiro sentido do que é amar. Ele tinha uma metodologia própria: aproximava-se para chamar.
Recordemos os diversos chamados que aconteceram em diferentes cenários e com diferentes grupos de pessoas:
Sua liderança revelava-se em suas palavras e em suas atitudes, quando falava com conhecimento – era uma autoridade (todos ficavam admirados…) (cf. Mc 1, 21-22); falava a verdade – era um mestre (não enganava, nem escondia nada…) (cf. Mc 10,43-45); falava a todos – era um educador (conforme podiam entender) (cf. Mc 4,33-34).
Ele foi um líder comprometido e integrador, promovia a amizade entre os seus discípulos porque considerava que todos eram iguais, foi um líder responsável, que planejava suas ações porque considerava que todos eram importantes e foi um líder autêntico que “vestiu a camisa”, era obediente à vontade do Pai porque considerava que todas as pessoas eram dignas de sua Boa-Nova. Entretanto, tudo isso não o isentou dos desafios e das situações embaraçosas diante das autoridades políticas e religiosas do seu tempo. Ele protagonizava o anúncio do Deus do Reino e o anúncio do Reino de Deus para as pessoas, não para que continuassem vivendo como meros ouvintes, mas, para que colocassem em prática a Palavra de Deus.
Com o claro objetivo de guiar seu rebanho para a unidade, disse: “Que todos sejam um” (Jo 17,21). A liderança de Jesus promovia o acolhimento, a iniciação à fé e vida comunitária.
Comprometidos com o Evangelho, podemos assumir o protagonismo de nossa liderança na comunidade por meio da esperança que nos ajuda na experiência de sabermos viver e conviver como irmãos na fé. Busquemos construir uma comunidade que possa refletir o rosto de Jesus, as atitudes de Jesus e a esperança de Jesus. Com isso, poderemos resgatar a força de nossa humanidade nos relacionamentos e nos serviços.
Jesus deixa claro, para nós catequistas, que estamos na comunidade, servimos a ela, fomos chamados do meio dela, mas não somos donos dela; não estamos sozinhos. Ele caminha à nossa frente, ao nosso lado e dentro de nós; a comunidade precisa ser uma casa de portas abertas. Precisamos manter as portas e o coração da comunidade sempre abertos para aqueles que desejam encontrar o Senhor, que buscam caminhar com Ele e que procuram assumir a fé cristã.
Liderança não é uma posição, é um serviço, um compromisso com um grupo de pessoas, sendo para todos um líder animador e promotor de comunhão. Podemos desenvolver o exercício da liderança com serenidade e com empatia, aprendendo a sermos mais solidários e amigos. É possível adquirir as habilidades essenciais da liderança por meio do conhecimento da realidade e de muito treinamento. Uma liderança saudável se constrói por meio de um processo permanente, consciente e planejado.
Queridos catequistas, busquemos incentivar e promover a unidade e a amizade entre os membros da comunidade; sejamos incentivadores diante das dificuldades, encorajando as pessoas no caminho do seguimento; caminhemos compartilhando esperanças, abrindo caminhos para a escuta da Palavra e inspirando pessoas para a vida comunitária. Assim como ensinou o apóstolo Paulo (cf. Fl 3,13b), precisamos olhar para frente e firmar nossos passos na missão de evangelizar.
Vamos assumir o compromisso de promover uma vida de harmonia e de paz em nossa comunidade sempre com palavras inspiradoras e positivas, olhar abrangente e generoso, passos firmes, silêncio restaurador, vida de oração e de escuta da Palavra de Deus, participação ativa na vida da Igreja por meio de uma cristã autêntica.
Perguntemo-nos: quais passos podemos dar para um novo tempo à luz
dos ensinamentos de Jesus?
Continuemos juntos na missão!
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