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O Venerável Fulton Sheen parece ter um talento especial não só para falar abertamente sobre assuntos profundos, mas também para enxergar o coração da condição humana. Sobre a Páscoa, ele escreve: “O que é mais peculiar na Páscoa é que, embora os seguidores de Jesus o tinham visto dizer que Ele destruiria os grilhões da morte, quando Ele realmente o fez, ninguém acreditou. (…) Os seguidores não estavam esperando uma Ressurreição e, portanto, não imaginavam que veriam algo que eles estavam tão ardentemente desejando” (“Caminho para a Paz Interior”).
Sheen reflete sobre o relato do Evangelho em que Maria Madalena foi ao túmulo para ungir o corpo de Cristo, não acreditando que a Ressurreição poderia ocorrer, como prometido. E eu me pergunto: apesar de eu ter me preparado ao longo de toda a Quaresma para a vinda da Páscoa, e inclusive comemorado com alegria quando ela chegou… realmente vivo como alguém que acredita que Cristo ressuscitou e está aqui comigo hoje?
No Domingo de Ramos, o Papa Francisco nos recordou que “a nossa alegria não nasce do fato de possuirmos muitas coisas, mas de termos encontrado uma Pessoa: Jesus, que está no meio de nós; nasce do fato de sabermos que, com Ele, nunca estamos sozinhos, mesmo nos momentos difíceis, mesmo quando o caminho da vida é confrontado com problemas e obstáculos que parecem insuperáveis”. E, nestes últimos dias, à medida que eu meditava sobre o sofrimento e morte de Cristo, ia me lembrando de todas as muitas coisas que Ele fez por mim.
Mas agora que nos encontramos nesta Oitava da Páscoa, em meio à comemoração, ficou claro para mim quão fácil é esquecer qual foi verdadeiramente a finalidade da Quaresma. Na Quaresma, nós recordamos que Cristo morreu como vítima de expiação pelos nossos pecados. Nós fazemos penitência, recebemos o sacramento da Reconciliação, decidimos ser melhores. No entanto, assim que termina a celebração dominical da Páscoa, eu rapidamente me esqueço daquelas penitências, deixando de me alegrar verdadeiramente na Ressurreição. Com cinzas e sacrifícios, a Quaresma é um período muito visível; como resultado, a época da Páscoa pode facilmente ser deixada de lado.
De fato, quando eu rapidamente me esqueço de que ainda é a Páscoa durante oito dias, tenho de me questionar se eu, como Maria Madalena, não estou acreditando no que Cristo nos prometeu – que Ele está aqui conosco, comigo, a cada dia. Vivendo profundamente a Oitava de Páscoa, a Igreja está nos dizendo que este tempo de riqueza espiritual não acabou. Ao contrário: ele acabou de começar! A Oitava da Páscoa é enriquecedora porque, nestes dias, reafirmamos a nossa fé em que o Cristo ressuscitado está verdadeiramente nos acompanhando em nossa caminhada terrena.
O Santo Padre fala com tanta clareza sobre a pessoa de Jesus, que realmente toca meu coração. O Papa Francisco não fala sobre Deus como se Ele fosse uma teoria ou conceito teológico, mas nos lembra por que nos alegramos com a Ressurreição. Também durante a homilia do Domingo de Ramos, o Papa exclamou. “Sigamos Jesus! Nós acompanhamos, seguimos Jesus, mas sobretudo sabemos que Ele nos acompanha e nos carrega em seus ombros: aqui está a nossa alegria, a esperança que devemos levar a este nosso mundo. E, por favor, nãodeixeis que vos roubem a esperança! Não deixeis que vos roubem a esperança… aquela que nos dá Jesus!”.
Minha oração nesta Páscoa é para que eu possa encontrar mais plenamente Jesus Cristo a cada dia. Quando eu me sentir desanimada com a falta de compreensão do verdadeiro significado do casamento em nossa nação, tentarei reconhecer que Deus está cuidando de nosso país e revelará a sua verdade àqueles que honestamente a procuram. Quando eu sentir que não consigo fazer tudo que eu preciso fazer, vou orar para que Deus me dê forças para me concentrar naquilo que é importante. Quando eu sentir tristeza, tentarei dirigir meu olhar a Jesus, lembrando quesomente Ele pode satisfazer o meu coração inquieto.
Uma das minhas passagens favoritas do Evangelho é quando, depois da Ressurreição, alguns dos apóstolos vão pescar. Apesar de terem estado no mar por muitas horas, eles não foram capazes de pescar nada sozinhos. Pouco tempo depois, Jesus apareceu e lhes pediu que lançassem as redes novamente. Eles ouviram Cristo e pescaram abundantemente.
Durante esta Oitava da Páscoa, isto é o que eu comemoro: que o Senhor está aqui, comigo, ajudando-me no meu trabalho cotidiano e na minha busca diária pela virtude. Se eu O ouvir, como os apóstolos, também serei capaz de encontrar abundância em minha vida.Independentemente das lutas que cada um de nós tem, quando realmente colocamos a nossa fé em Cristo ressuscitado, podemos ser os discípulos que o Papa Francisco nos convida a ser: um povo de esperança e um povo de alegria!
Por Caitlin Bootsma (via Aleteia)
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