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A Campanha da Fraternidade, ato caritativo e social promovido pela Igreja do Brasil neste tempo quaresmal, tem como tema nesse ano, como é sabido, “Fraternidade e Saúde Pública”, e como lema “Que a saúde se difunda sobre a terra” (Eclo 38,8), com o objetivo geral de “refletir sobre a realidade da saúde no Brasil em vista de uma vida saudável, suscitando o espírito fraterno e comunitário das pessoas na atenção aos enfermos”.
A saúde é um dom de Deus que se confunde com a nossa vida. Jesus, vindo para salvar a humanidade, veio salvar o homem todo, alma e corpo.
A cura da alma teve e tem a preferência de Jesus. Isso fica bem visível no milagre do paralítico. Quando lho apresentaram, deitado na maca, pedindo obviamente que o curasse, Jesus disse: “Filho, tem confiança, teus pecados te são perdoados” (Mt 9,2), mostrando a necessidade de se curar a alma mais que o corpo. Depois, claro, ele curou o paralítico, demonstrando sua divindade e seu interesse também na saúde do corpo. Ademais, Jesus se identifica com os enfermos, nos quais quer que nós o vejamos, ao cuidarmos deles: “estive enfermo e cuidastes de mim” (Mt 25,36). Ele ensinou também que os doentes precisam de médico (Mt 9, 12).
Aliás, o capítulo 38 do Eclesiástico, do qual é tirado o lema da Campanha, seria uma resposta sagrada à objeção subjacente entre os judeus de então de que não seria necessário cuidar da saúde, mas apenas confiar em Deus: “Honra o médico, porque ele é necessário; foi o Altíssimo quem o criou. De Deus lhe vem a sabedoria… O Altíssimo faz sair da terra os medicamentos, e o homem sensato não os rejeita… O Altíssimo deu aos homens a ciência, para que pudessem honrá-lo por suas maravilhas. Com os remédios o médico acalma a dor e, com eles, o farmacêutico prepara os unguentos: assim, suas obras não ficam inacabadas e a saúde se difunde sobre a terra… Filho, se adoeceres, não te descuides, mas roga ao Senhor, e ele há de curar-te… e recorre ao médico, pois também a ele o Senhor criou. E ele não se afaste de ti, pois tens necessidade de seus serviços… Peca na presença daquele que o criou quem não se submete ao tratamento do médico” (Eclo 38 1- 15).
Essa Campanha da Fraternidade visa também sensibilizar a todos sobre a dura realidade de muitos dos nossos irmãos que não têm acesso à assistência de Saúde Pública condizente com suas necessidades e dignidade. E a razão da insistência da necessidade de atenção aos pobres é dada pelo Papa Leão XIII: “O Estado, na proteção dos direitos particulares, deve preocupar-se, de maneira especial, dos fracos e dos indigentes. A classe rica tem menos necessidade da tutela pública. A classe indigente, ao contrário, sem riquezas que a ponham a coberto das injustiças, conta principalmente com a proteção do Estado” (Leão XIII, Rerum Novarum 20). Segundo o Índice de Desempenho do SUS (IDSUS), lançado dia 1º de março pelo Ministério da Saúde, que mede o acesso e a qualidade nos serviços da rede pública, apenas 6,2% dos municípios tem serviço de boa qualidade. Estamos longe, portanto, de um atendimento digno à saúde.
Dom Fernando Arêas Rifan
Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney
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