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Despojarmo-nos das coisas supérfluas e doá-las a quem necessita torna-nos mais coerentes com a palavra de Jesus, que diz “Quem de vocês não renuncia a tudo o que possui não pode ser meu discípulo” (Lc 14,33).
Assim começa nossa aventura de caminhar seguindo Jesus. Ele veio fazer uma revolução para mudar o mundo e nós que queremos segui-lo. Cumprindo seus ensinamentos, devemos procurar também modificar o mundo, produzir uma profunda renovação na sociedade, fazer nascer a fé nos corações das pessoas, reacendê-la nas pessoas que não se comprometem seriamente com o seguimento de Jesus, o que repugna aos homens e mais ainda a Deus. Jesus disse: “Eu vim trazer fogo sobre a terra e que outra coisa desejo senão que se acenda?” (Lc 12,49). Vamos acender os corações – começando pelos nossos –, fazendo circular entre nós o verdadeiro amor.
Toda mudança, qualquer revolução precisa de uma estratégia e ordem. É preciso um método e meios que ajudam a atingir os objetivos, a conduzir à vitória certa. Qual é a tática da nossa revolução pacífica?
É verdade que, muitas vezes, sentimos o coração explodir de alegria pelo desejo de comunicar aos outros o imenso tesouro que descobrimos quando seguimos Jesus e amamos a todos como Ele ama e ensina. Muitas vezes comunicamos nosso entusiasmo e até convidamos outros a seguir o que o Evangelho ensina. Às vezes, nossas palavras não são bem aceitas, compreendidas, mas há também quem as entende e segue também nosso convite. Outras vezes encontramos, no ambiente onde estamos, indiferença, incompreensão e até zombarias. Tudo isso talvez aconteça porque não usamos a tática fundamental de nossa revolução.
No entanto, e encontramos a pérola preciosa, se descobrimos algo belo e bom que transforma nossas vidas e nos dá sentido para viver, conservemos tudo isso nos corações. Agradeçamos a Deus e peçamos a Ele ardentemente, no silêncio de nossos quartos, ou diante de Jesus presente no tabernáculo nas igrejas ou mesmo no profundo de nossos corações onde Ele habita, para que nos faça verdadeiros apóstolos seus.
Em seguida, antes de falar, comecemos por fazer, isto é, a amar. Era assim que Jesus fazia: agia e depois ensinava.
Olhe ao seu redor e em todas as pessoas que encontrar veja nelas o próprio Jesus. Ame as pessoas.
Se elas sofrem, sofra com elas. Se estão alegres, alegre-se com elas. Elas têm preocupações? Console-as. Estão em dificuldades? Divida-as com elas. Querem jogar? Jogue com elas. Querem passear? Acompanhe-as. Querem estudar? Ajude-as. Ajude sua mãe em casa quando ela precisa. Ajude a cuidar do irmãozinho ou dos avós idosos ou enfermos. Seja para eles como um anjo da guarda.
Enfim, ame, ame sempre. Mesmo que isso lhe custe, faça tudo que puder para estar unido ao próximo, exceto nas coisas más que logicamente devemos evitar sempre. Fazer-se um com os outros, eis a tática nossa de discípulos de Jesus. Agindo assim muitos corações serão tocados e podem até perguntar por que você age assim com as pessoas. Aí então é o momento de falar, de explicar. Desse modo, as palavras que disser serão compreendidas porque antes foram vividas por você. Dessa maneira, outros poderão querer seguir também seu exemplo.
Vivendo assim, Jesus permanece entre nós. Deixemos que Ele aja. Ele é onipotente. Esse amor vai se alastrando sempre mais.
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