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O Papa Pio XI afirmou que “a política é a forma mais perfeita da caridade”. Paulo VI e Francisco retomaram a afirmação mostrando ser ela válida para todos os tempos e lugares. Ora, se a caridade, ao lado da Fé e da Esperança, é uma das “três colunas” que sustentam a vida em Deus e, logo, a vida cristã, então todo filho e filha de Deus que deseja cultivar tal virtude em sua máxima expressão deve se interessar pela política, segundo as luzes que Jesus indica no Evangelho e a Doutrina oferecida pela Igreja.
A Igreja apresenta no “Compêndio da Doutrina Social da Igreja” a síntese daquela Doutrina sobre política. No documento, lemos o seguinte: “A soberania pertence a Deus. O Senhor, todavia, não quis reter para Si o exercício de todos os poderes. Confia a cada criatura as funções que esta é capaz de exercer, segundo as capacidades da própria natureza. Este modo de governo deve ser imitado na vida social. O comportamento de Deus no governo do mundo, que demonstra tão grande consideração pela liberdade humana, deveria inspirar a sabedoria dos que governam as comunidades humanas. Estes devem comportar-se como ministros da providência divina.” (CDSI, n.383) Deus é, portanto, o Todo-Poderoso, ou seja, detentor de todo poder, soberania e autoridade. Aqueles que desejam exercer qualquer autoridade neste mundo segundo a Vontade de Deus devem fazê-lo reconhecendo n’Ele a Fonte originária de toda autoridade que se manifesta plenamente no mundo e de forma modelar na Pessoa de Jesus Cristo. O modo como Jesus exerce a autoridade deve ser critério inquestionável para todos os políticos. Sendo assim qualquer projeto político que rejeita tal critério não pode ser considerado cristão.
No próximo dia 15 de novembro (e no dia 29 nas cidades onde houver segundo turno), os eleitores brasileiros vão às urnas para eleger seus representantes nos poderes Executivo e Legislativo dos municípios. O ato de votar, mais do que uma obrigação compulsória, deveria ser entendido como um importantíssimo direito adquirido depois de muita luta em nosso país. Sabedores disso, os cristãos votam de modo voluntário e consciente, escolhendo candidatos que se comprometam sinceramente com o bem comum apresentando propostas e sugerindo soluções segundo a Doutrina Social da Igreja.
Como saber quem são esses candidatos? Pesquisando em organismos confiáveis (na internet há muita informação verdadeira e qualificada), interessando-se pelos problemas do bairro e da cidade e considerando cuidadosamente se as propostas apresentadas pelos candidatos para solucioná-los obedecem aos critérios apresentados acima. Atualmente é preciso, também, precaver-se contra a desinformação que se espalha, principalmente, através das chamadas “fake news” e rejeitar todo e qualquer projeto populista e divisionista. É sabido que o diabo agrada para dividir e, assim, conquistar…
Sugiro ainda, a quem interessar, que procure na internet por “Cartilha de Orientação Política CNBB 2020”. Baixe o arquivo em PDF e o leia com atenção. É um documento que, tenho certeza, há de auxiliar na tomada de decisão para o voto.
Acima de tudo, rezemos muito para que o Espírito Santo de Deus nos ilumine para que nosso voto seja marcado de tal modo pela Sua ação que possa ser considerado não apenas expressão do nosso desejo pelo bem comum, mas também manifestação da própria vontade amorosa de Deus. Assim seja.
Frei Atanael (Tato) de A. Lima, O. Carm.
Clique aqui e acesse a “Cartilha de Orientação Política CNBB 2020”
Fonte: O BIBI (Boletim Informativo da Paróquia Santa Teresa de Jesus – Itaim Bibi – São Paulo)
Foto: TSE
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