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Está havendo grande esforço de uma catequese voltada para as exigências da cultura moderna. O grande objetivo é formar discípulos missionários dentro do processo de iniciação à vida cristã, de inspiração catecumenal e centrado na prática concreta das primeiras comunidades cristãs.
A Igreja procura, mesmo que de forma lenta e prudente, acompanhar os passos e as mudanças da história. Não estamos mais no tempo da cristandade nem de uma catequese focada na preocupação doutrinal e no estilo de perguntas e respostas.
O principal objetivo da catequese é formar e conscientizar o catequizando, de todas as idades, para o sentido da vida da graça. É a experiência de um encontro profundo com Jesus Cristo, com uma Pessoa concreta, que atinge a vida das pessoas na comunidade cristã.
Os batizados nem sempre são evangelizados. Por isso, a Igreja está preocupada com uma catequese de adultos. Muitos não são ainda, mesmo que batizados, introduzidos na vida cristã e são cristãos só de nome e sem compromisso de fé.
A catequese, nas dimensões de hoje, precisa ser mais envolvente, que chegue à família e a toda a comunidade. Isso significa que não conseguimos atingir os verdadeiros objetivos catequéticos se a família e a comunidade não forem também catequizadoras.
Necessitamos de uma catequese mais profética e assentada numa espiritualidade madura e libertadora. Que anuncie a Pessoa de Jesus Cristo com base na Palavra de Deus e no testemunho verdadeiro de prática cristã na sociedade e na Igreja.
No processo metodológico, como anuncia o Documento de Aparecida, é preciso “abandonar as ultrapassadas estruturas que já não favorecem a transmissão da fé”. Na verdade, é urgente buscar uma “conversão pastoral e renovação missionária…” (n. 375).
Urge à Igreja fazer uma profunda revisão de sua ação catequética. Há ainda muita estrutura arcaica, sem frutos e conservadorista, necessitando de passar por um processo de conversão. Pensar numa Igreja e numa catequese voltadas para a sociedade, para as necessidades das realidades práticas e temporais das pessoas. Catequese que saia da sacristia, que enfrente os desafios de uma cultura capitalista, consumista e totalmente secularizada.
Sejamos agentes desta nova catequese, conscientes de nossa missão cristã, principalmente vocacionados para o trabalho catequético em nossas comunidades concretas. Temos que absorver a “mudança de época” com o coração comprometido.
Dom Paulo Mendes Peixoto
Bispo diocesano de São José do Rio Preto
BOM