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Agosto é o mês vocacional, e muito se trabalha nesse período sobre o chamado de Deus, mas antes de mais nada deve-se questionar qual é o chamado de Deus para cada cristão. Todos têm uma vocação particular, um chamado maior que supera todo e qualquer outro que o mundo nos traz, que é a santidade. Nas palavras do Papa Francisco na canonização de São Tito Brandsma, “toda santidade é única e irrepetível”, e por isso o Espírito Santo conduz cada um por um caminho que só essa pessoa pode percorrer, ainda que o verdadeiro Caminho perpasse por todos eles. Seguir Cristo é universal, mas o modo de segui-Lo é particular e exige, de cada um, uma atenção às inspirações do Espírito, que não cessa de clamar em cada coração por uma vida de maior intimidade com Deus.
Mas além do chamado à santidade, Deus também chama cada um a um trabalho em prol do seu Reino, como diria São Paulo: “a uns ele concedeu serem apóstolos, a outros profetas, a outros evangelistas, a outros pastores e mestres” (Ef 4, 11). Deus chama cada um para uma obra, dando dons e munindo cada fiel com a capacidade necessária para cumprir sua missão em prol da salvação de sua criação.
A Igreja, Mãe sábia e cuidadosa, conduz seus filhos por um caminho de amor que sempre leva a Deus, pois “Deus é amor” (1 Jo 4, 8), e a partir disso cumpre bem o exercício pedido por Cristo aos Apóstolos: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16, 15), sendo cumprida também a oração do próprio Cristo ao Pai: “rogo… por aqueles que hão de crer em mim pela palavra deles” (Jo 17, 20). Esse é um chamado de Deus a todas os cristãos, e a vocação ao Reino de Deus depende disso, pois a evangelização foi dada como missão de todos.
E além disso, há na Igreja, seguindo sua espiritualidade que é muito própria, algumas vocações que são como que faróis para aqueles que ainda não fazem parte do Corpo místico de Cristo – pois cada vocação não tem outra missão que levar o próprio Cristo em seu exemplo e palavras àqueles que ainda não O conhecem, ou não o seguem na radicalidade exigida pelo amor – e são muito bem definidas para que uma não se confunda com a outra: o laicato, o matrimônio, o sacerdócio e a vida religiosa consagrada.
Cada uma delas serve como uma engrenagem que faz funcionar o todo, que é a Igreja, e faltando um, não seria possível a Igreja se manter. Sem o sacerdote não há quem consagre a Eucaristia, sem os pais não há quem gere filhos, sem os leigos não há quem trabalhe em prol do Reino, e sem os religiosos não há quem vá às fronteiras da sociedade resgatar aqueles que clamam por ajuda. Todos são importantes e se completam mutuamente para a edificação do Reino.
Desse modo, é possível perceber que desde o nascimento todos são chamados a estar com Deus, seja na vocação primeira, que é a vida, seja na vocação maior, a santidade, mas ninguém está fora de uma vocação, pois Deus é o Criador de todos e quer ver toda a sua criação resgatada, pois a ama infinitamente, e seu demasiado amor não deseja perder ninguém, por isso é tão importante que todos nós, como cristãos, levemos seu amor a todos para resgatar da injustiça e do mal todos que ainda não fazem parte do rebanho de Cristo, pois Ele é o único Pastor, e nós só reconhecemos a sua voz, a voz que chama cada um por seu nome, basta a nós respondermos ao seu chamado indo em sua direção, e assim alcançar a vida eterna, meta final da vocação, onde todos terão completado o desígnio de Deus, que não é outro senão o amor em plenitude.
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