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No dia 13 de dezembro celebramos a memória de Santa Luzia, virgem e mártir. Ela foi martirizada em Siracusa (região da atual Sicília – Itália), sob o imperador Diocleciano, no ano 304 D.C. No calendário litúrgico celebramos a memória ou festa de muitos mártires, homens e mulheres, a maioria deles são dos primeiros séculos do cristianismo. Isso pode nos dar uma falsa impressão de que não acontece mais martírios nos dias de hoje. É isso mesmo? Não há mais mártires em nossos dias?
Creio que estaríamos fora da realidade se afirmássemos que os mártires estão concentrados apenas nos primeiros séculos do cristianismo, pois o século atual já produziu muitos mártires.
O sacrifício de cristãos é uma realidade ainda hoje. O martírio se confirma sempre mais atual e ao longo dos séculos foi alimentado das mais diversas formas. Um tempo aconteceu no Coliseu (Roma) diante das feras, como um espetáculo. Hoje, muitas vezes no anonimato, os cristãos ainda são vítimas do ódio e da perseguição. No dia 23 de junho de 2013, o Papa Francisco afirmou que: “hoje temos mais mártires na Igreja do que nos primeiros séculos”.
Podemos citar alguns mártires modernos, por exemplo, Santa Maria Goreti, Beata Lindalva, São Maximiliano Maria Kolbe, São Oscar Romero e muitos outros mártires que não chegaram ao nosso conhecimento. Em 2015, 147 estudantes quenianos foram assassinados no campus universitário da Garissa (Quênia); no mesmo ano, 21 egípcios foram degolados na pelo Estado Islâmico; 22 fiéis foram assassinados no Paquistão, enquanto rezavam na Igreja etc.
Quem é o mártir?
Dois elementos constituem e significam o martírio: o testemunho da fé e o sangue. O mártir escreve com o sangue a sua fé: proclama, com seu sacrifício, que a verdade que ele possui e pela qual entrega sua vida, vale mais do que a vida temporal, porque a fé é a sua nova vida sobrenatural, presente para a eternidade” (cf. São Paulo VI)
Qual é o fundamento do martírio? A resposta é simples: fundamenta-se sobre a morte de Jesus, sobre seu sacrifício supremo de amor consumado na cruz. A graça de Deus não suprime a liberdade de quem enfrenta o martírio, mas ao contrário a enriquece e a exalta, pois o mártir é uma pessoa sumamente livre, que se abandona nas mãos do seu Criador e Redentor; sacrifica a própria vida para ser associado plenamente ao Sacrifício de Cristo (cf. Bento XVI).
O martírio se dá quando alguém está disposto a dar a própria vida em lugar de negar a fé cristã. Nos primeiros séculos foi muito comum, nos períodos de perseguição aos cristãos, a provação e tentativa de que os seguidores de Cristo renunciassem à fé e se assim o fizesse poderiam ser recompensados de alguma forma, ao menos teriam a vida poupada. Porém, muitos renunciaram a qualquer benefício e optaram por reafirmar sua fé e confiança em Jesus Cristo. A certeza na ressurreição, que é um dos fundamentos da fé cristã, deu e continua dando coragem a muitos cristãos no mundo todo.
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