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No Dia Internacional da Amizade, ou Dia do Amigo, que foi celebrado no dia 20 de julho, o que muita gente postou nas redes sociais foram felicitações generalizadas celebrando a data. De antemão é de se questionar: será que é possível considerar todos os seguidores do Instagram, por exemplo, como amigos? É claro que não!
O termo “amizade” traz em si diversas definições, como relação de afeto e carinho entre pessoas que comungam do mesmo ideal, gerando um sentimento de lealdade, proteção, ajuda mútua, compreensão, cumplicidade, confiança… A amizade pode ser entre pessoas do mesmo sexo, entre um homem e uma mulher, entre cônjuges, enfim, pessoas que trazem consigo ideais e costumes semelhantes. No entanto, não há como construir uma amizade real, verdadeira, sem a proximidade, sem o estar junto, o olhar nos olhos, o tocar, o falar, quer dizer, viver, de fato, a vida do outro.
Ser amigo é criar relações profundas que ajudam as pessoas a enxergar e viver a vida como um grande dom, compartilhando momentos de intensa alegria ou de profunda tristeza, celebrando vitórias ou vivendo dissabores.
Daí a pergunta que não quer calar: por que, na era tecnológico-virtual de agora, das redes sociais, muita gente diz ter centena de milhares de amigos mas nunca se observaram tantas pessoas mergulhadas num mar de solidão, em busca de autoajuda? Pois bem, segundo o sociólogo Zygmunt Bauman, a sociedade hodierna está vivendo a fragilidade dos laços humanos devido às consequências da modernidade líquida, em que a solidez das relações já não se faz mais tão evidente. Agora, vive-se a era virtual, em que o que vale é a quantidade de amigos e não mais a qualidade deles. Será?!
Os amigos das redes sociais, as ditas amizade virtuais, são aqueles em que se pode adicionar ao grupo de “amigos” ou também excluir a qualquer momento; aqueles que até dialogam sobre coisas da vida, mas não as celebram juntos, em conexões reais, frente a frente, olho no olho, corpo a corpo. Isso não gera vínculo e a qualquer momento, sob a sombra de qualquer incômodo, essa amizade virtual pode ser desfeita. “Relações virtuais são equipadas com a tecla ‘delete’ e com ‘antispam’, mecanismos que protegem das consequências incômodas (e sobretudo dispendiosas em termos de tempo) das interações mais profundas”, diz Bauman. Eis uma verdade! Nesse tipo de amizade também não se trabalha a máxima do amor fraterno, que é o perdão. Um amigo verdadeiro sabe reconhecer seus erros, pedir e dar o seu perdão.
Pensando assim é hora de despertar para a realidade de amizade real e virtual. Saber que o que mais importa não é ter inúmeros amigos, mas poucos que sejam reais, autênticos e celebrem o dom da amizade, gerando vínculos que perdurem até a eternidade e não que se dilatem com a efemeridade virtual.
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