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Este ano, o mês da Bíblia refletiu sobre a Carta aos Gálatas, com a inspiração bíblica: “Pois todos vós sois um só, em Cristo Jesus” (Gl 3,28d).
Frei Carlos Mesters, O.Carm, doutor em Teologia Bíblica, é um dos principais exegetas bíblicos do método histórico-crítico no Brasil, junto com Francisco Orofino que também é biblista, preparou um material exclusivo para a Família Carmelitana para refletir ainda mais profundamente sobre a riqueza do texto bíblico que norteou o mês da Bíblia. Ao final do texto, Frei Carlos compartilha uma chave detalhada de leitura para a Carta de São Paulo aos Gálatas.
Confira abaixo o texto na íntegra.
O contexto dentro do qual vai surgir a carta de Paulo aos Gálatas
No início do anúncio da Boa Nova, logo após a morte e a ressurreição de Jesus, a Boa Nova era anunciada somente aos judeus, pois todos eram judeus como Jesus também era judeu, nasceu como judeu, viveu como judeu e morreu como judeu. O mesmo se diz dos primeiros cristãos. Eram todos judeus. Por isso, no início, como que naturalmente, a Boa Nova era anunciada só aos judeus.
Depois dos quase cinquenta anos de cativeiro na Babilônia (587-538), nos séculos seguintes, anteriores à vinda de Jesus, os judeus criaram o costume de se reunirem todos os sábados na sinagoga para celebrar a Palavra de Deus. Nestas reuniões semanais, pouco a pouco, começaram a participar também alguns pagãos, chamados tementes a Deus (At 10,2.22; 13,6), adoradores de Deus (At 13,43;17,4; 18,7) ou prosélitos. Eram pagãos, gente de outras raças e de outras religiões que se sentiam atraídos pelo comportamento moral do povo judeu e pela mensagem elevada da bíblia que era lida e meditada nas celebrações dos judeus todos os sábados.
Os pagãos, que simpatizavam com a religião e a moral dos judeus e que participavam das celebrações nas sinagogas aos sábados, não se faziam judeus por causa da obrigação da circuncisão e da observância das muitas normas da lei de Moisés. E os judeus, por sua vez, por causa da prática da circuncisão e da observância minuciosa da lei de Deus, tornavam-se um povo cada vez mais distinto, separado dos pagãos. Eles não permitiam contatos diretos com os não-judeus. Por exemplo, quando Pedro, judeu, guiado pela voz do anjo de Deus, entrou na casa do pagão Cornélio para anunciar a Boa Nova, ele foi criticado pelos judeus cristãos de Jerusalém: “Você entrou na casa de incircuncisos e comeu com eles” (At 11,3; cf. 11,28).
Uma exceção é o próprio Jesus. Ele conseguiu superar o fechamento de si mesmo dentro da sua própria raça e religião. Andando pela região pagã de Tiro e Sidônia, Jesus foi abordado por uma mulher cananeia que pedia ajuda pela filha doente. Fiel à tradição secular do seu povo, Jesus não quis atender à mulher pagã: “Eu fui enviado somente para as ovelhas perdidas do povo de Israel” (Mt 15,23-24). E chegou a dizer para ela: “Não convém tirar o pão dos filhos e jogá-lo aos cachorrinhos” (Mt 15,26). A mulher respondeu: “Certo! Mas também os cachorrinhos comem as migalhas que caem da mesa dos seus donos”. Aí Jesus mudou de ideia, e atendeu à mulher pagã! Elogiou a fé dela e curou a filha doente (Mt 15,27-28).
Jesus também tentou conversar com uma mulher samaritana. Abriu-se para ela, revelou-lhe sua missão como messias (Jo 4,25-26) e ficou dois dias hospedado com o povo samaritano (Jo 4,39-42). Em outra ocasião, um militar romano, estrangeiro, pediu a Jesus pelo empregado doente em casa. Jesus disse que iria na casa dele para curar o empregado. O homem respondeu: “Não sou digno que o senhor entre em minha casa, mas basta dizer uma só palavra e meu empregado ficará curado” (Mt 8,8). Jesus respondeu: “Nem mesmo em Israel encontrei uma fé tão grande. Vai e acontece conforme você acreditou”. Na mesma hora, o empregado do oficial romano ficou curado (Mt 8,13; Lc 7,9).
São três fatos que revelam a abertura de Jesus para os não-judeus: mulher cananeia, mulher samaritana e homem romano. E na hora de morrer na cruz, Jesus garantiu a um criminoso arrependido, pendurado na cruz como o próprio Jesus: “Hoje mesmo estarás comigo no paraíso!” (Lc 23,43) O primeiro acolhido por Jesus para entrar junto com ele no céu foi um ladrão arrependido, condenado à morte de cruz pelo crime praticado.
Os judeus cristãos, que tinham sido perseguidos por Saulo, fugiram de Jerusalém para Antioquia e para outras regiões (At 11,19). Chegando em Antioquia e participando aos sábados das celebrações da Palavra na sinagoga, fiéis à sua tradição secular, eles anunciavam a Boa Nova de Jesus só para os judeus. “Mas alguns deles, habitantes de Chipre e da cidade de Cirene, chegaram a Antioquia e começaram a pregar também para os gregos, anunciando-lhes a Boa Notícia do Senhor Jesus”, sem exigir deles a circuncisão nem a observância da Lei de Moisés (At 11,20). Os gregos eram os não-judeus, os pagãos. Para poder ser cristão bastava crer em Jesus! Os pagãos, que aceitavam a Boa Nova de Jesus, eram batizados e acolhidos na comunidade dos cristãos. Pagãos batizados e judeus batizados começam a conviver como irmãos participando da mesma mesa e da mesma fé. Esta era a grande novidade! A bíblia faz a seguinte apreciação favorável: “A mão do Senhor estava com eles, de modo que foi grande o número dos que acreditaram e se converteram ao Senhor” (At 11,21), pois, até àquele momento, desde séculos, judeus e pagãos sempre viveram separados, e para um pagão poder tornar-se judeu tinha de fazer a circuncisão e observar toda a Lei de Moisés. Agora, bastava a fé em Jesus para unir os dois numa mesma fraternidade!
A notícia destes fatos novos, que estavam acontecendo em Antioquia, chegou aos ouvidos dos apóstolos em Jerusalém. Eles enviaram Barnabé para dar uma olhada (At 11,22). Barnabé foi, observou tudo e gostou. “Ele viu a graça de Deus, ficou muito contente e os animou a permanecerem de todo o coração ligados ao Senhor” (At 11,23). E Barnabé deu um passo a mais. Ele foi para a região de Tarso para encontrar Paulo que tinha ido para lá depois da sua conversão (At 9,30). Barnabé o encontrou e o convidou. É como se dissesse: “Paulo, descobri um lugar bom para a gente poder trabalhar”. Paulo foi com Barnabé e os dois permaneceram mais de um ano em Antioquia, anunciando a Boa Nova do Reino para judeus e para pagãos (At 11,24-26).
Certo dia, no fim daquele ano, lá em Antioquia, estavam fazendo uma reunião litúrgica com jejum, e o Espírito Santo disse: “Separem para mim Barnabé e Saulo, a fim de fazerem o trabalho para o qual eu os chamei”. Então esses jejuaram e rezaram; depois impuseram as mãos sobre Barnabé e Saulo e se despediram deles” (At 13,2-3). Naquele momento Paulo e Barnabé iniciaram a assim chamada primeira viagem missionária tendo como companheiro ajudante João Marcos, sobrinho de Barnabé (At 13,5).
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1. Antioquia (13,2)
2. Ilha de Chipre (13,4) 3. Pafos (13,6-13) 4. Perge (13,13) Marcos volta 5. Antioquia da Pisídia (13,51) 6. Icônio (13,51-14,6) 7. Listra (14,6-20) 8. Derbe (14,20-21) 9. Perge (14,25) 10. Antioquia (14,27) |
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Dos 41 aos 43 anos da vida de Paulo 1. Iniciativa da Comunidade de Antioquia na Síria (At 13,1-3) 2. Companheiros são Barnabé e João Marcos (At 13,1.5) 3. Grande discurso em Antioquia da Pisídia aos judeus (At 13,16-41) 4. Indica coordenadores (14,23) 5. Conflitos em quase todas as cidades |
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O modo de agir durante a viagem missionária era sempre a mesma. Chegando numa cidade, eles procuravam a sinagoga para poder participar da celebração da Palavra nos sábados. Quando recebiam a licença de dizer uma palavra, eles falavam da Boa Nova de Jesus. Em quase todos os lugares, os pagãos, chamados tementes a Deus, adoradores de Deus ou prosélitos, aderiam em massa ao anúncio da Boa Nova. E em quase todos os lugares surgiam conflitos com os judeus. Em Antioquia da Pisídia (At 13,14-52), depois do longo discurso de Paulo, a resistência dos judeus foi crescendo. Eles conseguiram envolver umas senhoras ricas e os líderes da cidade contra Paulo e Barnabé (At 13,44-45). Então Paulo falou: Era preciso anunciar a Palavra de Deus em primeiro lugar para vocês que são judeus. Mas diante da recusa de vocês, vamos dedicar-nos aos pagãos (At 13,44-52). A reação dos judeus foi tanta que eles foram obrigados a sair da cidade e seguir para outro lugar. O mesmo aconteceu em Icônio (At 14,1-5) e em Listra (At 14,8-20). Em Listra, Paulo foi apedrejado e parecia morto. Mas levantou-se e seguiu com Barnabé para Derbe (At 14,19-20).
Em todos estes lugares, Paulo e Barnabé anunciavam a Boa Nova tanto para judeus como para os pagãos, sem exigir circuncisão nem observância da Lei para poder ser salvo. E assim os pagãos batizados começavam a fazer parte das comunidades e a conviver com os judeus batizados. Esta era a grande e inacreditável novidade: judeus e pagãos, desde séculos separados, agora unidos entre si como irmãos e irmãs em torno da mesma fé em Jesus, o irmão mais velho de todos! Mas, como acabamos de verificar, esta mesma novidade também era fonte de novas dificuldades que vão estar na origem da carta aos Gálatas.
Em Jerusalém havia um grupo de Judeus cristãos que insistiam em manter a exigência da circuncisão e da observância da lei de Moisés para os pagãos que aceitavam a Boa Nova de Jesus. Vindos de Jerusalém, “eles doutrinavam os irmãos de Antioquia, dizendo: “Se não forem circuncidados, como ordena a Lei de Moisés, vocês não poderão salvar-se. Isso provocou alvoroço e uma discussão muito séria deles com Paulo e Barnabé. Então ficou decidido que Paulo e Barnabé e mais alguns iriam a Jerusalém para tratar dessa questão com os apóstolos e anciãos” (At 15,1-2).
Em Jerusalém, “os apóstolos e os anciãos se reuniram para tratar desse assunto” (At 15,6-21). Depois de longa discussão, Pedro levantou-se e disse: “Irmãos, vocês sabem que, desde os primeiros dias, Deus me escolheu no meio de vocês, para que os pagãos ouvissem de minha boca a palavra da Boa Notícia e acreditassem” (At 15,7; cf. 10,1-48). E continuou dizendo: “Ora, Deus, que conhece os corações, testemunhou a favor deles, dando-lhes o Espírito Santo como deu a nós. 9 E não fez nenhuma distinção entre nós e eles, purificando o coração deles mediante a fé. 10 Então, por que vocês agora tentam a Deus, querendo impor aos discípulos um jugo que nem nossos pais nem nós mesmos tivemos força para suportar? 11 Ao contrário, é pela graça do Senhor Jesus que cremos ser salvos, exatamente como eles.” 12 Houve então um silêncio em toda a assembleia. Depois disso, ouviram Barnabé e Paulo contar todos os sinais e prodígios que Deus havia realizado por meio deles entre os pagãos” (At 15,8-12)
Em seguida, Barnabé e Paulo contaram todos os sinais que por meio deles foram realizados entre os pagãos durante a primeira viagem missionária (At 15,12). Finalmente, Tiago, citando a escritura, disse que a entrada dos pagãos já estava prevista. E ele terminou dizendo: “Por isso, eu sou de parecer que não devemos importunar os pagãos que se convertem a Deus. 20 Vamos somente prescrever que eles evitem o que está contaminado pelos ídolos, as uniões ilegítimas, comer carne sufocada e o sangue. 21 De fato, desde os tempos antigos, em cada cidade Moisés tem os seus pregadores, que o leem todos os sábados nas sinagogas.” (At 15,19-21). Todos concordaram e escreveram a seguinte carta para comunicar o resultado da reunião para as outras comunidades:
“Nós, os apóstolos e os anciãos, irmãos de vocês, saudamos os irmãos que vêm do paganismo e que estão em Antioquia e nas regiões da Síria e da Cilícia. 24 Ficamos sabendo que alguns dos nossos provocaram perturbações com palavras que transtornaram o espírito de vocês. Eles não foram enviados por nós. 25 Então decidimos, de comum acordo, escolher alguns representantes e mandá-los até vocês, junto com nossos queridos irmãos Barnabé e Paulo, 26 homens que arriscaram a vida pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo. 27 Por isso, estamos enviando Judas e Silas, que pessoalmente transmitirão a vocês a mesma mensagem. 28 Porque decidimos, o Espírito Santo e nós, não impor sobre vocês nenhum fardo, além destas coisas indispensáveis: 29 abster-se de carnes sacrificadas aos ídolos, do sangue, das carnes sufocadas e das uniões ilegítimas. Vocês farão bem se evitarem essas coisas. Saudações!” (At 15,23-29)
As três exigências finais, impostas aos que aderiram à fé e se deixaram batizar no nome de Jesus, tinham como objetivo facilitar a convivência entre pagão batizados e judeus batizados na mesma comunidade.
Depois do Concílio de Jerusalém, Paulo convidou Barnabé para visitar as comunidades por eles fundadas durante a primeira viagem missionária. Barnabé aceitou o convite e disse que ia levar consigo João Marcos (At 15,36-37). Paulo não concordou com Barnabé neste ponto. João Marcos era sobrinho de Barnabé (Cl 4,10). Ele tinha participado da primeira viagem missionária (At 13,5), mas no meio do caminho ele os abandonou e voltou para casa em Jerusalém (At 13,13). Paulo achava que quem abandonou o trabalho missionário na primeira missão (cf. At 13,13) não devia ir com eles na segunda missão. O desentendimento entre os dois foi tanto, que eles se separaram: Barnabé foi com João Marcos para confirmar as comunidades na ilha de Chipre, e Paulo foi com Silas para visitar as comunidades da Síria e da Cilícia (At 15,36-41). Assim começou a segunda viagem missionária.
A comunidade dos Gálatas nasce durante a segunda viagem missionária de Paulo
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1. Listra (16,1-30 (Timóteo vai junto)
2. Galácia (Paulo doente: Gl 4,13-14) 3. Trôade (16,13) 4. Filipos (16,12-40) 5. Tessalônica (17,1-10) 6. Bereia (17,10-14) 7. Atenas (17,15-18,100 8. Corinto (18.1-18) 9. Éfeso (18,19-21) 10. Jerusalém ( 18.22: “igreja”) 11. Antioquia (18,22) |
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Dos 44 aos 47 anos da vida de Paulo 1. Iniciativa é de Paulo (At 15,36) 2. Companheiros: Silas (At 15,40), Timóteo (At 16,1-3), Lucas (At 16,11 “nós”) 3. Grande discurso em Atenas (At 17,22-31) para os pagãos 4. No decorrer da viagem, outros companheiros aparecem |
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Percorrendo a região da Síria e a Cilícia, Paulo e Silas chegaram na cidade de Listra, onde encontraram Timóteo, “filho de mãe judia que se tornara cristã e de pai grego” (At 16,1). Paulo convidou-o para fazer parte da equipe missionária. Timóteo aceitou (At 16,2-3). Paulo o fez circuncidar, pois isto facilitaria o trabalho missionário junto aos judeus. Sendo judeu Timóteo, já devia ter sido circuncidado desde pequeno.
De Listra em diante, Paulo, Silas e Timóteo seguem viagem. Diz o livro dos Atos: “Paulo e Timóteo atravessaram a Frígia e a região da Galácia, uma vez que o Espírito Santo os proibira de pregar a Palavra de Deus na Ásia. Chegando perto da Mísia, eles tentaram entrar na Bitínia, mas o Espírito de Jesus os impediu. Então atravessaram a Mísia e desceram para Trôade” (At 16,6-8).
Ao que tudo indica, os projetos de viagem não eram logo muito claros. Caminhos desconhecidos, nunca trilhados anteriormente. Só nestes três versículos, Lucas menciona as seguintes regiões: Frígia, Galácia, Ásia, Mísia, Bitínia e a cidade de Trôade que ficava na fronteira com a Europa.
É aqui, nesta informação a respeito do rumo das viagens missionárias de Paulo, que Lucas menciona pela primeira vez a região da Galácia (At 16,6), mas ele não diz nada a respeito de alguma atividade missionária. Apenas diz que passaram pela Galácia indo para Trôade. Pela carta de Paulo aos Gálatas, porém, ficamos sabendo que, ao passar pela Galácia, Paulo tinha ficado doente e teve que interromper a viagem (Gl 4,12). Não sabemos de que enfermidade se tratava. Alguns estudiosos acham que foi uma doença nos olhos (Gl 4,15). A parada forçada na Galácia por causa da doença foi a ocasião para Paulo anunciar a Boa Nova do Reino, o que fez nascer uma comunidade muito animada entre os Gálatas.
Na Carta aos Gálatas, o próprio Paulo menciona a passagem pela região da Galácia. Ele fala da sua doença e lembra como foi tão bem recebido pelos gálatas. Mas na maneira de ele lembrar os fatos, transparece também um problema no relacionamento de Paulo com os gálatas. Ele escreve:
“13Bem, Irmãos, bem sabeis, foi por causa de uma doença que eu vos evangelizei pela primeira vez. 14E vós não mostrastes desprezo nem desgosto, em face da vossa provação na minha carne; pelo contrário, me recebestes como um anjo de Deus, como Cristo Jesus. 15Onde estão agora as vossas felicitações? Pois eu vos testemunho que, se vos fosse possível, teríeis arrancado até os olhos para dá-los a mim. 16Então, dizendo-vos a verdade, eu me tornei vosso inimigo?” (Gl 4,13-16)
Alguma coisa aconteceu que fez estremecer o relacionamento entre Paulo e os Gálatas, pois Paulo chega a escrever: “15Onde estão agora as vossas felicitações? Pois eu vos testemunho que, se vos fosse possível, teríeis arrancado até os olhos para dá-los a mim. 16Então, dizendo-vos a verdade, eu me tornei vosso inimigo?” (Gl 4,15-16). O que aconteceu? Vamos procurar:
Depois que Paulo ficou melhor de saúde, ele prosseguiu sua viagem. O livro dos Atos diz que o Espírito o conduziu para a Macedônia na Europa (At 16,6.7.9). Em Trôade eles embarcaram e chegaram em Filipos, a primeira comunidade cristã na Europa, na casa da Lídia (At 16,11-15).
Em todo canto, enquanto Paulo, Silas e Timóteo seguiam a sua viagem, atrás deles vinha gente do grupo dos assim chamados judaizantes que não concordavam com a decisão do Concílio de Jerusalém e continuavam ensinando que, para poder participar das promessas de Deus a Abraão e ser salvo, era necessário fazer a circuncisão e observar toda a Lei de Moisés (cf. At 15,1-2). Deste modo, provocavam brigas e divisões em todo canto. Na comunidade de Filipos, a briga foi tanta que Paulo e Silas foram presos. Um terremoto favoreceu a soltura deles (At 16,16-40). Na cidade de Tessalônica: deu briga (At 17,1-9). Eles seguiram para Bereia. Deu briga (At 17,10-15).
O mesmo aconteceu na Galácia. Os judaizantes, sempre andando no rastro de Paulo, chegaram na comunidade da Galácia, apresentando-se como vindos de Jerusalém da parte dos doze apóstolos. Eles chegam perguntando: “Paulo passou por aqui?”
Tente imaginar a conversa dos judaizantes com o pessoal da comunidade da Galácia:
– “Paulo passou por aqui?” –
– “Passou, sim! Foi bom demais!” –
– “Ele falou da lei de Deus e da Circuncisão?”
– “Falou não!”
– “Não falou? Como é possível!?
– “Ele tinha que falar? Por quê?
– “É a circuncisão que faz a gente ser membro do povo de Deus. Ele tinha que falar, sim! Sabe! Esse Paulo não é apóstolo não. Ele não faz parte dos Doze! Ele inventa essas coisas, e ainda chega a dizer que teve revelações de Jesus Cristo!”.
E assim começou e cresceu a fofoca, e surgiu a confusão, a divisão. Enfeitiçados pela mensagem dos judaizantes, uma parte dos gálatas aceitou a fala deles; outra parte não aceitou. Uma parte começou a observar a lei de Moisés e fez a circuncisão; outra parte não aceitou e continuou fiel à mensagem de Paulo. Enquanto isso, Paulo, ele mesmo, estava longe. Não havia telefone nem celular. Ele já tinha chegado em Corinto na sua segunda viagem missionária.
Chegando em Corinto, é lá que Paulo fica sabendo da situação confusa e desordenada da comunidade na Galácia e é lá, naquele mesmo momento, que começa a nascer a carta aos Gálatas. Nasce quente, marcada pela tensão que acabava de surgir entre Paulo e os Gálatas. A partir das informações recebidas, Paulo escreve a carta tentando responder e clarear as coisas.
A primeira coisa, após uma breve introdução, é a decepção de Paulo diante da decisão dos gálatas de seguir um outro evangelho, diferente daquele que ele, Paulo, havia anunciado. Eis a reação viva e quente de Paulo:
6 Estou admirado de vocês estarem abandonando tão depressa aquele que os chamou por meio da graça de Cristo, para aceitarem outro evangelho. 7 Na realidade, porém, não existe outro evangelho. Há somente pessoas que estão semeando confusão entre vocês, e querem deturpar o Evangelho de Cristo. 8 Maldito aquele que anunciar a vocês um evangelho diferente daquele que anunciamos, ainda que sejamos nós mesmos ou algum anjo do céu. 9 Já dissemos antes e agora repetimos: Maldito seja quem anunciar um evangelho diferente daquele que vocês receberam. 10 Por acaso é a aprovação dos homens que estou procurando, ou é aprovação de Deus? Ou estou procurando agradar aos homens? Se estivesse procurando agradar aos homens, eu já não seria servo de Cristo” (Gl 1,6-10).
Paulo tenta esclarecer os gálatas a respeito das brigas e fofocas que os judaizantes tinham espalhado a respeito dele. Na carta ele desfaz as fofocas e mentiras e conta para os gálatas a verdadeira versão dos fatos da sua vida. Conta como foi a sua conversão. Eis o que ele escreve:
“11Com efeito, eu vos faço saber, irmãos, que o evangelho por mim anunciado não é segundo o homem, 12pois eu não o recebi nem aprendi de algum homem, mas por revelação de Jesus Cristo. 13Ouvistes certamente da minha conduta de outrora no judaísmo, de como perseguia sobremaneira e devastava a Igreja de Deus 14e como progredia no judaísmo mais do que muitos compatriotas da minha idade, distinguindo-me no zelo pelas tradições paternas. 15Quando, porém, aquele que me separou desde o seio materno e me chamou por sua graça, houve por bem 16revelar em mim o seu Filho, para que eu o evangelizasse entre os gentios, não consultei carne nem sangue, 17nem subi a Jerusalém aos que eram apóstolos antes de mim, mas fui à Arábia, e voltei novamente a Damasco. 18Em seguida, após três anos, subi a Jerusalém para avistar-me com Cefas e fiquei com ele quinze dias. 19Não vi nenhum apóstolo, mas somente Tiago, o irmão do Senhor. 20Isto vos escrevo e vos asseguro diante de Deus que não minto. 21Em seguida, fui às regiões da Síria e da Cilícia. 22De modo que, pessoalmente, eu era desconhecido às Igrejas da Judéia que estão em Cristo. 23Apenas ouviam dizer: quem outrora nos perseguia agora evangeliza a fé que antes devastava, 24e por minha causa glorificavam a Deus” (Gl 1,11-23).
Paulo fala da discussão pública que houve em Antioquia entre ele e Pedro, provocada por causa dos judaizantes. Este fato deixa transparecer a malícia e a força da influência dos Judaizantes nas comunidades. Deve ter sido o assunto de muitas conversas sobre a vida de Paulo: Ele tinha sido um fariseu convicto, igual aos judaizantes, e agora, de repente, ele é o contrário, o oposto. Os que antes o apoiavam na sua perseguição contra os cristãos, agora devem estar muito admirados e confusos com a nova atitude totalmente diferente. Isto deve ter sido assunto de muitas conversas, dúvidas e insinuações maliciosas. Mas Paulo não perde o rumo da sua vida nem da conversa. Ele escreve esclarece para os gálatas a discussão que ele teve com Pedro:
“Quando Cefas veio a Antioquia, eu o enfrentei abertamente, porque ele se tinha tornado digno de censura.12Com efeito, antes de chegarem alguns vindos da parte de Tiago, ele comia com os gentios, mas, quando chegaram, ele se subtraía e andava retraído, com medo dos circuncisos. 13Os outros judeus começaram também a fingir junto com ele, a tal ponto que até Barnabé se deixou levar pela sua hipocrisia. 14Mas quando vi que não andavam retamente segundo a verdade do evangelho, eu disse a Pedro diante de todos: se tu, sendo judeu, vives à maneira dos gentios e não dos judeus, por que forças os gentios a viverem como judeus? (Gl 2,11-14)
Aqui, Paulo chega no centro do debate. O que nos salva não é a circuncisão nem a observância da lei, mas sim a fé em Jesus Cristo que morreu e ressuscitou por todos nós. Paulo acusa os gálatas que entraram pelo caminho dos judaizantes: “Vocês que buscam a justiça na Lei se desligaram de Cristo e se separaram da graça” (Gl 5,4). A justiça consiste em sentir-se bem e em paz diante de Deus. De que maneira? Acreditando na promessa de Deus em Jesus, e não na circuncisão e na observância da lei.
“1É para a liberdade que Cristo nos libertou. Permanecei firmes, portanto, e não vos deixeis prender de novo ao jugo da escravidão. 2Atenção! Eu, Paulo, vos digo: se vos fizerdes circuncidar, Cristo de nada vos servirá. 3Declaro de novo a todo homem que se faz circuncidar: ele está obrigado a observar toda a Lei. 4Rompestes com Cristo, vós que buscais a justiça na Lei; caístes fora da graça. 5Nós, com efeito, aguardamos, no Espírito, a esperança da justiça que vem da fé. 6Pois, em Cristo Jesus, nem a circuncisão tem valor, nem a incircuncisão, mas a fé agindo pela caridade” (Gl 5,1-6).
Depois que um grupo grande se desligou de Paulo e começou a observar os muitos mandamentos e norma da lei de Moisés, eles começaram a discutir e a brigar entre si sobre estes muitos mandamentos da lei. Por isso, Paulo observa e recomenda: Em vez de ficar brigando um com outro a respeito das muitas normas da lei, é bom saber que toda a lei se resume num único mandamento: amar a Deus e ao próximo.
“13 Irmãos, vocês foram chamados para serem livres. Que essa liberdade, porém, não se torne desculpa para vocês viverem satisfazendo os instintos egoístas. Pelo contrário, disponham-se a serviço uns dos outros através do amor. 14 Pois toda a Lei encontra a sua plenitude num só mandamento: “Ame o seu próximo como a si mesmo”. 15 Mas, se vocês se mordem e se devoram uns aos outros, tomem cuidado! Vocês vão acabar destruindo-se mutuamente. 16 Por isso é que lhes digo: vivam segundo o Espírito, e assim não farão mais o que os instintos egoístas desejam. 17 Porque os instintos egoístas têm desejos que estão contra o Espírito, e o Espírito contra os instintos egoístas; os dois estão em conflito, de modo que vocês não fazem o que querem. 18 Mas, se forem conduzidos pelo Espírito, vocês não estarão mais submetidos à Lei” (Gl 5,13-18).
No fim, Paulo pede a caneta do secretário escrivão e escreve, ele mesmo, de próprio punho, e no papel aparece o que ele estava sentindo no coração. Nesta parte final da carta, transparece a força da convicção que ligava Paulo a Jesus. Transparece a sentença condenatória contra os judaizantes: eles só querem aparecer, não querem ser perseguidos por causa da cruz de Cristo, buscam motivo de glória. O que importa não é a circuncisão ou a não-circuncisão, e sim a nova criatura. Eis a conclusão da carta:
11 Vejam com que letras grandes estou escrevendo a vocês de meu próprio punho. 12 Os que querem impor-lhes a circuncisão, são aqueles que estão preocupados em aparecer. Fazem isso para não serem perseguidos por causa da cruz de Cristo. 13 De fato, nem mesmo os próprios circuncidados observam a Lei. Eles querem que vocês se circuncidem, apenas para eles se gloriarem de ter marcado o corpo de vocês. 14 Quanto a mim, que eu não me glorie, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, por meio do qual o mundo foi crucificado para mim, e eu para o mundo. 15 O que importa não é a circuncisão ou a não-circuncisão, e sim a nova criatura. 16 Que a paz e a misericórdia estejam sobre todos os que seguirem esta norma, assim como sobre todo o Israel de Deus. 17 De agora em diante ninguém mais me moleste, pois trago em meu corpo as marcas de Jesus. 18 Irmãos, que a graça de nosso Senhor Jesus Cristo esteja com o espírito de vocês. Amém (Gl 6.11-18).
Uma divisão da Carta de Paulo aos Gálatas
Introdução: 1,1-5
1ª Parte: 1,6-2,21: o problema que gerou a carta
* 1,6-10: os falsos irmãos (2,4) perverteram o Evangelho
* 1,11-24: Paulo rejeita as calúnias e a esclarece dúvidas e perguntas
* 2,1-10: Paulo apresenta contatos positivos com as colunas da Igreja
* 2,11-21: fatos e contatos que marcaram a experiência de Paulo neste ponto
= 2,11-14: Paulo e Pedro
= 2,15-18: Judeus e não judeus
= 2,19-21: testemunho bonito do próprio Paulo
2ª Parte: 3,1-4,11: iluminar os problemas com a luz da fé em Jesus
* 3,1-5: o infeliz retrocesso dos Gálatas
* 3,6-14: os verdadeiros filhos de Abraão são os que vivem da fé em Jesus
* 3,15-18:a Lei só veio 430 anos depois da promessa feita a Abraão
* 3,19-29: o papel da Lei é ser pedagoga até à chegada de Jesus
*4,1-11: comparação: criança vira adulto: lei educa para ser adulto na fé
3ª Parte: 4,12-6,10: saber acolher a liberdade que Cristo nos conquistou
* 4,12-20: experiência bonita da fé dos Gálatas: será que esqueceram?
* 4,21-31: Paulo interroga os Gálatas, comparando os dois filhos de Abraão
= 4,21-27: os dois filhos de Abraão: da escrava e da livre
= 4,28-31: os gálatas são filhos da promessa e não da escrava
* 5,1-6,10: a liberdade verdadeira
= 5,1-12: Cristo nos libertou, para que sejamos realmente livres
= 5,13-26: a vida no Espírito que recebemos de Jesus
= 6,1-10: a Lei de Jesus Cristo
Conclusão: 6,11-18: conclusão: um resumo bem pessoal de toda a carta
Uma Chave detalhada de leitura para a Carta de São Paulo aos Gálatas
Saudação inicial: Gálatas 1,1-5:
Gl 1,1-2: Na maneira de Paulo se apresentar na carta já transparece a crise da comunidade. Paulo é apóstolo, não da parte dos homens, mas da parte de Jesus Cristo.
Gl 1,3-5: No desejo inicial da paz transparece a fé que anima o apóstolo Paulo: Jesus se entregou a si mesmo pelos nossos pecados para nós termos vida.
1ª Parte: Gálatas 1,6 até-2,21: O problema que gerou a carta
Gl 1,6-8: Paulo não consegue entender o motivo que levou os gálatas e seguirem um outro evangelho. Maldito quem anunciar um outro evangelho. Isto não existe!
Gl 1,9-10: Não existe outro evangelho. E ele repete: maldito aquele que anunciar um evangelho diferente daquele que vocês receberam.
Gl 1,11-12: Paulo esclarece de onde vem o evangelho que ele anuncia em todo canto: Não vem de pessoas humanas, mas vem de um chamado do próprio Deus.
Gl 1,13-14: Paulo descreve sua vida pregressa como judeu observante, antes da sua conversão: Ele perseguia a Igreja de Deus mais do que todos os outros.
Gl 1,15-17: Paulo fala da sua conversão e conta o que ele fez nos três anos seguintes. Desfaz as fofocas informando que foi para a Arábia e que voltou para Damasco.
Gl 1,18-20: Conta que, três anos depois, visitou Jerusalém para encontrar-se com Pedro, Cefas. Ficou com ele duas semanas e encontrou-se com Tiago, irmão do Senhor.
Gl 1,21-24: Conta que depois foi para Tarso, a terra dele, lá na Cilícia e na Síria. Paulo não tem nada a ver com as brigas e fofocas de Jerusalém.
Gl 2,1-3: Paulo conta que, 14 anos depois, junto com Barnabé, voltou para Jerusalém e explicou para as autoridades como costuma anunciar a Boa Nova aos pagãos.
Gl 2,4-5: Menciona os falsos irmãos que mandam impor a todos a lei e a circuncisão. Diz que ele não cedeu a eles “nem sequer um só instante”.
Gl 2,6-8: Informa que as autoridades [colunas] reconheceram que Paulo não estava errado, pelo contrário, reconheceram que Pedro evangeliza os judeus, e que ele, Paulo, evangeliza os pagãos, os gentios.
Gl 2,9-10: Decisão final do encontro das autoridades: Pedro para os judeus, Paulo para os gentios. Só pediram para Paulo não esquecer de ajudar os pobres de Jerusalém.
Gl 2,11-13: Conflito entre dois grupos: os judeus convertidos e os pagãos convertidos. Os judeus convertidos, inclusive Pedro e Barnabé, evitavam conversar com os pagãos convertidos.
Gl 2,14: Diante disso, Paulo reagiu publicamente diante de todos, e interpelou a Pedro, mostrando que ele, Pedro, estava errado.
Gl 2,15-16: Paulo explica o motivo da sua reação contra Pedro: aquilo que nos salva não são as obras da lei, mas sim a fé em Jesus Cristo.
Gl 2,17-18: Paulo levanta a pergunta: O que significa ser justificado pela fé? Se todos somos pecadores, então Jesus é ministro do pecado?
Gl 2,19-21: Resposta bonita de Paulo: Vivo, sim, mas é Cristo que vive em mim “Vivo pela fé no Filho de Deus que me amou e se entregou por mim!”
2ª Parte: Gálatas 3,1 a 4,7: Iluminar os problemas pela luz da fé em Jesus Cristo
Gl 3,1-5: Paulo interpela e critica o retrocesso da comunidade na Galácia e pergunta: “Vocês receberam o Espírito pelas obras da lei ou pela adesão à fé?”
Gl 3,6-9: O testemunho de Abraão confirma que somos abençoados pela fé, junto com ele. É só pela fé que nós nos tornamos filhos de Abraão e que participamos na bênção.
Gl 3,10-14: Paulo explica a diferença entre viver pela fé e viver sob a maldição da lei. Cristo nos remiu da maldição da Lei tornando-se, ele mesmo, maldição por nós.
Gl 3,15-18 O testemunho de Abraão é 430 anos anterior à vinda da lei de Moisés. A vinda lei não invalidou a promessa de vida que Deus tinha feito a Abraão.
Gl 3,19-22: Paulo pergunta e explica: “Então, qual o papel da lei?” A justiça diante de Deus só pode vir pela fé em Jesus e não pela observância da lei.
Gl 3,23-29: O papel da lei é ser pedagogo para nos levar até Jesus. Com a chegada de Jesus já não estamos mais sob o pedagogo, mas todos somos um só em Jesus.
Gl 4,1-7: Deus enviou aos nossos corações o Espírito do seu Filho, que clama: Abba, Pai! Já não és escravo, mas filho. E se és filho, és também herdeiro, graças a Deus!
3ª Parte: Gálatas 4,8 a 6,10: saber acolher a liberdade que Cristo nos conquistou
Gl 4,8-11: Como era a vida dos Gálatas antes da conversão e como é agora em Cristo: “Vocês querem voltar a ser escravos de novo?”
Gl 4,12-14: Paulo lembra a primeira visita que fez aos Gálatas. Eles o acolheram tão bem!
Gl 4,15-20: Ele gostaria que tivessem agora a mesma benevolência. No fundo, Paulo pede para eles não acreditarem nas notícias falsas sobre a sua pessoa.
Gl 4,21-31: Ele pergunta: querem ser da lei ou da vida que nasce da fé? “Vocês querem ser filhos de Agar, a escrava, ou de Sara, a mulher livre de Abraão?”
4ª Parte: Gálatas 5,1 até 6,10: Sobre a Liberdade, a Caridade e o Zelo
Gl 5,1-12: É para a liberdade que Cristo nos libertou Para quem quer depender da circuncisão e da lei, Cristo já não serve para mais nada
Gl 5,13-26: “Irmãos, vocês foram chamados para serem livres!” Que a liberdade não se torne motivo para brigar em torno dos muitos mandamentos da lei. O verdadeiro mandamento da Lei é um só: “ame o seu próximo como a si mesmo”.
Gl 6,1-10: Preceitos vários sobre a caridade e o zelo. Liberdade e Caridade
Conclusão: Gálatas 6,11-18: Defesa da sua maneira de anunciar o evangelho
Gl 6,11-13: Paulo escreve de próprio punho para evitar cartas falsas. Critica os que querem levar os Gálatas a fazerem circuncisão e a observarem a lei
Gl 6,14-16 O título de Glória de Paulo é a Cruz de Jesus. Ele não quer ter outro título. O que vale é a nova criatura.
Gl 6,17-18 Ninguém mais me moleste. Trago no corpo as marcas de Jesus. Que a graça de nosso Senhor Jesus Cristo esteja com vosso espírito! Amém.
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