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Dom Jaime Vieira Rocha
Arcebispo de Natal (RN)
No terceiro domingo de agosto, a Igreja lembra, dentro da vivência do Mês Vocacional, a vocação dos religiosos e religiosas. E, nesse ano, tal domingo coincide com o dia 15, data tradicional da Solenidade da Assunção de Nossa Senhora. Muito cheio de significado para essa vocação o fato de celebrar nesse dia aquela que foi totalmente consagrada ao desígnio divino: a Mãe de Jesus é a perfeita correspondência aos planos de Deus, manifestação de sua bondade, misericórdia e ternura.
A vida religiosa dá para a Igreja o grande testemunho de uma consagração que deve estar sempre a serviço dos outros. Não se trata de uma consagração para uma aventura pessoal e privada. Tendo como grande exemplo a Virgem de Nazaré, entendemos o que significa “consagrar-se” nos chamados Conselhos Evangélicos, os votos de pobreza, castidade e obediência. Não se trata de desprezo ou de fuga do mundo, mas de uma experiência de renúncia ao que é bom e agradável aos olhos de Deus, para a liberdade e para o anúncio da mensagem de salvação, que é, antes de tudo, vivência de uma comunhão ou de uma relação interpessoal: Deus e nós. A liberdade dos consagrados na vida religiosa não significa áurea de superioridade em relação às outras vocações, especialmente à da vida matrimonial. Ela é a experiência de um serviço apostólico com a característica do celibato ou do voto de castidade. Enquanto a vocação matrimonial é a experiência de um serviço apostólico na partilha de vida e de amor dos cônjuges. Assim, vemos a beleza e a criatividade carismática do Espírito Santo na condução e na construção da Igreja.
A relação do dogma da Assunção de Nossa Senhora com a vocação à vida religiosa, deve ser sempre apresentada tendo em vista que é uma relação que acontece com toda a realidade da fé. “O que significa, para nós, este mistério da fé? Antes de tudo o seguinte: quando queremos expressar, falando de Maria, a consumação de sua glória, não podemos dizer ela algo distinto do que confessamos de nós, como nossa mais firme esperança – a ressureição da carne e a vida eterna” (Karl Rahner. A Mãe do Senhor). Não se trata, portanto, de proclamar a Assunção de Nossa Senhora e pensar que nós não estamos no mesmo plano salvífico. Pelo contrário, essa é a mensagem do Evangelho: nós fomos criados à imagem do Filho de Deus (cf. Gn 1,26-27 e sua relação com Cl 1,15), destinados à comunhão-relação com o Deus Uno e Trino, configurados ao evento da vida do Filho que se fez homem, e conduzidos à plena consumação de nossa vida em Deus, Aquele que é “um só Deus e Pai de todos, que reina sobre todos, age por meio de todos e permanece em todos” (Ef 4,6).
Ao celebrarmos, a Assunção de Nossa Senhora tenhamos bem presente o que a Liturgia da Igreja declara: “Aurora e esplendor da Igreja triunfante, ela [a Virgem Maria, Mãe de Deus] é consolo e esperança para o vosso povo ainda em caminho” (MISSAL ROMANO. Prefácio da Solenidade da Assunção de Maria). E a súplica da Igreja se conclui no desejo de, também nós, participarmos dessa glória dada já à Mãe do Senhor: “Ó Deus… concedei-nos pela intercessão da Virgem Maria elevada ao céu, chegar à glória da ressurreição” (MISSAL ROMANO. Oração pós-Comunhão da Solenidade da Assunção de Maria). Que nós devemos tenhamos essa esperança, isso está fundamentado no ensinamento de São Paulo: “De fato, os que ele conheceu desde sempre, também os predestinou a se configurarem com a imagem de seu Filho… e os que predestinou, também os chamou; e os que chamou, também os justificou; e os que justificou, também os glorificou” (Rm 8,29-30).
FONTE: CNBB
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