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Baruc em hebraico significa “abençoado ou bendito”. Foi um homem erudito, bem formado, alto funcionário da administração da Babilônia; é muito provável que tenha sido amigo e secretário de Jeremias, redigindo alguns discursos.
Em seu livro, trata dos judeus da diáspora que mantinham sua tradição por meio da lembrança e da luta contra os profanadores da religião. Baruc quer mostrar em seu livro a resistência do povo em permanecer no exílio acontecido por causa da infidelidade, mas, com a possibilidade de se converterem e retomarem o caminho do Senhor. Reflete também sobre a relação dos exilados com Jerusalém, que mantinham seus vínculos por meio de cartas e orações, da leitura da Escritura e do culto da lei celebrado nas comunidades.
Nos seus escritos, faz uma séria análise da conjuntura social, apresentando os erros do povo como a principal causa da destruição e do exílio. Apresenta a retomada da lei de Moisés como caminho penitencial de reconstrução da vida e prosperidade. Obedecer aos mandamentos é a certeza de viverem felizes e centrados na justiça. A sabedoria do povo judaico consiste em observar a lei como sinal de compromisso e fecundidade. O tempo do exílio para Baruc é ocasião para recordar as palavras dos profetas e dar mais credibilidade a Deus, pois a chave para um novo ardor na comunidade é voltar à fidelidade com o Criador.
O maior mérito do profeta Baruc é conservar a tradição judaica com os pilares na lei mosaica, restabelecendo a vida religiosa e os valores da comunidade israelita. A denúncia ao desastre social corrompido pela distância dos valores divinos é outro ponto marcante de sua vocação. Na realidade, ele quer trazer de volta o coração do povo para que adore e ame ao único Deus. Deseja que o povo tome consciência de que os erros da sociedade não foram provocados pela ira de Deus, mas, por causa das escolhas e da ignorância humana, pois desprezaram a justiça, a palavra dos profetas e a sabedoria; porém, tem por objetivo reavivar a esperança do povo e mostrar-lhe que Deus não o abandona. É preciso um permanente estado de conversão para não perder a relação com o Senhor e seguir na trilha do amor.
É salutar ler Baruc e entrar em seus sentimentos para reafirmar nossa fé no Deus providente e compassivo. A caminhada do povo sempre foi dura e continua sendo até os dias atuais, mas, temos que ler a história desde a ótica penitencial para sermos criativos. Temos as vozes dos que nos antecederam como referência e encontro com os valores. Resta apenas escolher a Palavra abençoada do fiel Deus e responder aos apelos do mundo com consciência e esperança.
“Eu penso” – confidenciou o Papa Francisco – “que o profeta nos ensina como nos arrependermos; ensina-nos qual é o caminho para pedir perdão, o verdadeiro caminho. Baruc escreve que ‘Com o pecado caíram-nos em cima muitos males’ e isto ‘porque o pecado arruína, arruína o coração, a vida, a alma; debilita, faz adoecer’”.
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