ACONTECE NA IGREJA Amor Bíblia Carmelitas Carmelo Catecismo Catequese Catequista Catequistas CNBB Coronavírus Deus ESPAÇO DO LEITOR Espiritualidade Espírito Santo Eucaristia Família Formação Fé Igreja Jesus juventude Maria MATÉRIA DE CAPA Natal Nossa Senhora do Carmo O.Carm. Ocarm Oração Ordem do Carmo Papa Francisco Pentecostés provocarmo Páscoa Quaresma Reflexão SANTO DO MÊS Sociedade Somos Carmelitas somoscarmelitas São Martinho Vida vocacional Vocação vocação carmelita
Melodia é aquilo que conduz, portanto, ela pode trazer sentido à vida e apaziguar muitas angústias existenciais porque é direção e constitui segurança sabendo de onde vem, onde está e para onde vai. O bom compositor é, antes de tudo, um bom melodista.
A direção espiritual deve ser somente uma forma de escuta, capacitando espaço criativo no ambiente interno e externo para que o orientando encontre sua própria melodia, isto é, aquilo que Deus de fato deseja nele e dele. Ninguém pode interferir na vocação de alguém; se assim o fizer, atravessará a melodia que Deus deseja compor na singularidade de cada um.
Jesus é a melodia da Igreja e precisa ser uma Igreja viva. Como identificar a direção da Igreja? Onde estiver a caridade, ou seja, o amor cáritas, ali estará a canção de Deus pulsando em seus compassos.
Vamos pensar um pouco sobre duas coisas importantes: a primeira é sobre o barulho excessivo nas igrejas, que revela um flagrante vazio na alma e a completa falta de sentido, de direção, portanto, é a ausência de melodia. O barulho e o volume excessivo nos templos revelam a ausência de caridade porque não há espaço para escutar o outro. A segunda coisa é a “assepsia ritualística” que transforma a caridade em uma “impecabilidade” sem vida: tudo está certo, mas o perfeccionismo não leva o sujeito, o adepto, o membro, a lugar algum. É um perfeccionismo neurótico desgastante, até bonito no contexto externo, mas que não conduz, não anda e nunca sai do lugar.
A proposta de Jesus é melódica e deseja que o discípulo saia do lugar, caminhe, desprenda-se das amarras, de seu passado pesaroso, de suas glórias terrenas, e que leve no brilho dos olhos, no silêncio, na humildade a mensagem benfazeja do Evangelho. Santo Antônio Maria Claret propõe uma melodia muito bonita e, sobretudo, muito segura: ser filho do coração de Maria; quem segue o coração daquela que soube escutar e fazer a vontade de Deus com alegria dificilmente perderá o fio da meada do Evangelho. Evangelizar por todos os meios possíveis depende de uma única palavra: “caridade”! A alegria da mensagem do Evangelho é concreta quando o coração arde em caridade.
A Missa é o lugar onde a orquestra de Deus se encontra. Cada um é um instrumento de Deus e ali o Maestro executa o grande concerto de amor. Não há espaço para a vaidade fútil e inútil. Não há espaço para o narcisista que não deseja, ao menos por enquanto, sair de si e ir ao encontro do outro. A Missa é a melodia suprema que transforma o mal em bem, o passado triste em futuro alegre, a angústia existencial em esperança teologal.
É necessário investir e insistir no caminho da humildade para que a melodia do Cristo se torne cada vez mais segura, inteligente, mansa e capaz de levar o coração ao encontro da caridade. Fique bem atento: você realmente está cantando o amor do coração de Jesus? Reflita. Podemos mentir para nós mesmos, mas, nossa voz nunca mente.
Comments0