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Essa é uma pergunta que os jovens frequentemente fazem, pois amar a Deus sobre todas as coisas parece ser algo abstrato, mas não é, de fato. Muitas coisas querem ocupar o primeiro lugar: circunstâncias, pessoas, bens materiais, e Deus, onde fica? Para saber como amar a Deus sobre todas as coisas é necessário, antes de tudo, conhecer os mandamentos e confrontá-los com a própria vida.
A Sagrada Escritura assim descreve sobre o primeiro mandamento: “Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma, com toda a tua mente” (Mt 22, 37). A arte de amar é própria de Deus, e Ele é a origem do amor, ou seja, o amor por excelência. Por isso, quem O ama com todo o coração, alma e mente saberá o que é verdadeiramente o amor. Ninguém sobrevive sem amor, mas também ninguém conhecerá o amor se não amar a Deus sobre tudo e sobre todos. Amá-Lo, por sua vez, é o princípio do saber, conforme está escrito no livro dos Provérbios. O homem sábio buscará amar a Deus, e nada ocupará o primeiro lugar em sua vida a não ser Ele.
No entanto, há alguns atos de recusa ao amor a Deus. O Catecismo da Igreja Católica, no parágrafo 2094, diz: “Pode-se pecar contra o amor de Deus de diversas maneiras: a indiferença descuida ou recusa a consideração da caridade divina; desconhece-lhe o cuidado preveniente e nega-lhe a força. A ingratidão não reconhece, por desleixo ou recusa formal, a caridade divina, não retribuindo amor com amor. A tibieza, que é hesitação ou negligência em corresponder ao amor divino, pode implicar a recusa de se entregar ao movimento da caridade. A acédia ou preguiça espiritual chega a recusar a alegria que vem de Deus e a aborrecer o bem divino. O ódio a Deus nasce do orgulho: opõe-se ao amor de Deus, cuja bondade nega, e ousa amaldiçoá-lo como Aquele que proíbe o pecado e lhe inflige o castigo”.
Veja bem! A indiferença, a ingratidão, a tibieza, a acédia (preguiça espiritual) e o ódio são atitudes que impedem o ser humano de amar a Deus sobre todas as coisas. Lamentavelmente, os que se distanciam de Deus, além de recusarem o Seu amor – porque foi Ele quem amou e ama primeiro – não saberão amar de verdade. Neste mundo que muitas vezes apresenta essas correntes e nega a verdadeira face do amor, pode-se provocar os jovens com a pergunta: você conhece o amor? Sabe o que ele significa? Sobrevive sem o amor? Certamente, o jovem levará a pergunta para o contexto de realidades efêmeras, dos amores e não do Amor. Mas aí está um bom momento para explicar sobre o amor a Deus como plenitude da alma.
Confrontar, em reflexão, o primeiro mandamento com as atitudes do dia a dia será um meio eficaz para saber se o amor a Deus está em primeiro lugar. Por exemplo, há tantos jovens que dizem não precisar de Deus, de religião, de espiritualidade. Será que eles são felizes? Claro que não! Em contrapartida, tantos outros têm buscado mais a Igreja, se deixando tocar pelo amor de Deus e buscando viver segundo Seus mandamentos. Será que estes são felizes? Claro que sim! E convém dizer que esta felicidade não está na ausência de dor, de sofrimentos, de provações, mas sim na firme certeza de que o Amado nunca deixará de lado aquele e aquela que O ama. Já garante São Paulo Apóstolo: “Aliás, sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são os eleitos, segundo os Seus desígnios” (Rm 8,28).
Daí, portanto, amar a Deus não é algo abstrato; é, por certo, muito concreto. Olhe bem para as suas atitudes do dia a dia e veja se elas estão te levando a amar a Deus sobre todas as coisas ou não. Se elas privilegiarem o amor a Deus, verás quão bom é amá-Lo sobre tudo e sobre todos e nunca mais deixarás de assim fazer. Lembre-se dos sinais do artigo anterior: pare, olhe e siga! Avante!
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