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“A certeza gera serenidade.”
(André Maurois, escritor francês)
Compete a cada um de nós tomar consciência da contribuição única e insubstituível, dentro deste desacertado conjunto de incertezas com que deparamos, a fazer a descoberta pessoal do sentido da vida e, quem sabe, contribuir na descoberta de um sentido comum que possa ser o fundamento da paz na sociedade.
Uma das coisas mais importantes que podemos fazer na descoberta do sentido de nossas vidas é nos lembrarmos desta orientação: “Tudo que podemos fazer é estudar a vida das pessoas que parecem haver encontrado suas respostas às questões em torno das quais gira em última análise a vida humana e compará-la com a vida daquelas que não as encontraram” (Charlotte Bühler).
Há meios importantes pelos quais se pode chegar ao sentido da vida. Um deles consiste em dedicar-se a um trabalho ou a fazer uma ação que serve como meio para expressar nossas capacidades de nos dedicarmos a algo e servirmos; outro é encontrar alguém a quem se dedicar. Em outras palavras, o sentido pode ser encontrado no trabalho, mas também no amor. O mais importante é que mesmo uma vítima sem recursos, numa situação sem esperança, enfrentando o destino que não pode mudar, pode erguer-se acima de si mesma, crescer para além dela e, assim, mudar-se. Pode transformar a tragédia pessoal em triunfo (cf. Viktor E. Frankl, Em busca de sentido: um psicólogo no campo de concentração, pp. 156-157, Editora Sulina).
Será possível dar às pessoas existencialmente frustradas um sentido para suas vidas? Não, não será possível. Nem o médico, nem o psicólogo, nem o religioso podem dar o sentido à vida de alguém porque não são oniscientes, não conhecem totalmente a vida humana e não são onipotentes, não podem fazer tudo, principalmente porque não é possível dar sentido à vida, somente encontrá-lo.
O sentido da vida não pode ser dado, mas, encontrado, descoberto. Tem que ser encontrado pela própria pessoa – não dentro de si, mas além dela, pois é dotada da capacidade de autotranscendência. Encontrar o sentido está em estreita relação com a percepção da realidade. Cada situação com que deparamos constitui um desafio e a possibilidade de escolher concreta e objetivamente o que fazer numa situação possibilita descobrir seu sentido. É por isso que só se pode encontrar o sentido, porque ele é objetivo, não podemos atribuí-lo a nosso bel-prazer.
Não se trata de pôr, de colocar um sentido nas coisas, mas de extraí-lo delas, de perceber o sentido de cada uma das situações com que nos defrontamos. O sentido está na possibilidade e na necessidade que cada situação concreta da vida nos possibilita, é aquilo que é preciso nesses momentos e essa possibilidade de sentido é sempre, como a própria situação, única e irrepetível. Uma vez feita a escolha, deixamos de lado outras possibilidades que nunca mais se repetirão.
O sentido de uma situação, se o encontrarmos e colocarmos em prática, torna-se real de uma vez para sempre. Aquela possibilidade de sentido que se nos apresentava naquele momento e naquele lugar, aqui e agora, torna-se eterna e salva no passado. O ser passado, isto é, algo realizado, é também uma forma de ser, talvez a mais segura. Tudo aquilo que realizamos e criamos fica guardado, conservado no interior do passado, e nem o tempo pode apagar.
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