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Vários gêneros literários
Como já falamos, em um livro da Bíblia encontramos estilos “menores”. Vamos ver alguns.
A poesia
Está amplamente presente nos diversos textos, especialmente nos Salmos, no livro Cântico dos Cânticos, no livro de Isaías etc.
Listas
São as genealogias, listas das descendências de povos e importantes personagens.
Leis e Normas
Os 10 mandamentos, as muitas leis e prescrições no livro Levítico etc. Narrativas de fundo mitológico: Entre os diversos sentidos que esta palavra tem, destacamos: uma narrativa de sentido simbólico sobre certos aspectos da condição humana; uma representação de um estado ideal. É uma forma de pensamento oposto ao pensamento lógico ou científico. O mito aborda reflexões profundas que dificilmente se podem descrever numa linguagem exata. Exemplos são as narrativas do livro Gênesis 1 a 11.
As sagas: São histórias transmitidas oralmente durante muito tempo, em que se contam e guardam na memória os acontecimentos e experiências que deram origem a um determinado grupo ou povo, ou um herói (Exemplos: as histórias dos patriarcas e matriarcas (Abraão, Isaac, Jacó e suas esposas, Sansão etc.).
Novelas e romances: narrações “românticas” sobre determinadas pessoas importantes para a história do povo. Exemplos: Rute, Judite, Ester, José do Egito …
Fábulas: As fábulas são histórias em que animais, plantas ou objetos falam e tomam certas atitudes. Eles representam o ser humano no seu agir e falar. Também na Bíblia aparecem traços de fábulas. (Vamos ler Jz 9,8-15)
Epônimos: São narrativas que explicam a origem de grupos, raças e povos. Na maioria das vezes, não retratam fatos reais, mas são uma forma de explicar a situação atual. Exemplos: a origem dos inimigos de Israel: os moabitas e os amonitas. (Gn 19,30-38); a origem dos Edomitas (descendentes de Esaú) e dos Israelitas (descendentes de Jacó) (Gn 25,21ss); a origem da humanidade (Gn 1,26-27; Gn 2,7.22).
Parábolas e alegorias: São comparações tiradas da vida para levar as pessoas a refletirem e provocar uma atitude diante da mensagem de Deus. Estamos acostumados com as parábolas que Jesus contava, mas o Primeiro Testamento também tem suas parábolas. Podemos conferir em 2Sm 12,1-10; Is 5,1-7 (Vamos parar para ler uma delas)
São muito conhecidas as parábolas de Jesus. Há diferentes tipos de parábolas:
a) Alegorias são comparações em que cada detalhe tem seu sentido. (Vamos ver isto em Lc 14,16-24) O primeiro grupo de convidados são os conterrâneos de Jesus que não aceitam o convite. O segundo grupo são os pobres e marginalizados que são também chamados para entrar no Reino. O terceiro grupo são os pagãos que vão entrar mais tarde na comunidade cristã.
b) Há parábolas (também chamadas “comparações”) que narram situações comuns de cada dia (Cf Mc 4,30-31; Lc 13,20-21, Mc 4,26-29; Lc 10)0-37; Lc 18,10-14.
c) Outras parábolas dão uma única ideia. Contam fatos extraordinários. Querem explicar que Deus pensa e age diferente dos homens. (Vamos ver o extraordinário e o que diz isto a respeito de Deus: Lc 15,11-32; Le 16,1-8; Mt 20,1-16; Mt 18,23-35; Mc 12,1-11)
Relatos de vocação: A vocação na Bíblia é, quase sempre, descrita conforme determinada forma fixa
– Descrição da situação que reclama missão.
– Deus, ou seu mensageiro, fala o nome da pessoa, chamando duas ou mais vezes.
– A pessoa chamada interroga a Deus ou o mensageiro e, às vezes, apresen-
ta alguma dificuldade.
– Deus responde, explicando ou removendo a objeção.
– Deus entrega a missão.
(Vamos verificar estes elementos em Ex 3,1-14; Jr 1,4-10,1Sm 3,1-10)
Narrações de milagres: Toda a Bíblia está impregnada de narrativas de milagres e sinais. No Primeiro Testamento, lemos que “o sol parou” (Js ] 0,13); Elias ressuscitou o filho da viúva (lRs 17,] 7-24); Eliseu curou Naamã, o leproso (2Rs 5,1-20). O maior milagre é a libertação do Egito: as pragas, a passagem pelo Mar Vermelho, a nuvem e a coluna de fogo, o maná, a água que sai da rocha, a Aliança concluída no Sinai.
Também no Segundo Testamento encontramos os milagres a cada hora: curas, expulsão de demônios, ressurreição de pessoas falecidas, intervenções na natureza.
Diante destas narrativas, há muitas perguntas. Aconteceu mesmo? Haverá uma explicação natural para isso?
Seja como for, os milagres trazem uma mensagem. São relatos de uma experiência de Deus no decorrer da história. São sinais da chegada do Reino de Deus. Às vezes, são relatados com um estilo literário que exagera o aspecto extraordinário (por exemplo, a libertação do Egito). Outras vezes, querem se referir a uma realidade mais profunda (por exemplo, as multiplicações dos pães que se referem à Eucaristia e à partilha). Coisas extraordinárias acontecem até hoje. Curas que a medicina não explica não aconteciam somente no tempo de Jesus. O mais importante é procurar a mensagem que está por trás de cada milagre contado. Que significa este milagre para nós, hoje? O que tem a ver com nossa vida? Podemos, nós também, fazer milagres: dar pão aos famintos, curar os enfermos, expulsar os espíritos violentos, desonestos, desanimados, expulsar a injustiça, a guerra, o ódio!
Importante para nós é saber que o Segundo Testamento é uma reIeitura do Primeiro Testamento. Os acontecimentos, os milagres, as profecias são lidos com novos olhos. Têm sua última realização e seu sentido mais profundo em Jesus. Para entender a riqueza do Novo Testamento, precisamos ter um certo conhecimento do Antigo.
Vimos alguns gêneros literários para entender melhor a Bíblia. Não são todos, mas são os mais frequentes. Importante é saber que devemos procurar, em cada estilo literário, a mensagem para nós, hoje. Se a Bíblia não entrar em nossa vida concreta, nenhum estudo adianta.
Para terminar
Podemos concluir com uma breve oração:
-Canto: Tua palavra é lâmpada para os meus pés, Senhor.
Lâmpada para os meus pés, Senhor, luz para meu caminho. (bis)
-Leitura de Ez 2,8 a 3,3
-Em qual gênero literário podemos encaixar este texto? Que simbolismos encontramos neste texto?
– Partilhemos a beleza deste texto e procuremos a sua mensagem para nós, hoje.
– Oração: SI 19,8-15
– Canto sobre vocação.
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