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Celebrada no dia 2 de fevereiro, data em que a Igreja faz memória da festa litúrgica da Apresentação do Senhor, Nossa Senhora das Candeias, da Luz, da Purificação ou da Candelária – todos estes títulos designam a mesma Nossa Senhora – tem sua história e vínculo a partir da purificação de Nossa Senhora e da apresentação do Menino Jesus no templo, quarenta dias após o seu nascimento. Além disso, outras narrações relatam suas origens, como a lenda das ilhas Canárias e também a partir da devoção popular.
Segundo a tradição mosaica, após o parto as parturientes eram consideradas impuras e deveriam ir ao templo, quarenta dias após o nascimento de seus filhos, para se apresentarem ao sumo sacerdote e oferecer seus sacrifícios. Sendo assim, após o nascimento de Jesus, Maria e José se dirigiram até Simeão para cumprir esse preceito. Assim nasceu a festa da Apresentação de Jesus no Templo e também a festa da Purificação de Nossa Senhora.
Sobre a origem e a aparição de Nossa Senhora das Candeias, encontram-se no livro Maria, uma mãe, muitos títulos, do Padre José Battisti, palotino, relatos que explicam a aparição de Nossa Senhora nas ilhas Canárias, Espanha. Lê-se que dois pastores guardavam costumeiramente seus animais perto de uma caverna de Tenerife, nas ilhas, e num determinado dia observaram que os animais se recusaram a entrar no local. Os pastores, então, aproximaram-se da gruta e descobriram a imagem de uma senhora com um filho no colo. O fato se espalhou pela região e o povo foi averiguar para validar o fato. Chegando lá, encontraram numerosas candeias sustentadas por seres invisíveis que, com seus cânticos, louvavam a Deus e à Virgem Maria. Por isso, Maria ganhou o título de Candelária, por causa das velas que iluminavam a imagem. Já o nome “candeias” faz referência à chama da vela que, simbolicamente, apresenta Jesus Cristo ao mundo. É por isso que as imagens devocionais ilustram Maria segurando o Menino Jesus ao colo.
Pela devoção popular, nos primórdios do cristianismo, a festividade de Nossa Senhora era denominada “das Candeias”, porque se comemorava o trajeto de Maria até o templo, com uma procissão na qual os devotos portavam velas acesas durante o trajeto.
A procissão dos luzeiros é proveniente de um antigo costume dos romanos. Como a festividade era celebrada sempre no dia 2 de fevereiro, data em que os cristãos comemoravam a Purificação de Maria, o Papa Gelásio I (492-496) instituiu um solene cortejo noturno em homenagem à Mãe Santíssima, convidando o povo a participar com círios e velas acesas e cantar hinos em louvor a Nossa Senhora. Essa celebração propagou-se por toda a Igreja Romana e, em 542, Justiniano I instituiu-a no Império do Oriente após ter cessado uma peste. Porém, as festas religiosas começaram a ser celebradas com procissão de velas a partir do século X, um pouco mais tarde, e fazem memória e celebram a fé em Maria e no seu Filho Jesus.
A partir desses fatos, pode-se afirmar teologicamente que Jesus é aquele cuja luz clarifica todos os povos e todas as gentes. Então, Nossa Senhora das Candeias pode ser também a Nossa Senhora da Luz, pois ambas apresentam Jesus, Luz das Nações. Nossa Senhora é portadora da luz que é Jesus. Todos os cristãos são convidados a receber essa luz e a multiplicar as “grandes maravilhas” operadas em Maria pelo Senhor. Assim como Jesus foi luz de todas as nações, todos os discípulos seus, no cotidiano da vida, podem ser também a luz do Senhor.
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