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Conquistar a paz vencendo a indiferença, diz o Papa Francisco ao prescrever receitas à base da misericórdia, combinada com ingredientes de fé, amor e esperança. O Papa criou um acróstico seguido de oração. Missionaridade: atitude de amor serviçal que nos desintala. Idoneidade combinada com sagacidade: competência e planejamento estratégico são vitais para solução de problemas. Espiritualidade: viver inspirado pelo Espírito que nos torna sensíveis aos sofrimentos humanos. Racionalidade integra-se à amabilidade, sem agredir. Quem orienta não agride. Inocuidade significa imparcialidade, evitando preconceitos e juízos precipitados, assumindo valores, evitando ímpetos tempestivos. Caridade e verdade são gêmeas siamesas. Honestidade, maturidade, refere-se aos direitos e consequentes deveres. Respeito às diferenças requer muita humildade e reconhecimento dos valores dos outros. Dadivoso significa acolher e dispor a quem precisa, podendo espalhar o bem. Impavidez e prontidão: sejamos firmes na fé, alegres na esperança, operosos nas decisões. Afabilidade e sobriedade referem-se ao modo como tratamos os outros, fiéis aos princípios, dando bom exemplo.
Oração que Francisco propõe: “De vez em quando é bom dar um passo atrás para ver as coisas à distância. O Reino não está só além de nossos esforços. Também está além da nossa visão. Na nossa vida só conseguimos realizar uma pequena parte desse empreendimento maravilhoso que é a obra de Deus. Nada do que fazemos é completo. O Reino está além de nós mesmos. Nenhuma afirmação diz tudo o que pode ser dito. Nenhuma oração expressa plenamente a nossa fé. Nenhuma crença traz a perfeição. Nenhuma visita pastoral traz consigo todas as soluções. Nenhum programa realiza plenamente a missão da Igreja. Nenhuma meta ou objetivo alcança a completude. Nós plantamos as sementes que um dia vão nascer. Nós regamos sementes já plantadas, sabendo que outros a protegerão. Colocamos as bases de algo que vai crescer. Colocamos o fermento que vai multiplicar as nossas capacidades. Nós não podemos fazer tudo, mas começar dá uma sensação de libertação. Dai-nos a força de fazer alguma coisa e de fazê-la bem. Pode permanecer incompleto, mas é um começo, o passo de uma jornada, uma oportunidade para que a graça de Deus entre e faça o resto. Pode ser que nunca vejamos a sua realização, mas esta é a diferença entre o mestre de obras e o trabalhador. Somos trabalhadores, não mestres de obra, servos, não messias. Somos profetas de um futuro que não nos pertence”.
Por Dom Aldo Pagotto – Arcebispo da Paraíba
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