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Diante de tantas realidades que ameaçam a vida humana, sobretudo ao vermos jovens pautarem a vida sem uma moral cristã, pode-se dizer, sem medo de errar, que a sociedade está em crise, isto porque os conceitos de Deus e família parecem estar minguando da mente e dos corações das pessoas, gerando assim uma sociedade líquida.
O sociólogo e filósofo polonês Zygmunt Bauman afirma que esta sociedade pós-moderna é líquida e aquilo que se tem como sólido parece desaparecer. Comenta ele: “Tudo é temporário, a modernidade (…) – tal como os líquidos – caracteriza-se pela incapacidade de manter a forma”. E diz mais: “O que pensávamos ser o futuro está em débito conosco. Para superar a crise, temos de ‘voltar ao passado’, a um modo de vida imprudentemente abandonado”.
Seguindo a tônica do pensamento de Bauman, trazendo-a ao viés sociorreligioso, é urgentíssimo “voltar ao passado”, quer dizer, voltar às realidades sólidas e que dão solidez ao homem, dentre elas Deus e família. Será que você, jovem, já parou para pensar nisso? Ora, esses dois conceitos formam o caráter de um indivíduo. Por exemplo, quando uma criança cresce num ambiente onde Deus, por meio da religião, é quem norteia a conduta dos membros da família e esta vivencia um clima de amor, diálogo, respeito e união, a probabilidade de essa criança, no futuro, enveredar por caminhos maus é muito pequena. Contudo, quando a família não vive a religião, nem preza pelos valores familiares, o indivíduo buscará se firmar na sociedade e esta, que atualmente vive uma constante liquidez, resultará em nada sólido para ele. Tudo será permitido, ao seu bel-prazer, e as consequências tornar-se-ão desastrosas.
Um dos exemplos dessa sociedade líquida é o processo de descristianização, isto é, estão retirando a figura do Cristo do centro da vida, da família, das relações fraternas e isso tem resultado cada vez mais numa sociedade líquida.
Se Cristo não é o princípio norteador da mente e do coração do ser humano, este compreenderá que tudo que é tido como sólido é inválido.
Certamente, você já ouviu algum adolescente ou jovem dizer: “Ah! Isso não pega mais… É do tempo dos meus avós. A onda agora é outra!”. Já ouviu, não é? Pois bem, eis algo concreto desta sociedade em crise.
Para mudar tal realidade é preciso que os pais deem mais atenção aos filhos, educando-os por meio da moral cristã, de tal modo que fiquem firmes diante das ameaças deste mundo líquido. São João Paulo II já orientava no início deste novo milênio: “A família tem a ver com os seus membros durante toda a existência de cada um, desde o nascimento até a morte. Ela é verdadeiramente o santuário da vida, o lugar onde a vida, dom de Deus, pode ser convenientemente acolhida e protegida contra os múltiplos ataques a que está exposta e pode desenvolver-se segundo as exigências de um crescimento humano autêntico. Por isso, o papel da família é determinante e insubstituível na construção da cultura da vida”.
Da mesma forma, os filhos devem estar atentos ao que dizem seus pais, pois um pai e uma mãe querem sempre o melhor para o seu filho, por isso este deve escutá-los, mesmo que o tempo presente seja diferente do passado, sabendo que valores não mudam de acordo com o tempo, são eternos e duram por toda a vida.
É hora de despertar para as realidades sólidas – Deus e família – a fim de que se enfrente com firmeza de caráter as correntezas de uma sociedade líquida que está em crise, ameaçando de modo particular a juventude.
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