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“Quando deixa seu pai e sua mãe para unir-se a uma mulher, tonar-se uma só carne e seguir adiante, e este amor falha (porque muitas vezes ele falha), precisamos sentir a dor do fracasso, acompanhar essas pessoas que vivenciaram este fracasso no amor. Não condenar! Caminhar com elas!” (Papa Francisco)
A atenção pastoral a quem se encontra em uma situação matrimonial difícil, especialmente os que voltaram a se casar, não é uma preocupação nova para a Igreja Católica, pelo contrário: é um problema complexo que sempre foi tratado com seriedade e que atualmente se tornou uma urgência, devido ao aumento dos divórcios e dos casais que vivem em união livre.
As comunidades cristãs têm o grande desafio de abrir-se àqueles casais que estão unidos pelo sacramento do matrimônio, mas também àqueles que receberam este sacramento, se divorciaram e voltaram a se casar, para mostrar-lhes a vida de fé, esperança, caridade e união que a Igreja lhes oferece.
Os últimos papas mostraram sua preocupação diante da dor dos que sofrem o fracasso do projeto do seu amor conjugal. O Papa João Paulo II destacou que “estes homens e mulheres precisam saber que a Igreja os ama, que não está longe deles, que sofre pela sua situação. Os divorciados novamente casados são e continuam sendo membros seus, porque receberam o Batismo e conservam a fé cristã”.
Bento XVI, no Encontro Mundial das Famílias de 2012, também explicou que “este problema é um dos grandes sofrimentos da Igreja de hoje. E não temos receitas simples”, destacando a importância de dizer a estas pessoas que “a Igreja as ama, e elas precisam ver e sentir este amor”.
Este tema também é foco da atenção do Papa Francisco, que convida a Igreja a caminhar com as pessoas divorciadas, a sentir dor junto delas pelo fracasso em seu amor; e convocou para o próximo mês de outubro um sínodo de bispos sobre o tema “Os desafios pastorais da família no contexto da evangelização”, que inclui o desafio da atenção pastoral aos divorciados novamente casados.
O Catecismo da Igreja Católica pede respeito aos divorciados novamente casados que conservam sua fé e desejam educar seus filhos no cristianismo, e pede aos padres e a toda a comunidade que os acolham, para que não se sintam separados da Igreja.
Em sua exortação apostólica “Familiaris consortio”, o Papa João Paulo II comenta que a pastoral dos divorciados precisa acompanhar este grupo de casais na caridade, levando em consideração que alguns aspectos, como o da indissolubilidade, não os impede de ser membros do povo de Deus e de receber graças.
É verdade que tais pessoas não podem receber a comunhão sacramental nem exercer certas responsabilidades eclesiais (ser padrinhos, exercer ministérios litúrgicos estáveis ou ser catequistas), mas podem participar da comunhão espiritual, da oração e das obras de caridade.
Os agentes que realizam ações a favor dos divorciados novamente casados precisam manifestar-lhes a misericórdia de Deus com uma mensagem de motivação e esperança, e mostrar-lhes que eles continuam ocupando um lugar no coração da comunidade cristã.
A empatia para com os casais em situação matrimonial irregular precisa ser vivida na caridade. Muitos desses casais se sentam afastados, separados e inclusive rejeitados pela Igreja. Evidentemente, isso não pode ser assim. A Igreja é mãe e nunca rejeitará seus filhos.
É necessário que haja uma atitude de respeito e abertura a todos os casais que se encontram nesta situação; as paróquias podem organizar um serviço personalizado para acolher todos os casais que precisem de orientação para consolidar sua unidade e sua fé.
Os casais de divorciados novamente casados são chamados a participar da missão pastoral da Igreja e, ao mesmo tempo, estendê-la ao âmbito familiar, social e laboral:
– Prestar apoio e favorecer a evangelização dos membros da sua família e das pessoas com quem convivem (amigos, colegas de trabalho etc.).
– Tentar ser sempre um exemplo de vida cristã, motivando outros casais a se aproximar de Deus.
– Dar aos seus filhos uma educação cristã e colaborar com sua escola.
– Proporcionar aos noivos sugestões para preparar-se da melhor maneira possível para o matrimônio, advertindo-os sobre os erros cometidos por eles, que levaram à separação e à dor de romper o sacramento do matrimônio.
– Oferecer apoio a outras instituições, como hospitais, fundações, asilos etc., de acordo com as possibilidades de cada um.
Por Desde la Fede via Aleteia
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