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A Igreja de Cristo é também: “Una, Santa, Católica e Apostólica” Leia: “Esta é a única Igreja de Cristo, que no Credo confessamos ser una, santa, católica e apostólica. Estes quatro atributos, inseparavelmente ligados entre si, indicam traços essenciais da Igreja e da sua missão. A Igreja não os confere a si mesma; é Cristo que, pelo Espírito Santo, concede à sua Igreja que seja una, santa, católica e apostólica, e é ainda Ele que a chama a realizar cada uma destas qualidades” (CIC 811).
Essa autocompressão que a Igreja tem de si mesma, foi um dado de fé e de revelação, construído e amadurecido aos poucos: “Só a fé pode reconhecer que a Igreja recebe estas propriedades da sua fonte divina. Mas as manifestações históricas das mesmas são sinais que também falam claro à razão humana. ‘A Igreja, lembra o I Concílio do Vaticano, em razão da sua santidade, da sua unidade católica, da sua invicta constância, é, por si mesma, um grande e perpétuo motivo de credibilidade e uma prova incontestável da sua missão divina’” (CIC 812). Houve tantos desafios e purificações vividos pela Igreja, primeiro entre o grupo dos doze apóstolos, depois no grupo daqueles 72 discípulos e assim vários e vários outros ao longo dos séculos, que, sem o apoio e assistência do Espírito Santo, ela se teria findado.
“A Igreja é una, graças à sua fonte: ‘O supremo modelo e princípio deste mistério é a unidade na Trindade das pessoas, dum só Deus, Pai e Filho no Espírito Santo’. A Igreja é una graças ao seu fundador: ‘O próprio Filho encarnado […] reconciliou todos os homens com Deus pela sua Cruz, restabelecendo a unidade de todos num só povo e num só Corpo’. A Igreja é una graças à sua ‘alma’: ‘O Espírito Santo que habita nos crentes e que enche e rege toda a Igreja, realiza esta admirável comunhão dos fiéis e une-os todos tão intimamente em Cristo que é o princípio da unidade da Igreja’. Pertence, pois, à própria essência da Igreja que ela seja una: ‘Que admirável mistério! Há um só Pai do universo, um só Logos do universo e também um só Espírito Santo, idêntico em toda a parte; e há também uma só mãe Virgem, à qual me apraz chamar Igreja’” (CIC 813).
Deus é a causa eficiente de tudo o que existe. Com relação à sua Igreja, essa afirmação alcança o máximo grau. Alguém poderia então se perguntar: “Se Deus está em todos os lugares do tempo e do espaço, não seria então desnecessário edificar um lugar especifico, como a Igreja?” A resposta é simples: não é Deus que precisa da Igreja para entrar em relação com o homem, mas o homem que precisa de um espaço físico e existencial como a Igreja para entrar em relação com Deus. A Igreja, então, torna-se o Corpo místico de Cristo e instância formal escolhida por Ele para ir ao encontro do homem.
Entretanto, vale apenas dizer incansavelmente: essa unidade não deve ser compreendida como uniformidade. Nós, seres humanos, somos diferentes uns dos outros em raça, língua, cultura, personalidade, histórico, classe social etc. A grande beleza e profecia da unidade cristã na Igreja é que ela consegue acolher a todos, pois a referência é sempre Cristo. A virtude, alma dessa identidade cristã é o amor (cf. CIC 814).
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