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“Maria, contudo, conservava cuidadosamente todos esses acontecimentos e os meditava em seu coração” (Lc 2,19): quando o anjo anunciou a Maria a vinda de Jesus, seu coração ficou perturbado. É o que acontece com todos nós quando recebemos algo que não entendemos, que não se encaixa em nossos pensamentos. A novidade tem uma tendência perturbadora, tira-nos do lugar fixado. Vida é movimento e, por isso, sempre haverá uma novidade, uma mensagem nova, ao coração humano. Maria questionou o anjo como seria, como se daria tudo o que ele havia anunciado e ele respondeu que seria por meio do Espírito Santo. Em seguida, ela se colocou como a serva do Senhor e que fosse feito de acordo com Palavra dele. No entanto, o versículo de Lucas traz elementos fundamentais aos que realmente desejam entender, compreender e sentir plenamente algo.
Para a música, as palavras de Lucas são essenciais: ter cuidado com os acontecimentos, saber conservá-los, meditá-los no coração. O ponto delicado da música litúrgica é o Espírito Santo, que atualmente encontra grandes deturpações, isto é, impulsos diversos traduzidos como vontade de Deus, um problema que os teólogos enfrentam diante das diferentes formas em que o Espírito Santo é mencionado, mas, na música há algo que pode garantir a direção certa: a música litúrgica nasce do conhecimento, do suor do trabalho, do estudo, da meditação e da interpretação. Ser cristão é conceber constantemente o Cristo por meio de atitudes concretas, por meio de ações verdadeiras. Música é substância, som, física, matemática! Pode ser medida, endereçada e avaliada. Maria é a porta segura aos que desejam cantar o verdadeiro louvor: o ouvido mergulhado na humildade, no silêncio, na escuta meditativa, no cálculo de Deus.
O Papa Bento XVI presenteou a Igreja com a trilogia “Jesus de Nazaré” e no primeiro volume, A infância, escreveu: “Maria torna-se mãe por meio do seu ‘sim’. Várias vezes os padres da Igreja exprimiram tudo isso, dizendo que Maria teria concebido pelo ouvido, ou seja, pela sua escuta: por meio da sua obediência, a Palavra entrou nela e nela se tornou fecunda. Nesse contexto, os padres desenvolveram a ideia do nascimento de Deus em nós por meio da fé e do Batismo, pelos quais o logos vem a nós sem cessar, tornando-nos filhos de Deus”. Você tem concebido Jesus pelo ouvido?
Maria é melodia obediente, ou seja, o ob-audire, a forma como se deve dirigir o ouvido do cristão: inclinar-se à Palavra. A música litúrgica está inclinada, direcionada, composta à fé e ao Batismo e, desse modo, o “logos vem a nós sem cessar” porque só assim é que alguém se torna verdadeiramente filho de Deus. O barulho, o som excessivo nas igrejas, a falta de cuidado musical não levam ninguém a lugar algum; uma distração sem sentido, estéril, fuga da realidade. Onde não houver silêncio fecundo, não haverá a escuta dos sons de Deus.
Que a partitura do “sim” de Maria ressoe e seja sempre o refrigério do Espírito Santo nos corações atribulados.
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