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A ASCENSÃO E A MODERNIZAÇÃO DAS NOVAS MÍDIAS PROPICIAM A PRESENÇA CATÓLICA NOS AMBIENTES DIGITAIS DE FORMA DINÂMICA E CRIATIVA
A percepção de que as redes sociais estão cada vez mais presentes na vida das pessoas pode ser comprovada pelo Relatório de visão geral global digital 2022, publicado em abril deste ano. O subsídio apontou que os brasileiros passam, em média, 3 horas e 47 minutos por dia conectados e que somente no Instagram são 122 milhões de usuários, tornando-se a terceira rede social mais usada no Brasil.
A presença de mais pessoas nesses canais aumenta, consequentemente, o local onde muitos fiéis buscam entretenimento. Com isso, a presença católica nas redes sociais tem crescido e a evangelização nesses espaços acontece de forma criativa e natural.
O diálogo com o público por meio de reels, stories e feed já se tornou uma realidade para o Padre Adriano Zandoná. O sacerdote da Comunidade Canção Nova vive a missão de evangelizar pelos meios de comunicação desde os tempos de seminário.
Em entrevista à Revista Ave Maria, ele relembrou que um dos documentos que nortearam a criação da comunidade fundada pelo Monsenhor Jonas Abib foi a Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi, do Papa Paulo VI. Nela, o Pontífice afirma que “a Igreja se sentiria culpada diante do seu Senhor” se não utilizasse os meios de comunicação para anunciar a Palavra de Deus.
Conforme o Padre Adriano, esse pensamento pode ser aplicado aos novos meios, pois “Em um tempo de tanta desinformação e idealização dos conteúdos, nós, cristãos, precisamos estar nas redes sociais para levar a evangelização”.
Com 3 milhões de seguidores (Instagram, Facebook, YouTube e Twitter), Padre Adriano percebeu uma mudança de comportamento das pessoas ao longo dos anos. Anteriormente, segundo ele, a sociedade consumia conteúdos mais longos, já hoje a atenção está reduzida e é comum a leitura de um resumo no Google e de mensagens com um número limitado de palavras no Twitter.
Diariamente, ele faz a postagem da “Dica de hoje”, vídeo com 45 segundos de duração formado por uma reflexão e uma bênção. Acompanham em tempo real cerca de 80 mil pessoas e os compartilhamentos fazem com que a estimativa de usuários seja ainda maior. No YouTube, ele faz a meditação do Evangelho do Dia. Para o sacerdote, “Isso mostra como as pessoas querem algo para direcionar a vida delas de uma forma rápida”.
Ele contou que busca retratar a sua rotina com espontaneidade para as diferentes gerações que o acompanham: “Tenho a preocupação de gravar conteúdos que todos possam entender, sempre deixando uma mensagem de esperança e de fé”.
Na opinião do Padre Adriano, o maior desafio dos evangelizadores nas mídias sociais é o de não se deixarem levar pela superficialidade. Mesmo com o curto tempo para transmitir a mensagem, ele acredita ser indispensável que exista profundidade nos assuntos.
“Eu não quero só seguidores, quero cumprir uma missão. É claro que existem temas polêmicos a ser abordados, mas, como um pai, o padre tem que formar os filhos. Um evangelizador não pode fugir desses temas só para ter ‘curtidas’, tem que ter honestidade, sinceridade e defender de fato o que crê”, enfatizou o sacerdote.
Instagram: @adrianozandona
YouTube: Padre Adriano Zandoná
Twitter: @padrezandona
O contato com o público já não era uma novidade para o cantor, pregador e apresentador Dunga, que desde a década de 1990 utiliza os meios de comunicação social como ferramenta de evangelização.
Com mais de 540 mil seguidores no Instagram, Dunga também realiza a sua missão por meio da televisão, do rádio e de palestras. Mesmo com um começo “discreto”, ele explicou que vem se especializando a cada nova ferramenta que surge, sobretudo desde o início da pandemia.
Todos os seus seguidores foram conquistados de maneira orgânica (sem investimento financeiro). Para Dunga, isso permite que ele e a sua equipe tenham a real percepção das pessoas que desejam receber a sua mensagem: “Eu procuro passar que a minha vida missionária se dá no cotidiano, para que as pessoas entendam que ser alguém que busca do alto é separar aquilo que é bom daquilo que não tem valor. Os que nos acompanham precisam ter a sensação de que nós não somos super-heróis, mas fazemos do nosso dia a dia uma busca natural das coisas essenciais”, realçou.
Seu conteúdo pode ser acessado também pelo aplicativo “Dunga Acredite”.
Instagram: @dungaphn
YouTube: Dunga
Twitter: @dungaphn
Aplicativo: Dunga Acredite
Conhecido por apresentar programas de televisão e rádio, Padre Marcos Roberto Pires, da Arquidiocese de São Paulo (SP), contou que foi com a pandemia que ele intensificou sua evangelização nas mídias sociais por entender o valor dessa metodologia para o anúncio da Boa-Nova.
Grande parte dos seus 120 mil seguidores no Instagram é formada por pessoas de 30 a 40 anos; isso justifica o conteúdo produzido que é, majoritariamente, sobre a família.
Ele julga que o principal desafio de evangelizar nas redes sociais é o de falar de forma descontraída às pessoas que já foram contempladas com a Palavra de Deus e levá-las a Cristo, a um pensamento e a uma vida de oração.
Instagram: @padremarcosrobertopires
YouTube: Padre Marcos Roberto Pires
Além do Instagram, outro meio de comunicação que vem ganhando escala no meio católico são os podcasts. As produções trabalham temas diversos, dentre eles, a religião.
Esse é o caso do “Católico, cê sabia?”, iniciativa dos Padres Felipe Necco e Renan Checa, da Diocese de Mogi das Cruzes (SP). Em 2018, os sacerdotes sentiram o desejo de iniciar o projeto, concretizado com o início das gravações em 2020.
O objetivo, segundo Padre Felipe, é promover a meditação sobre diferentes temas da doutrina católica para que os fiéis tenham maior conhecimento da sua própria fé. O formato foi escolhido pela proximidade com a juventude.
Temas como Antigo e Novo Testamento, exercícios espirituais e Doutrina Social da Igreja foram alguns dos assuntos abordados recentemente.
Semanalmente, os programas são disponibilizados no site oficial e no YouTube do projeto e nas principais plataformas de áudio, Deezer e Spotify: “Católico, cê sabia?” podcast.
A vice-coordenadora da Pastoral da Comunicação (Pascom) Brasil e especialista em comunicação e evangelização na era digital, Janaína Gonçalves, explicou que a utilização das mídias sociais como ferramenta de evangelização tem sempre um impacto positivo.
Segundo a coordenadora, a pandemia de covid-19 foi a “catalisadora do digital”. Mesmo que muitos grupos da Igreja Católica já se fizessem presentes nos meios digitais, esse período vem transformando o conceito de comunicação para evangelizar. “Hoje, todos nós somos produtores de conteúdos e o estímulo a essas mensagens são diferentes. A pandemia, tendo sido a catalisadora do digital, impulsionou alguns representantes católicos a buscarem as mídias sociais para deixarem as suas mensagens, seus recados, suas opiniões”, explicou Janaína.
Por conta da ascensão da presença católica nas mídias sociais, Janaína comentou que em breve deve ser lançada a versão atualizada do Diretório de comunicação da Igreja no Brasil, contemplando o estudo da evangelização pelas novas plataformas, a linguagem utilizada nesses canais e um conteúdo que reflete uma comunicação voltada aos jovens que estão fora da Igreja e para os fiéis que buscam novas maneiras de viver a sua espiritualidade.
Ela destacou, ainda, o processo de escuta que a Pastoral da Comunicação vem realizando com seus agentes via formulário on-line. Essas pesquisas visam a estruturar a comunicação por meio de um processo de sinodalidade, beneficiando, assim, a presença católica também nas redes sociais.
Instagram:
@irkelly_institutohesed_ – 1,4 M
@eugeniojorgeoficial – 103 mil
@thiagobrado – 603 mil
@adrianaarydes – 578 K
Tik Tok:
@tt_castro – 67,7 K
@zizafernandesoficial – 6.126 mil
@thiagobradoreal – 14,5 K
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