ACONTECE NA IGREJA Amor Bíblia Carmelitas Carmelo Catecismo Catequese Catequista Catequistas CNBB Coronavírus Deus ESPAÇO DO LEITOR Espiritualidade Espírito Santo Eucaristia Família Formação Fé Igreja Jesus juventude Maria MATÉRIA DE CAPA Natal Nossa Senhora do Carmo O.Carm. Ocarm Oração Ordem do Carmo Papa Francisco Pentecostés provocarmo Páscoa Quaresma Reflexão SANTO DO MÊS Sociedade Somos Carmelitas somoscarmelitas São Martinho Vida vocacional Vocação vocação carmelita
Era agosto. O dia amanhecera frio e o vento, qual orquestra, assoviava uma canção, balançando as folhas das árvores. Abri os olhos e lembrei-me de uma frase muito popular em minha região: “Quando venta demais é porque morreu um padre”. Era o primeiro domingo do mês, Dia do Padre, e eu, graças a Deus, estava vivo! Depois das orações pessoais e de um café feito por minhas mãos, saí de casa para celebrar a primeira missa da manhã.
Ao chegar à capela Nossa Senhora do Rosário, acolhi o carinho dos paroquianos que, abrindo um sorriso, abraçavam-me, cumprimentando-me pela data especial. A celebração estava festiva. As pessoas rezavam com fervor, cantavam, silenciavam o coração, atentas à Palavra de Deus. Após a proclamação do Evangelho, iniciei a homilia com as palavras de Jesus, naquele domingo: “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede” (Jo 6,35). Falei da vocação presbiteral, do meu chamado, das alegrias e dos desafios de ser pastor de uma comunidade, de conduzir as ovelhas ao coração de Jesus, de ir ao encontro das que estão afastadas, perdidas e feridas na estrada da vida. Disse, ainda, que todos precisavam rezar pelas vocações e incentivar as crianças, os adolescentes e jovens a ouvir a voz do Mestre, pois a messe era grande e os operários, poucos.
Quando finalizava a reflexão, observei um menino vindo ao meu encontro, pelo corredor central. Todos fixaram os olhares nele. Chamei-o para perto de mim, passei a mão na sua cabeça, abaixei-me e perguntei-lhe: “Você, quando crescer, gostaria de ser padre?”. O menino fez cara de poucos amigos, franziu a testa e, assustado, respondeu: “Eu? Padre? Não!!! Deus me livre!”. O povo caiu numa gargalhada incontrolável. E eu também! Abracei o menino com ternura e abençoei-o. Então, ele saiu correndo, indo ao encontro de sua família, sentada num dos últimos bancos da igreja.
Todos os batizados, membros do povo de Deus, são chamados a assumir um compromisso com Jesus Cristo, não só com palavras, mas com a vida, sobretudo por meio de gestos concretos de amor. No testemunho diário da fé deve-se contagiar as pessoas, despertando nelas o desejo de conhecer Jesus. Aquele menino, na sua inocência, respondeu, espontaneamente, “Deus me livre!”, à pergunta que lhe fiz. Que todos possam responder “Eis-me aqui, Senhor”, quando Jesus chamar para um serviço na comunidade paroquial na qual participam.
Que as palavras do Papa Francisco, em sua mensagem para o Dia Mundial das Vocações, celebrado em 17 de abril deste ano, toquem seus corações, motivando-os a dizer “sim” àquilo que Jesus preparou para cada um: “Como gostaria que todos os batizados pudessem, no decurso do Jubileu Extraordinário da Misericórdia, experimentar a alegria de pertencer à Igreja! E pudessem redescobrir que a vocação cristã, bem como as vocações particulares, nascem no meio do povo de Deus e são dons da misericórdia divina! A Igreja é a casa da misericórdia e também a terra onde a vocação germina, cresce e dá fruto”.
Por Pe. Agnaldo José
Texto adaptado da edição de agosto. Para ler os conteúdos na íntegra, clique aqui e assine a Revista Ave Maria.
Comments0