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No dia 27 de julho, a Igreja celebra a festa de São Tito Brandsma, carmelita canonizado em Roma no mês de maio de 2022.
Nascido na Holanda, em 1881, o frade Tito Brandsma juntou-se aos carmelitas em 1898, aos 17 anos de idade. Fez sua primeira profissão em 1899 e depois foi ordenado sacerdote em 1905.
Ele ensinou em várias escolas antes de assumir o cargo de professor de filosofia e história do misticismo na Universidade Católica de Nijmegen, onde mais tarde foi nomeado Reitor Magnífico.
Escritor e jornalista notável, em 1935, foi nomeado assessor dos bispos, para jornalistas católicos. Ele era conhecido por estar pronto para receber qualquer um em dificuldade e ajudar da maneira que pudesse.
No período que antecedeu e durante a ocupação nazista na Holanda, ele argumentou apaixonadamente contra a ideologia nacional-socialista, baseando sua posição nos Evangelhos, e defendeu o direito à liberdade na educação e à imprensa católica. Como resultado, ele foi preso.
Assim começou o seu Calvário, envolvendo grande sofrimento pessoal e degradação, enquanto, ao mesmo tempo, ele próprio trouxe consolo e conforto para os outros internos e implorou a bênção de Deus sobre seus carcereiros.
Em meio a esse sofrimento inumano, ele possuía a preciosa capacidade de trazer uma consciência de bondade, amor e paz. Ele passou de uma prisão ou acampamento para outro até chegar a Dachau, onde foi morto em 26 de julho de 1942. Ele foi beatificado como mártir pelo Papa João Paulo II em 3 de novembro de 1985. E canonizado pelo Papa Francisco em 15 de maio de 2022.
A data de sua canonização ficará gravada na memória e no coração da Ordem Carmelita, especialmente da Província Carmelitana Fluminense que reuniu alguns confrades carmelitas brasileiros para participarem em Roma deste momento marcante para a Santa Igreja e para a Ordem.
O santo já tem milhares de devotos no Brasil, inclusive a única capela da América dedicada a São Tito Brandsma está no Santuário Nossa Senhora do Carmo, em Brasília, que pertence à Província Carmelitana Fluminense.
O prior provincial, Frei Adailson Quintino dos Santos, O.Carm, falou da expectativa vivida pela canonização de Frei Tito.
“A Ordem do Carmo vive um momento muito especial, e ao mesmo tempo um momento esperado pela família Carmelitana. No Brasil, de maneira específica, as paróquias, conventos e comunidades viveram uma intensa preparação para a canonização de Frei Tito. Quando nós olhamos para a Ordem do Carmo no mundo, o mundo inteiro, onde existe a ordem carmelitana, existe um movimento de fomentação tanto da espiritualidade quanto também da figura do próprio frei Tito. Um homem que respondeu às exigências do seu tempo através do seu sim, da radicalidade total ao Evangelho, e ao mesmo tempo a sua entrega à verdade e à justiça pautado na Palavra de Deus. Realizamos muitas palestras, conferências, momentos de oração, para divulgar ainda mais a figura do frei Tito e ao mesmo tempo trazer todo legado deste novo santo da Igreja para o Brasil”
Frei Thiago Borges, O.Carm, pároco e reitor da Basílica Nossa Senhora do Carmo, em São Paulo, partilha da alegria de ter estado em Roma para a canonização.
“O primeiro sentimento é uma emoção muito grande de ver a unidade da Igreja. O segundo é reconhecer a santidade de um homem que, mesmo em meio ao sofrimento do campo de concentração, permaneceu em pé ao lado do Cristo. Costumo dizer que o sofrimento na vida do cristão é algo pedagógico, não é permanecer no sofrimento, mas é passar pelo sofrimento. Frei Tito sofreu muito no campo de concentração e ele nos mostra que quando estamos unidos a Cristo, temos essa resiliência de passar pelo sofrimento e encontrar algo bom. O bom de Tito foi a vida com Cristo na eternidade. Que como cristão possamos ter esse desejo de passar pelo sofrimento para viver com Cristo as glórias da alegria”
Frei José Lucas, O.Carm, estudante da Província Carmelitana Fluminense, teve a
oportunidade de participar ajudando nas celebrações de preparação para a canonização e na missa de Ação de Graças, que aconteceu na manhã do dia 16 de maio.
“O sentimento que fica é de muita alegria, poder celebrar a canonização a tanto tempo esperado por todos nós, carmelitas. Para nós, estudantes, Frei Tito deve ser exemplo de vida e doação a Deus, a Ordem e aos irmãos. A mensagem que ele nos dá é sempre aquela da busca pela verdade, de não nos acomodarmos com as circunstâncias do tempo presente, mas de sempre buscarmos modificar as coisas a partir do olhar que enxerga a Deus nas realidades”
Frei Juliano Luiz da Silva, O.Carm, mora atualmente em Roma e conta a experiência de toda a preparação para a canonização do beato.
“A minha emoção é muito grande, principalmente por morar aqui e poder colaborar com a Ordem naquilo que era preciso, na organização de algumas coisas. Frei Tito tem muito a nos ensinar é uma mensagem de esperança, de carinho de Deus para todo seu povo. São Tito foi um homem de diálogo, que lutou pelo diálogo entre as diferentes religiões e povos de diferentes culturas. Foi também um homem de paz e contemplação, em Frei Tito o carisma de contemplação e trabalho se deu de forma muito plena, ele soube medir a contemplação com seu apostolado.”
A vida do Frei Tito foi um testemunho concreto de amor a Deus e aos irmãos, o seu compromisso com a Verdade e sua luta em favor da vida o conduziram ao sofrimento dos campos de concentração. Porém, completando em sua carne os sofrimentos de Cristo”, tornou-se ainda mais unido a Ele.
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