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Catequistas do Brasil, vocês conhecem a história da catequese? O portal da Revista Sou Catequista lhes traz mais esse conteúdo com o objetivo de um aprofundamento sobre o conhecimento histórico a respeito da disseminação do Evangelho através dos encontros catequéticos. Leia o texto escrito por José Luís:
Século primeiro: do hino à narração.
Neste primeiro século devido às características que estavam presentes no modo de catequizar dos primeiros cristãos, podemos dividi-lo em dois momentos. Primeiramente devemos ter em mente que os cristãos, em sua maioria vinham do Judaísmo, e tiveram contato pessoalmente com Jesus. Muito já sabiam sobre ele. Por isso até o ano 70 a catequese era feita de forma hinológica, ou seja, com forte orientação batismal e muito voltada para o alto: tendo Jesus como Senhor, ressuscitado, Juiz, que voltará logo. Também no ano 70 houve a destruição de Jerusalém e a diáspora, ou seja, a dispersão dos judeus e Judeu-cristãos, ocasionando um maior contato com a cultura pagã. A 2ª e a 3ª gerações não viram e não tinham conhecimento profundo do messias, principalmente os pagãos. Então sentiram a necessidade de refletir mais um Jesus, também, histórico. Conseqüentemente a catequese toma uma nova característica: passa de hinológica para uma narrativa dos fatos da vida de Jesus. Foi justamente aí, neste contexto, que nasceram os evangelhos, que são o maior material catequético que um cristão pode ter…
Anos 100 a 400: o catecumenato (Batismo crisma e eucaristia).
Nos primórdios, as pessoas que queriam fazer parte do cristianismo precisavam fazer duas coisas: pedir o batismo e professar a fé no Cristo. Então logo esta pessoa era inserida no meio da comunidade como um membro ativo na Igreja. Porém dois acontecimentos mudaram, mais uma vez o rumo da catequese:
Primeiro: A diáspora: No ano 70 com a dispersão dos judeus e judeu-cristãos, os cristãos mantêm um maior contato com a cultura greco-romana, ocasionando muitas conversões de romanos e gregos ao cristianismo.
Segundo: A perseguição: O Império romano, liderado por Nero, persegue os neoconvertidos. Estas duas situações exigiam uma catequese muito bem fundamentada, para corresponder aos “ataques” referentes a doutrina dos apóstolos. Esta catequese teria como objetivo combater as heresias (desvios da fé em pontos essenciais). E também evitar que os cristãos capturados pelos romanos se tornassem apóstatas, negadores da fé.
Para combater esses problemas a catequese toma uma forma mais rigorosa e exigente. A partir daí surge o catecumenato: tratava-se de um período de três anos de preparação para o batismo. Refletindo profundamente o modo de vida dos cristãos, seus costumes, etc. Depois deste tempo era realizado uma espécie de escrutinho, se o candidato fosse aprovado, passava a ser um ouvinte-observador dos crentes. Depois de três anos um novo exame, que o tornava eleito para a preparação imediata para o batismo. Nesta “preparação imediata”, recebia o creio e o pai nosso para o candidato estudar em oito dias depois. Quando, enfim, recebia o sacramento do batismo era chamado de Neófito, que quer dizer regenerado, recebia os sacramentos de iniciação: catequese mistagógica.
A responsabilidade de todo esse processo era de uma catequista, que em nome da comunidade, se encarregava não só da instrução religiosa mas também da verificação das mudanças de comportamento do candidato. Outra grande característica deste tempo é o surgimento de várias escolas de catequese, dentre as quais podemos destacar as mais famosas como a escola de Alexandria, no Egito; escola catequética de Cesária; e a escola de Antioquia, lugar onde os seguidores de Jesus foram chamados de cristãos pela primeira vez.(At 11, 26).
500 a 600: Início de uma nova fase.
Neste tempo o Império romano começa a declinar devido a invasão dos bárbaros no ocidente. Até então a catequese era caracterizada por uma visão mais oriental, ou seja, sua doutrina fundamentava-se nos grandes Concílios: Nicéia e Constantinopla, esquecendo da realidade concreta. A causa de tudo isso era simplesmente uma ideologia reinante no oriente: tudo que é ligado ao corpo, ao material era ruim (gnosticismo), por isso suas reflexões teológicas estavam centradas num Cristo “Pantocrator” (rei todo poderoso). Esta invasão bárbara fez com que a Igreja voltasse a sua catequese para um Cristo mais histórico: o sofredor, crucificado, o pecado original, a liberdade de consciência, a eficácia e validade dos sacramentos. Começa então o declínio do catecumenato e o batismo de crianças torna-se uma prática comum.
600 a 1500: A cristandade.
Depois da chegada dos bárbaros no Império romano o número de analfabetos aumenta, conseqüentemente a catequese sofre nova mudança: passa a ser muito mais reduzida à pregação. Além disso, por causa da união entre a Igreja e o estado, o cristianismo muito se consolidou. Então todos por medo ou por interesse tornam-se cristãos. Também neste tempo a Igreja adaptou e assimilou muitos costumes pagãos, cristianizando-os. Mais interessante ainda é vermos que não só a sociedade mas tudo era cristão: o tempo– medido pelo sino da Igreja, a festa do santo (os nossos dias de semana) por exemplo, a arte-teatro, poesias, o canto gregoriano…Cresce a devoção e diminui a formação, esta que começava a ser responsabilidade dos pais e dos padrinhos.
A catequese na época moderna.
Nesta época, entre 1550-1600, a Igreja ao ver a necessidade de muita formação para os leigos resolve elaborar grandes catecismos, os quais continham uma doutrina muito bem formulada e exata, que conseguiria suprir às necessidades da instrução dos fiéis. Dentre estes destacamos os seguintes catecismos:
De Lutero, em 1529.
O de são Pedro Canísio, no ano 1555. O de são Carlos Borromeu, em 1566 ( dedicado aos padres ). O de são Belarmino, em 1597 e muitos outros.
Depois do Concílio de Trento a Igreja adotou um catecismo em perguntas e respostas, o qual deveria ser memorizado pelos leigos para que assim permanecessem firmes na sua fé, rebatendo a doutrina protestante. A etapa do livrinho “o catecismo” durou quatro séculos.
Catequese como educação permanente na fé.
No século 20 redescobriram na catequese a importância da iniciação cristã e o seu lugar na comunidade de fé. Depois do Concílio Vaticano II a Igreja mais uma vez passa por um processo de amadurecimento. Não mais se identifica com a sociedade. Volta a consciência de Igreja sinal, sacramento, luz, sal do mundo, Igreja comunidade de fé, de culto e de fraternidade. Para isso contribuíram os movimentos: *Bíblicos *Patrísticos (escritos dos padres da Igreja), *litúrgico, *querigmáticos (anúncio); as descobertas: da psicologia, da pedagogia e de outras ciências humanas como auxílio à catequese.
E a catequese começa a se concretizar em:
“Voltar o espírito da educação permanente da fé, para a participação e comunhão na comunidade de fé; voltar a iniciativa do catecumenato; voltar a dar importância as pequenas comunidades, lugar de consciência, ponto de partida para o testemunho no mundo; mostrar a necessidade de conversão e de compromisso no meio de uma comunidade cristã para a formação de um novo mundo”. É por estes motivos que o objetivo da catequese é despertar nas pessoas a consciência de uma sociedade sólida e firme na fé. Uma sincera conversão e um compromisso com a comunidade par a transformação do mundo e a renovação da Igreja. João Paulo II recomenda aos Bispos:
“Que a preocupação de promover catequese ativa e eficaz não ceda nada frente a qualquer outra preocupação, seja ela qual for“.
Gostei do comentário, mas segundo o meu conhecimento a catequese, num primeiro momento, era dada somente pelos padres. Com o aumento de cristãos , estes nao dispunham de tempo e começaram a preparar leigos, convictos na fé para preparar os que desejavam ser baptizados.
Gostei do comentário, mas segundo o meu conhecimento a catequese, num primeiro momento, era dada somente pelos padres. Com o aumento de cristãos , estes nao dispunham de tempo e começaram a preparar leigos, convictos na fé e com tempo disponivel para preparar os que desejavam ser baptizados.