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A jovem Maria de Nazaré recebeu o anúncio do anjo, pronunciou seu “sim” ao Senhor e partiu apressadamente para visitar Isabel lá pela região montanhosa de Judá. Com apenas 16 anos e grávida, ela enfrentou aproximadamente 150 quilômetros de estrada com generosidade, decisão e coragem. Foi uma viagem imprevista e missionária, pois Maria levava o Cristo. Ao chegar à casa de sua parenta, a Virgem cantou o Magnificat, que desde o lar de Zacarias e Isabel ecoou para todas as famílias do mundo.
Maria foi servir Isabel. Provavelmente Isabel tinha outras pessoas, talvez até mais experientes, que poderiam ajudá-la às vésperas de dar à luz João, mas ninguém melhor que Isabel, uma mulher madura na fé, poderia entender o que estava acontecendo com Maria e vice-versa. É a necessidade que o coração tem de confidenciar, partilhar… servir!
Ao adentrar a casa de Isabel, Maria entoou o Magnificat, o único cântico da Virgem que conhecemos e revela o coração da “Mãe do meu Senhor”. Ao “explodir” o Magnificat, Maria fez memória da bondade do Senhor que cumpriu a promessa feita a Abraão e a sua descendência. Deus não buscou uma jovem entre as nobres dos palácios, mas veio ao encontro de uma mulher pobre e corajosa, “cheia de graça,” que representa o resto de Israel com o qual ela se identifica e se faz porta-voz.
Essa página exclusiva do Evangelho da infância de Jesus segundo Lucas é meditada no segundo mistério gozoso do Terço e aparece na Liturgia da Palavra no dia 31 de maio quando celebramos a Visitação de Nossa Senhora. Também é lida em outras datas marianas e no Advento. Já o cântico do Magnificat também é recitado na Liturgia das Horas e por muitos movimentos da Igreja.
Nesta obra queremos encontrar o rosto mais lindo da Igreja: Maria, mãe de Jesus e de toda a humanidade.
Ela, modelo de acolhida e resposta ao chamado do Senhor, ensina-nos a sair e ir ao encontro das pessoas, levar o Cristo para visitar as famílias, rezar e cantar, com amor e esperança, a ação de Deus na sua vida e na história de seu povo.
No Magnificat encontramos a sensibilidade poética e a força profética de uma vocação cimentada na Sagrada Escritura. Esse cântico de origem judaico-cristã ultrapassa a pessoa de Maria, que é a mãe do Messias, e assinala a fé e a esperança do povo peregrino de Deus. A Virgem cantou o Magnificat em nome de todos que acreditam no Senhor. Ele, o Santo de Israel, olhou para a humildade de seus servos e fez reviravoltas na história.
Ao meditar cada frase do Salmo de Maria, o Magnificat, ficará evidente que não estamos na órbita de uma espiritualidade alienada sem nenhuma implicação com a vida do povo. Seu cântico é a poesia de uma mulher comprometida com o resto de Israel e assinala as mudanças e a força do braço de Deus que age a favor dos descendentes de Abraão, o qual recebeu a promessa que nela se concretizou.
No Magnificat descobrimos os traços de Maria e mergulhamos nas profundezas do seu coração, que não tinha nada de ingênuo e submisso. Maria é aberta ao Espírito Santo e generosa na resposta ao chamado de Deus, com quem ela está sempre dialogando. Permanece o exemplo dessa discípula missionária que assume atitude de serva e canta as maravilhas do Senhor.
No fim do livro, apresentamos uma reflexão sobre o “Menino da manjedoura” (cf. Lc 2,1-14). É a cena da liturgia do Natal que inspira a montagem do presépio. Ela nos mostra a simplicidade de Deus que nasce no meio de nós.
No Magnificat, a jovem peregrina de Nazaré canta, desde a sua pequenez, o mistério da encarnação e a centralidade de Deus na sua vida. Maria nos ensina a “magnificar” o Senhor.
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