ACONTECE NA IGREJA Amor Bíblia Carmelitas Carmelo Catecismo Catequese Catequista Catequistas CNBB Coronavírus Deus ESPAÇO DO LEITOR Espiritualidade Espírito Santo Eucaristia Família Formação Fé Igreja Jesus juventude Maria MATÉRIA DE CAPA Natal Nossa Senhora do Carmo O.Carm. Ocarm Oração Ordem do Carmo Papa Francisco Pentecostés provocarmo Páscoa Quaresma Reflexão SANTO DO MÊS Sociedade Somos Carmelitas somoscarmelitas São Martinho Vida vocacional Vocação vocação carmelita
Na nossa reflexão anterior, “A Alegria da Lei”, vimos o grande benefício que a Lei (Torá) trouxe para o povo da Bíblia. Mostrava o caminho a seguir para encontrar o verdadeiro “Shalom”, o bem estar integral. O Antigo Testamento chama a Torá “O Caminho”. Jesus vai dizer: “EU sou o Caminho” (a Torá verdadeira). Todo o Novo Testamento mostra como chegamos à verdadeira Vida, seguindo as palavras, os passos de Jesus. Vamos refletir sobre a Lei a partir da Luz de Cristo.
Dois mandamentos em um só
Há um texto em Marcos sobre um diálogo entre um escriba e Jesus. É interessante observar que é o escriba que interroga Jesus (e não o contrário) e que elogia a boa resposta de Jesus. O escriba (AT) e Jesus (NT) são unânimes na sua opinião a respeito da Lei.
Leia o texto: Mc12,28-34. (Tempo para leitura e comentário)
Obs.: Encontramos textos parecidos em Lc 10,25-28 e Mt 22,34-40
A Nova Lei anula a Antiga Lei?
Vamos ler Mt 5,17-19 e Lc 16,17. Observemos que Jesus veio para levar a Lei à plenitude, realizando seu pleno sentido.
Mateus mostra Jesus como Mestre que instrui o povo sobre a Lei da Nova Aliança. O capítulo 5 do seu Evangelho diz: “Vendo as multidões, Jesus subiu à montanha e sentou-se.” Assim como Moisés subiu o monte Sinai, Jesus sobe a montanha para ensinar. E deixa bem claro: “Não vim para abolir a Lei, mas para cumpri-la. Os capítulos 5, 6 e 7 tratam sobre a Nova Lei. A primeira parte (vv 3-11) é muito conhecida. É lida diversas vezes durante o Ano Litúrgico.
Observando a multidão, vendo aquele povo pobre, sofrido, sem defesa, sem direitos e esperança, Jesus vai declará-los felizes, bem aventurados, porque justamente para eles é a Promessa do Reino, a salvação plena. E Jesus lhes mostra os novos valores desse Reino, contrastando com os valores que o mundo prega.
É bom ler na Bíblia os capítulos 5-7 de Mateus que mostram o caminho indicado por Jesus que ele mesmo viveu. Observemos que ele diz diversas vezes “Vocês ouviram que foi dito…, mas eu vos digo…” Quando lemos os três capítulos devemos reconhecer que Jesus até fez os mandamentos mais exigentes. Jesus é ainda mais exigente do que a Lei de Moisés! (Vamos procurar essas características nos três capítulos).
Obs.: Encontramos um texto idêntico em Lc 6,20-49 e temos ainda um texto bem claro em Mt 25,31-39 sobre como Jesus entende a verdadeira Lei.
Jesus relativiza a Lei
Lendo os Evangelhos, observamos que Jesus, em dados momentos, critica a observância da lei, feita de um modo legalista, olhando mais a lei do que a pessoa. Jesus diz: “A lei foi feita para o homem, é não o homem para a Lei.” (Mc 2,27; Mt 12,9-14). A Lei é feita para que o homem encontre sua salvação, a vida plena. Se a Lei começa a oprimir e sufocar, perde sua razão de ser. Em certas ocasiões, Jesus até desobedece às leis. (Cf Mc 3,1-5; Mt 12,9-13).
Também podemos notar que Jesus não é muito rigoroso quando a Lei determina observâncias ligadas a ritos e tradições (cf. Mt 9,14-15; 15,1-20). Mas, quando se trata da vivência entre as pessoas, Jesus é mais exigente do que a Lei, como já vimos acima.
Jesus vem mostrar um Deus diferente, um Deus-Pai, não um deus vingador, mas um Deus misericordioso. Podemos ler Jo 8,1-11. Aqui prevaleceu a Lei ou a misericórdia?
Reflexão: Como são nossas leis, hoje? Protegem as pessoas, ou beneficiam certos grupos em prejuízo de outros?
O Evangelho de João
O Evangelho de João, como também sua cartas, deixam bem claro que o verdadeiro mandamento é o AMOR. (Viver, realmente, o amor sempre supõe que a gente cumpra a lei básica das “Dez Palavras”, pois sem isto não há verdadeiro amor). Mas, podemos observar que para João não se trata tanto de um amor de renúncia, de obrigação dura, mas de um amor que dá alegria, porque brota do amor de Deus que nos foi dadoem Jesus. Esseamor deve se transbordar no amor entre nós. João se refere, em primeiro lugar, ao amor que deve reinar entre os membros da comunidade.
Há muitos textos que podem ser saboreados e aprofundados no Evangelho e nas Cartas de João: 13,34-35; 15,9-17, l Jo 2,7-11, l Jo 4,16b-21.
A Lei nas Cartas de São Paulo
Nas cartas de São Paulo encontramos uma certa crítica à Torá. São Paulo diz: “A Lei não nos salva, somente a fé em Jesus Cristo”. Devemos entender bem isto. Paulo não se refere à Lei Básica, ou aos Dez Mandamentos. Estes devem ser observados, sim. Paulo se refere a tantas outras prescrições sobre o culto, purificações, alimentos puros e impuros e, especialmente, à circuncisão. Quando os gentios (não-judeus) começaram a aderir a Jesus e entrar nas comunidades, Paulo acha que não é necessário que eles cumpram tantos preceitos tipicamente da religião judaica. “O que vale é a fé agindo pelo amor. Ser ou não circuncidado não tem importância alguma” (Gl 5,6).
Saborear, interiorizar, rezar
Escolham um dos seguintes textos: Jo 15,9-17 – 1Jo 2,7-11 – 1Jo 4,16b-21.
Aprofundem bem o texto, saboreiem versículo por versículo. Deixem toda a riqueza invadir seu coração. Quais os versículos que mais tocam vocês? Por quê? Comentem esses versículos.
Outra opção é tomar o texto 1Cor 13,1-13 e entrar bem no sentido da cada versículo.
No final, podemos cantar como mantra:
“A melhor oração é amar, a melhor oração é amar.
Se não sabes amar, tu não podes orar. A melhor oração é amar.”
Comments0