ACONTECE NA IGREJA Amor Bíblia Carmelitas Carmelo Catecismo Catequese Catequista Catequistas CNBB Coronavírus Deus ESPAÇO DO LEITOR Espiritualidade Espírito Santo Eucaristia Família Formação Fé Igreja Jesus juventude Maria MATÉRIA DE CAPA Natal Nossa Senhora do Carmo O.Carm. Ocarm Oração Ordem do Carmo Papa Francisco Pentecostés provocarmo Páscoa Quaresma Reflexão SANTO DO MÊS Sociedade Somos Carmelitas somoscarmelitas São Martinho Vida vocacional Vocação vocação carmelita
Jonas (Yônah), que quer dizer “pomba de asas aparadas”, era filho de Amati, originário de Gat-Ofer. Foi um dos profetas no reinado de Jeroboão II (587-536 a.C.). A principal missão desse homem foi centrada na viagem a Nínive para exortar o povo à conversão. É importante situar essa cidade trezentos anos antes do profeta, pois ela ficou na lembrança do povo como símbolo da crueldade provocada pelos assírios. Durante séculos foi dominada e entregue à perdição.
Deus teve o propósito de resgatá-la por meio de Jonas, senão ela sofreria a punição. No entanto, o profeta fugiu de Deus, traçando outra rota para Társis; no caminho, o barco em que estava deparou com uma forte tempestade. A tripulação, vendo aquele sofrimento, acreditava que alguém era o culpado da ira divina e decidiu lançar a sorte para descobrir quem era. A sorte caiu sobre Jonas e o profeta, para salvar todos, pediu para ser atirado ao mar e nesse instante cessou a tormenta. Sem saber, Jonas converteu os marinheiros, que fizeram votos de obediência a Javé. No fundo do mar, um grande peixe o engoliu, cuspindo-o três dias depois. Foi o tempo em que tomou consciência de seus atos mergulhando no silêncio, refletindo, enfrentando em contato com seus monstros interiores.
Jonas recebeu novamente o pedido de Deus para ir a Nínive e dessa vez respondeu positivamente ao Senhor. Entrou na cidade e anunciou que ela seria destruída (cf. Jn 3,4); para sua surpresa, a população acolheu o pedido e se converteu. Ele não ficou satisfeito, preferia que a cidade fosse destruída do que convertida. Queixou-se com Deus e desejou a morte (cf. Jn 4,2-3). Podemos dizer que foi um comportamento infantil, em que nem ele mesmo entendeu tamanha contradição.
De Jonas, escolhido para ser porta voz da conversão, podemos tirar várias mensagens. É fato que o livro traz uma simbologia única que precisa ser estudada, mas, cabe a nós entendermos que esse profeta representa um pouco de cada ser humano que vive em seus medos e fugas, sem saber muitas vezes que direção tomar. Entrar no “ventre de uma baleia” é a oportunidade para repensar o chamado de Deus e situar a existência dentro de um projeto maduro a ser construído.
Jonas nos convida a sairmos de nossas zonas de conforto e nos aventurarmos no anúncio profético da Palavra de Deus, superando traumas e negacionismos pessoais para viver a liberdade de filhos de Deus. Por meio de Jonas, Deus quebra as barreiras e os corações duros dos que oprimem e dos que são manipulados, oferecendo a oportunidade de viver para as coisas do alto. Por outro lado, o profeta é a imagem da insegurança que nos envolve quando os medos se tornam mais fortes. Não adianta pedir para morrer como fuga das responsabilidades; o caminho é a conversão, pois Jonas mesmo, que esteve três dias oculto dentro do peixe, tomou sua vida nas mãos e saiu forte para servir a Deus.
Existe no livro de Jonas um apelo didático à conversão por meio da aceitação do amor de Deus por cada ser humano. Aprendamos com a misericórdia a sermos mais humanos. A conversão é o abraço da compaixão.
Comments0