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Existem regimes políticos. Em 1917, a Revolução Socialista ou Comunista, acontecida na Rússia, foi o começo de uma mudança do mundo. O pensamento socialista, que implica o que se chama de comunismo, expandiu-se por muitos lugares e várias nações adotaram esse modo de existir, o que se chama de regime socialista.
Depois da Segunda Guerra Mundial o mundo ficou marcado com a Guerra Fria. Estados Unidos e União Soviética (basicamente a antiga Rússia e outras nações com ela) lutavam de modo contido, sem tiroteios, mas com ameaças e acúmulo de armas.
No Ocidente, marcado pelo capitalismo e influenciado pelos Estados Unidos, a atividade humana do trabalho era um meio de enriquecer, sem uma clara preocupação com a sociedade e a natureza. No Oriente, marcado pelo socialismo e liderado pela União Soviética, o trabalho era um direito das pessoas e sempre para o bem de todos, não para a pessoa que trabalhava. Enquanto o trabalho nos regimes capitalistas era para o enriquecimento e os indivíduos, nos regimes socialistas era para o coletivo e para o Estado. Havia uma “festa do trabalho”, comemorada no dia 1º de maio. Nos países socialistas era uma das maiores festas, com desfiles, discursos, muitas atividades em torno da ideia do trabalho. Claro que estamos simplificando as coisas ao máximo, mas a divisão do mundo, do modo de ver e sentir a história, era algo muito forte.
O Papa Pio XII via as questões ideológicas e políticas com preocupação. Ele estimulava a evangelização, as atividades missionárias e a difusão do pensamento cristão e percebeu que uma festa litúrgica poderia ser remodelada para ajudar nisso tudo. Era a festa do Patrocínio de São José, celebrada na quarta-feira da primeira semana da Páscoa. Então, o Papa, com a sua autoridade, mudou a festa do Patrocínio de São José para a Memória de São José Operário, celebrada no dia 1º de maio, Festa do Trabalho.
Note-se que o dia 1º de maio é a festa do “trabalho” e a memória litúrgica é de São José “Operário”. “Trabalho” é uma atividade humana; “operário” é uma pessoa! O destaque dado pelo Papa e celebrado na Igreja é a “pessoa” de São José como modelo, inspiração, estímulo para a atividade do trabalho.
José, esposo de Maria e pai de Jesus, é também um operário que realiza ações de trabalho.
É um trabalhador que transforma as coisas, os fatos, as pessoas. Ele é um homem livre que, com criatividade, cria as condições para a vida e a cultura.
Recentemente, houve algumas reinterpretações dessas ideias. Passou-se a valorizar também os que geram as possibilidades de trabalho, que são os empresários ou empregadores. Isso foi importante, pois incluiu mais pessoas e papéis no conjunto do trabalho. Contudo, o título da celebração litúrgica do dia 1º de maio é “São José Operário”, que pode ser também “Patrono dos Operários” ou “dos Trabalhadores”. Ele é o homem no qual quem trabalha pode encontrar estímulo e força.
Importante é afirmar, também, que o trabalhador transforma a sociedade, gera possibilidades e faz a cultura caminhar, progredir, mas pode também destruir, extinguir, negar a cultura. São José, o justo esposo de Maria e pai de Jesus, é o modelo para a transformação para o bem, para a verdade e para a paz. Ele aceita Deus em sua vida, nem sempre entendendo tudo, mas assumindo tudo e, assim, transformando.
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