ACONTECE NA IGREJA Amor Bíblia Carmelitas Carmelo Catecismo Catequese Catequista Catequistas CNBB Coronavírus Deus ESPAÇO DO LEITOR Espiritualidade Espírito Santo Eucaristia Família Formação Fé Igreja Jesus juventude Maria MATÉRIA DE CAPA Natal Nossa Senhora do Carmo O.Carm. Ocarm Oração Ordem do Carmo Papa Francisco Pentecostés provocarmo Páscoa Quaresma Reflexão SANTO DO MÊS Sociedade Somos Carmelitas somoscarmelitas São Martinho Vida vocacional Vocação vocação carmelita
Os diferentes contextos religiosos
A experiência religiosa dos jovens é fortemente influenciada pelo contexto social e cultural em que vivem. Em alguns países a fé cristã é uma experiência comunitária forte e viva, que os jovens partilham com alegria.
Noutras regiões de antiga tradição cristã a maioria da população católica não vive uma pertença real à Igreja; não faltam, todavia, minorias criativas e experiência que revelam um renascimento do interesse religioso, como reação a uma visão reducionista e sufocante.
Noutros lugares, ainda, os católicos, juntamente com outras denominações cristãs, são uma minoria, que conhece por vezes discriminações e até perseguições.
Há por fim contextos em que há um crescimento das seitas ou de formas de religiosidade alternativa; aqueles que as seguem não raro ficam desiludidos e tornam-se adversos a tudo quanto é religioso.
Se em algumas regiões os jovens não têm a possibilidade de exprimir publicamente a sua fé ou não vêem reconhecida a sua liberdade religiosa, noutros sente-se o peso das escolhas do passado – inclusive políticas –, que minaram a credibilidade eclesial.
Não é possível falar da religiosidade dos jovens sem ter presente todas estas diferenças.
A busca religiosa
Em geral os jovens declaram estar à procura do sentido da vida e demonstram interesse pela espiritualidade. Essa atenção, no entanto, configura-se por vezes como uma busca de bem-estar psicológico mais do que uma abertura ao encontro com o mistério do Deus vivo.
Em particular em algumas culturas, muitos consideram a religião uma questão privada e selecionam das várias tradições espirituais os elementos nos quais encontram as suas convicções. Difunde-se assim um certo sincretismo, que se desenvolve sobre o pressuposto relativista de que todas as religiões são iguais.
A adesão a uma comunidade de fé não é vista por todos como a via de acesso privilegiada ao sentido da vida, e é flanqueada e por vezes substituída por ideologias ou pela procura de sucesso no plano profissional e econômico, na lógica de uma auto-realização material.
Ainda assim, permanecem vivas algumas práticas transmitidas pela tradição, como as peregrinações aos santuários, que por vezes envolvem massas de jovens muito numerosas, e expressões da piedade popular, frequentemente ligadas à devoção a Maria e aos santos, que protegem a experiência de fé de um povo.
O encontro com Jesus
A mesma variedade encontra-se na relação dos jovens com a figura de Jesus. Muitos reconhecem-no como Salvador e Filho de Deus e, muitas vezes, sentem-se perto dele através de Maria, sua mãe, e comprometem-se num caminho de fé. Outros não têm com Ele uma relação pessoal, mas consideram-no como um homem bom e uma referência ética. Outros, ainda, encontram-no através de uma forte experiência do Espírito. Para outros, Ele é uma figura do passado privada de relevância existencial ou muito distante da experiência humana.
Se para muitos jovens, Deus, a religião e a Igreja emergem como palavras vazias, eles são sensíveis à figura de Jesus, quando é apresentada de maneira atraente e eficaz. De muitas maneiras também os jovens de hoje dizem: «Queremos ver Jesus» (João 12, 21), manifestando assim essa saudável inquietação que caracteriza o coração de cada ser humano: «A inquietação da busca espiritual, a inquietação do encontro com Deus, a inquietação do amor» (papa Francisco).
O desejo de uma liturgia viva
Em diversos contextos os jovens católicos pedem propostas de oração e momentos sacramentais capazes de intercetar a sua vida quotidiana, numa liturgia fresca, autêntica e jubilosa. Em muitas partes do mundo a experiência litúrgica é o recurso principal para a identidade cristã e conhece uma participação ampla e convicta. Os jovens reconhecem nela um momento privilegiado de experiência de Deus e da comunidade eclesial, e um ponto de partida para a missão.
Noutros lugares, em vez disso, assiste-se a um certo afastamento dos sacramentos e da Eucaristia dominical, percecionada mais como preceito moral do que como feliz encontro com o Senhor ressuscitado e com a comunidade.
Em geral, constata-se que mesmo onde se oferece a catequese sobre os sacramentos, é débil o acompanhamento educativo para viver a celebração em profundidade, para entrar na riqueza do mistério dos seus símbolos e dos seus ritos.
In Documento final do sínodo dos bispos, 27.10.2018, nn. 48-51
Trad.: Rui Jorge Martins
Publicado em 30.10.2018 no SNPC
Via Catequese Hoje
Comments0