ACONTECE NA IGREJA Amor Bíblia Carmelitas Carmelo Catecismo Catequese Catequista Catequistas CNBB Coronavírus Deus ESPAÇO DO LEITOR Espiritualidade Espírito Santo Eucaristia Família Formação Fé Igreja Jesus juventude Maria MATÉRIA DE CAPA Natal Nossa Senhora do Carmo O.Carm. Ocarm Oração Ordem do Carmo Papa Francisco Pentecostés provocarmo Páscoa Quaresma Reflexão SANTO DO MÊS Sociedade Somos Carmelitas somoscarmelitas São Martinho Vida vocacional Vocação vocação carmelita
Estimado(a) leitor(a) da Revista Ave-Maria, inicio nossa reflexão mensal de março, especialmente a partir do dia 08, quando celebramos o Dia Internacional da Mulher. Portanto, voltamos nosso olhar para as santas da Bíblia Sagrada, como modelos a serem seguidos por todas as mulheres.
A partir do texto do livro do Gênesis: “O Senhor Deus disse: Não é bom que o homem esteja só. Vou dar-lhe uma auxiliar que lhe seja adequada.” (Gn 2,18). Apesar da Sagrada Escritura nos apresentar predominantemente vários profetas e apóstolos, ou seja, homens de fé e coragem, muitas foram as mulheres que também se destacaram por seus testemunhos de vida, fé, coragem e fidelidade a Deus. Nas Sagradas Escrituras, é possível conhecer muitas delas, e suas histórias de superação e perseverança nos ensinam sobre a graça de sermos tementes a Deus. É sobre algumas dessas grandes e santas mulheres, e suas grandes virtudes, que falaremos neste mês.
Sara, esposa de Abraão, recebeu do Senhor a missão de gerar um novo povo, do qual nasceria seu Filho, Jesus. Mas como seria possível gerar uma nação se ela era estéril (cf. Gn 11,30)? Devido à sua obediência e confiança nas promessas de Deus, mesmo na velhice, Sara deu à luz a Isaac. A partir do seio de Sara, nascia o povo escolhido de Deus. Ela é exemplo de comunhão com seu marido e, principalmente, obediência à vontade de Deus, pois deixou sua terra e suas riquezas para viver, como nômade, em busca da terra em que Deus prometeu a Abraão formar uma grande nação (cf. Gn 12,1-3; 1-4). Ela também exerceu a confiança, esperando que a promessa de Deus se manifestasse em sua vida, através da concepção de Isaac, mesmo que isso ocorresse aos 90 anos de idade (cf. Gn 17,15-16).
Miriã (ou Miriam), era a irmã mais velha de Moisés e Arão. Foi ela quem, após sua mãe colocar Moisés, ainda bebê, numa cesta no Rio Nilo, a fim de evitar a morte dele, sabiamente indicou sua própria mãe à filha do faraó, que encontrara o bebê, para que pudesse ser sua babá (cf. Ex 2,1-9). Mais tarde, após o povo hebreu sair do Egito, em busca da terra prometida, ela foi escolhida por Deus para ser uma profetisa. Além disso, como gesto de gratidão, ela liderou um grupo de mulheres para entoar um canto de louvor a Deus, pela graça de atravessar o Mar Vermelho e livrar seu povo da tirania do Egito (cf. Ex 15,20). Ela é exemplo de sabedoria, pois soube como intervir na condição de fragilidade do bebê. Além disso, tinha uma enorme gratidão a Deus, expressando-a através de danças e cantos de louvor.
Judite era uma viúva que, para defender seu povo e suas terras, assumiu a liderança da guerra em um momento crítico da história de Israel, em que o rei Nabucodonosor quis conquistar a Judéia com seu comandante Holofernes. Em um momento crítico da história de Israel em que o rei Nabucodonosor queria conquistar a Judéia com seu comandante Holofernes, Judite, viúva, para defender seu povo e suas terras, assume a liderança da guerra. Judite se prostrou por terra em oração por um longo tempo e, cheia da vontade de proclamar que só há um Deus neste mundo, levantou-se e pôs em prática suas estratégias de guerra, que culminaram na decapitação do general inimigo na vitória do povo de Israel e no cântico ao verdadeiro vencedor da guerra, o Senhor Todo-Poderoso.
Ester era uma órfã, de origem judaica, portadora de grande beleza, que vivia exilada no Egito, governado pelo rei Assuero, o qual a escolheu como esposa após a rainha Vasti ter sido deposta. Após a publicação de um decreto para exterminar os judeus do reino, organizado por Amã, um comandante do rei, Ester pediu ao povo judeu que orasse e jejuasse e, num ato de muita coragem e ousadia, se apresentou diante do rei e pediu misericórdia por seu povo (cf. Et 7,1-3). Naquela época, quem se apresentasse diante do rei sem ser convocado pelo mesmo seria morto, mas Ester confiou no poder da oração e conseguiu que o rei fizesse um decreto revogando o extermínio dos judeus!
Maria de Betânia, irmã de Lázaro e Marta, e muito querida por Jesus. Todos eles eram amigos de Jesus. Destaco aqui dois grandes momentos em que Maria exerceu, copiosamente, sua fé: o primeiro deles foi quando Jesus foi visitar sua casa e ela escolheu a melhor parte, que foi aproximar-se d’Ele e ouvi-Lo (cf. Lc 10,38-42); outro importante momento foi quando Maria ungiu os pés de Jesus com perfume, dias antes de Sua Paixão e Morte, cujo gesto demonstra tamanha adoração a Jesus (cf. Jo 12,1-3). Ela é exemplo de amizade, pois nos mostra que, para sermos amigos de Jesus, precisamos nos aproximar d’Ele, através da oração, e abrir os ouvidos da alma, para a Verdade que Ele quer nos revelar. Ao se colocar aos pés de Jesus e ungi-los, ela reconheceu Seu senhorio e Sua majestade, adorando-O verdadeiramente.
Maria, Mãe de Jesus, a mais sublime criatura de Deus. Maria se submeteu à vontade do Pai, aceitando a missão de gerar, cuidar, educar e amar o Filho de Deus, sendo escrava e mãe ao mesmo tempo. Mesmo grávida, ela não hesitou em ajudar sua prima Isabel, que também estava grávida. De pé, diante da cruz de Jesus, ela se manteve firme, obediente e em silêncio. Maria é a síntese dos exemplos de todas as mulheres da Bíblia: obediência, confiança, sabedoria, gratidão, compaixão, intercessão, amizade, oração e adoração. Maria resume todas essas importantes virtudes num exemplo maior: o amor incondicional a Deus.
Sempre temos necessidade de mudar, de fazer uma transformação, e isso chama-se “precisar de conversão”. Ponhamo-nos a caminho com esta confiança filial e busquemos praticar esses propósitos dentro de nossas famílias a partir dos exemplos das santas mulheres da Sagrada Escritura. Que Deus nos dê a graça de, ao olharmos para o mais profundo de nossa alma, identificarmos aquelas virtudes que mais precisamos aprimorar e, assim, caminharmos rumo ao Reino dos Céus.
Comments0