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A beleza é o ponto central na vida do artista. Ela é condutora e meta ao mesmo tempo. Ao cristianismo o conceito de beleza é vital, pois nada pode ser mais belo do que o próprio Cristo!
Meu querido amigo Cláudio Pastro muito ensinou a todos sobre as artes e a liturgia. Em seu livro O Deus da beleza nos oferece palavras esclarecedoras, conceitos estéticos e a relação com Deus: “Hoje, o que chamamos de beleza está completamente distante de seu centro, de suas raízes, do elemento gerador da própria beleza”. Cláudio se refere ao consumismo e ao comércio que se postam como os “produtores” e não simplesmente portadores da beleza, assunto muito sério nos dias de hoje, inclusive nas igrejas. Há correntes entre religiosos e leigos que associam as expressões do belo como produto de uma sociedade consumista e distante da pobreza cristã. Acabam por não entender nem a beleza nem a verdadeira simplicidade dos pobres de coração.
O músico cristão deve ser pobre, humilde, manso de coração. É pobre quem descobre dentro de seu ser a beleza do Espírito Santo e se deixa conduzir por essa presença suave que a tudo dá vida e equilíbrio. A música sacra é a mais silenciosa resposta do amor de Deus tocando o fundo do coração, abrindo as portas da humanidade para a vida infinita. Jesus ensina no Evangelho que se pode reconhecer uma árvore pelos frutos que dela saem; da mesma forma se pode reconhecer um músico católico pelo amor que tem à liturgia e por total entrega à mais esplêndida beleza, a Eucaristia Ela é tudo! A música deve ser, assim, a reverberação do Espírito Santo na humanidade de quem compõe, toca, canta, ouve. É questão de harmonia e inteligência espiritual, capacidade de percepção que só o pobre de si mesmo pode sentir. Sentir não é saber que existe. Sentir é sentir. Deus vem na brisa suave. É preciso meditar, silenciar a vaidade e o orgulho. É preciso orar. A oração desenvolve a inteligência do coração. Em seu livro O poder do silêncio, Eckhart Tolle escreve: “A verdadeira inteligência atua silenciosamente. A calma é o lugar onde a criatividade e a solução dos problemas são encontradas”. Na liturgia só pode haver espaço para amor, calma e beleza.
A música sacra deve ser trabalhada como a arqueologia, que descobre o objeto de origem com paciência, conhecimento e cuidado. O Espírito Santo está pronto dentro de cada ser humano desde a origem da criação até a eternidade. O trabalho do coração é descobrir esse espírito por meio da beleza e do amor. Maurício Meschler, no livro O dom do Pentecostes, diz que “a Eucaristia é a obra magnífica do amor de Deus” e “mais íntima ainda é a relação que com o Espírito Santo têm os efeitos da Eucaristia”. Música é beleza e espírito do amor de Deus. Meschler ainda diz que “o Espírito Santo que habita em nós quer voltar à sua origem”.
“A beleza não é um produto do ser humano; está tão acima dele! Ela o atrai, o seduz e, assim, o ser humano não vive sem ela.” (Cláudio Pastro)
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