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Silêncio. Palavra doce e capaz de nos ajudar muito em tudo. Muitas vezes temos medo do silêncio. É interessante perceber que para muitos o silêncio incomoda mais do que a vida barulhenta, cheia de ruídos e excesso de palavras. Sim, gastamos muito mais palavras do que o necessário. No entanto, não haverá sabedoria sem um silêncio saudável, equilibrado e com positivos resultados. O silêncio é segurança que o coração encontra para que o Evangelho tenha meios de ser vivido dentro e fora.
Jesus é a melodia da vida do cristão. É a condução do amor. A música brota do silêncio e retorna a ele mesmo. Música é movimento dentro do silêncio. A melodia cristã nos ensina muito sobre nós mesmos, nos coloca diante de nossa própria natureza e garante a esperança como virtude teologal. A música cristã deve nos conduzir à verdade dentro de nós. Por isso, nasce do verdadeiro silêncio e retorna para ele. A melodia cristã deve iluminar o coração para que o reconhecimento do amor se efetue dentro dele.
O verdadeiro silêncio espiritual é o exercício da liberdade do coração, do discernimento e da razão, da escolha e da responsabilidade. A música do coração cristão busca a criatura e reconhece o Autor da Criação transformando o mundo exterior em amor. É o principal motivo pelo qual escutamos boa música, celebramos liturgia responsável e promovemos a música sacra. Felizmente no Brasil aumenta o número de concertos e recitais de música sacra nas igrejas.
A boa cultura pode muito nos ajudar no exercício da oração e da renovação de nossas forças. Assim, o silêncio interior vai encontrando melhores recursos para despertar em nós o amor. Dom Columba Marmion em sua belíssima obra Jesus Cristo, Vida da Alma nos diz que “é pelo exercício das nossas próprias faculdades, inteligência, vontade, coração, sensibilidade, imaginação, que a nossa natureza humana, mesmo ornada da graça, deve executar as suas ações: mas estes atos, que derivam da natureza, são pela graça elevados a ponto de serem dignos de Deus.”
Stille Nacht! Noite silenciosa! Noite feliz! A impressão que se tem é que a canção de Natal “Noite Feliz” transcendeu os limites da religião e alcançou a universalidade do amor nos corações de todos!
Stille Nacht, Heilige Nacht!, composição austríaca do Padre Joseph Mohr e do músico Franz Gruber traça o perfil da chegada do Menino Jesus. A tradução e versão portuguesa foi feita pelo Frei Pedro Sinzig, grande compositor alemão naturalizado brasileiro. O universo parou para escutar a respiração do Menino, o Verbo Incarnado. Foi a noite mais silenciosa e santa que já houve!
O coração dos pastores logo escutou a melodia santa, o louvor dos anjos, o Gloria in excelsis Deo. É preciso ter coração humilde e manso para escutar a santa e silenciosa melodia do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo.
“Entoai, cantai a Deus ação de graças, tocai para o Senhor em vossas harpas!”, salmo 146. A Graça é melodia silenciosa e doce Esperança em nossos corações!
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